Referência em diversas lutas, entra elas, o combate ao racismo. Assim pode ser definida a professora Zélia Amador de Deus. A artista, pesquisadora e doutora em Antropologia foi homenageada com o documentário "Amador, Zélia", que resume a vida da ativista desde a infância até a vida adulta.
O lançamento do curta-metragem foi realizado na noite desta segunda-feira, 13, no Cine Líbero Luxardo, localizado no Centro Cultural Tancredo Neves (Centur), e contou com a presença da homenageada, do prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, do reitor da Universidade Federal do Pará (UFPA), Emmanuel Tourinho, da equipe da produtora paraense Floresta Urbana, responsável pela produção, e diversos convidados.
A sessão especial iniciou com a exibição do curta, que tem duração de 24 minutos. A produção traça a história de vida da homenageada, da sua infância, com relatos dos casos de racismo sofridos por Zélia, até a vida acadêmica, com destaque à sua participação em movimentos ativistas, por ser uma das fundadoras do Centro de Estudo e Defesa do Negro do Pará (Cedenpa). O filme possui um conteúdo audiovisual moderno, contendo animação, dramatização, além de depoimentos fortes.
Emocionada durante toda a sessão, Zélia agradeceu a homenagem. "Eu não quis ver o filme antes, preferi ver aqui e não participei da produção do filme, não sabia de nada. A narrativa ficou muito interessante, chorei o tempo todo durante a exibição", contou emocionada.
Para o prefeito Edmilson Rodrigues o curta sobre Zélia Amador é um produto único e humano. "Este produto fala de uma mulher, da intelectual, da lutadora do povo, da ativista, de alguém que nasceu para fazer história. A Zélia tem uma determinação filosófica, ela nunca foi só a professora, mas a ativista".
Após a exibição da película, a homenageada participou de uma roda de conversa com os convidados. Durante o bate-papo, o ilustrador do filme, Josiel Paes, de 21 anos, fez um relato emocionante sobre a sua trajetória, pontuando semelhanças com a da professora Zélia.
Lei Aldir Blanc - O curta-metragem "Amador, Zélia" foi viabilizado por meio da Lei Aldir Blanc, de 2020, a partir do edital publicado pela Secretaria de Cultura do Pará (Secult). O prefeito Edmilson Rodrigues, quando ainda atuava como deputado federal, foi um dos autores do projeto de lei federal, que destinou recursos para a área cultural de todo o Brasil, de forma emergencial , por causa da pandemia.
"É muito bonito ver o recurso público dando resultado em um curta-metragem de altíssimo nível, produzido por grandes profissionais que estão tendo a primeira experiência no cinema", concluiu o gestor municipal.
Produção - O filme foi produzido e concluído em 2021, ao longo de três meses. Tem a direção do jornalista Ismael Machado, acompanhado de Glauco Lima e de toda uma equipe de produção. Segundo o diretor do documentário, o filme será inscrito em diversos festivais pelo país.
"Vamos começar a exibir onde for possível aqui na cidade e inscrever em festivais de curta pelo Brasil", explicou Ismael Machado.
Serviço - O curta-metragem pode ser visto no canal do YouTube da produtora Floresta Urbana, pelo link: https://www.youtube.com/watch?v=wtRyx9mNPMQ