Com a apresentação do relatório técnico dos engenheiros contratados para avaliar o projeto do muro de contenção da praia do Marahu, no distrito de Mosqueiro, a obra será retomada em breve. A exposição do estudo foi realizada nesta terça-feira, 20, no Palácio Antônio Lemos.
O prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, informou que assim que foram detectados os problemas na execução do projeto, a empresa Impax foi notificada e contratou os engenheiros Remo Magalhães e Julio Alencar para realizarem a análise. “A expectativa é de que agora, com essa nova metodologia a ser aplicada, elimine-se por completo qualquer problema e avancem as obras no Marahu. Nas outras praias o estudo também será feito para verificar se precisa de alguma complementação ou se segue como está, já que algumas já têm obras em andamento”, disse Zenaldo.
Com a finalização do diagnóstico dos especialistas, a previsão para adequação ao laudo e a retomada da obra é de cerca de 45 dias, segundo o sócio-diretor da empresa executora da obra, Felipi Calcagno. “Nós já estamos inclusive fazendo testes de tecnologias e de tipo de escavações que serão necessárias para adotar as recomendações dos professores. Estamos trabalhando dia e noite para retomar a obra no Marahu o mais brevemente possível. Os custos com o estudo e os reparos na execução da obra são todos por conta da Impax”, afirmou Felipe.
O engenheiro Remo Magalhães fez uma apresentação minuciosa de todos dos aspectos técnicos avaliados e que precisam ser considerados na execução da obra. Segundo ele, esse tipo de construção é muito complexa e descoberta de parâmetros técnicos para orientação de projetos. “Inexistem normas e especificações técnicas próprias para muros de contenção de ondas no Brasil, por isso é necessário recorrer a normas similares e até internacionais. Nós fizemos um apanhado de normas que podem ser seguidas neste caso e uma das principais fontes é a do corpo de engenheiros do exército norte-americano”, disse.
Foram avaliados os desenhos do projetista da obra e feitas inspeções no local para chegar às conclusões apontadas pelos avaliadores. “O projetista talvez tenha considerado para menos o conjunto de forças que agem do muro, como o empuxo do aterro e da água, a ação, altura e a profundidade das ondas, os movimentos da maré e dos ventos, além de não considerar outros aspectos, como erosão, drenagem e falta de proteção na base do muro”, avaliou Remo.
Para os técnicos, a principal recomendação é que o muro tenha um novo formato estrutural. “Nós propomos que o novo muro tenha um desenho que permita uma maior estabilidade, seja levemente inclinado e tenha proteção com pedras na base, tudo para reduzir o impacto das ondas sobre ele”, afirmou o engenheiro.
O secretário de infraestrutura hídrica do Ministério da Integração (MI), Antônio de Pádua, afirmou que avaliará o estudo para que a obra possa seguir e ser concluída. “Temos convicção de que as equipes da empresa e da prefeitura têm competência para resolver esse problema, que foi pontual. Toda obra está sujeita a problemas. Temos acompanhado a execução e observado que está sendo realizada com qualidade”, ressaltou o secretário.
De acordo com o secretário municipal de urbanismo, Adinaldo Oliveira, os engenheiros da Seurb vão reforçar a fiscalização. “Vamos continuar a fazer com muita dedicação nosso papel, levando sempre os representantes do Ministério de Integração para ver a obra e trabalhando com zelo com o dinheiro público. Temos certeza de que a empresa entregará em breve a obra finalizada”, disse Adinaldo.
A apresentação contou ainda com a presença de representantes do Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sidunscon), do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará (Crea-PA), da Universidade Federal do Pará (UFPA), do Ministério Público Federal (MPF), do Ministério Público Estadual (MPE), do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e da Câmara Municipal de Belém.
Histórico - A obra de construção do muro de contenção em Mosqueiro foi iniciada em outubro do ano passado. No total, serão cerca de 2,5 quilômetros de muro de contenção distribuídos por dez praias: Ariramba, Areião, Baia do Sol, Bispo, Chapéu Virado, Marahu, Murubira, Paraíso, Praia Grande e Porto Arthur. O valor da obra é de aproximadamente, R$ 23 milhões em recursos do Governo Federal, por meio do Ministério de Integração Nacional.
Além dos serviços previstos como parte da construção do muro, a Prefeitura complementará a obra com a urbanização da orla, o que inclui novas calçadas com acessibilidade, rampas de acesso, drenagem e estacionamentos. A orla também ganhará nova iluminação pública, como já pode ser observado na praia do Paraíso, onde a obra está em andamento.