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Ações do CCZ reduzem riscos de doenças transmitidas por animais em Belém

Campanhas de vacinação, mutirões e o envolvimento da população contribuem para prevenir e controlar na capital paraense, doenças como a raiva, a leishmaniose e a lepstopirose.
Foto: Comus PMB
Ações do CCZ reduzem riscos de doenças transmitidas por animais em Belém
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Ações do CCZ reduzem riscos de doenças transmitidas por animais em Belém
Ações do CCZ reduzem riscos de doenças transmitidas por animais em Belém

As feiras de adoção de cães e gatos realizadas pelo CCZ, são oportunidade de vida nova para animais abandonados em Belém.

De acordo com informações do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), devido às campanhas de vacinação de cães e gatos realizadas no município, há mais de 30 anos Belém não registra casos de doença de raiva, transmitida de animais para humanos.

A estimativa é de que, em Belém, existam cerca de 200 mil animais, entre cães e gatos. Destes, 40 mil estão abandonados, circulando em vias públicas, feiras, escolas, hospitais, entre outros locais. A principal meta do CCZ é mantê-los vacinados para continuar controlando o vírus da raiva.

“Anualmente fazemos campanhas ou mutirões nos bairros para vacinar estes animais, pois essa é a principal finalidade do Zoonoses: erradicar a raiva. E isso vem se mantendo graças ao intenso trabalho das equipes médicas e, também, da população que participa ativamente das ações”, explicou o médico veterinário do Centro de Controle de Zoonoses, Roberto Brito.

O Centro de Zoonoses pertence à Prefeitura de Belém e atua no controle de doenças ou infecções transmitidas pelos animais aos humanos, além de desenvolver ações que visam o controle da população animal. Atualmente o CCZ executa os programas de prevenção à leptospirose (controle de roedores), leishmaniose, raiva (realização de campanhas de vacinação anualmente e controle de pessoas vacinadas), controle de pombos e caracóis e controle de animais peçonhentos (cobra, lacraia e escorpião). Regularmente, o centro recolhe animais abandonados quando estes possuem ou apresentam sintomas de doenças que oferecem riscos para a população.

Casos – A raiva é uma doença letal, por este motivo em sua lista de ações o CCZ  prioriza programas que incluem a vacinação de cães e gatos e a vacinação das pessoas que eventualmente forem atacadas pelos animais. Paralelamente a essas ações é feito o levantamento dos registros  realizados nas unidades de Saúde, além do processo pedagógico, com orientações às equipes médicas.

Em maio deste ano a Sesma teve a confirmação de que um morcego onívoro, resgatado em uma residência no bairro do Marco estava infectado com o vírus da raiva. “Uma vez que foi encontrado um animal infectado, a vigilância tem que ser atuante e imediatamente bloquear o foco. Por isso, estudamos a área e atuamos em um raio de 10 quarteirões da residência em que foi encontrado o morcego, mas constatamos que ele não oferecia risco à população por não se alimentar de sangue”, explicou Roberto Brito.

De acordo com o médico veterinário, quando há a constatação de qualquer animal desta espécie circulando em horário matutino, e mesmo que se encontre morto, é preciso acionar as equipes do Centro de Zoonoses para averiguação e estudo do caso.

Entre os demais programas da área de atuação do Centro, está o de prevenção e controle da leishmaniose, que acomete cães. No CCZ  são realizados exames de sangue gratuitos, quando há  suspeita da doença nos cães. A estudante Rafaela Carneiro,25, foi até o Zoonoses para se certificar  de que sua cadela estava com a doença. “A Pérola estava com a nossa outra cachorrinha quando elas pegaram um rato. No dia seguinte a outra morreu, e agora a minha Pérola está muito debilitada, tenho medo de descobrir o pior”, relatou a estudante.

O controle também está sendo feito na Ilha de Cotijuba, onde foram registrados alguns casos de cães com a doença. “Após uma criança ter sido diagnosticada com o vírus, fizemos o estudo no local, com a coleta de sangue dos cachorros para um completo diagnóstico e, posteriormente, as ações de eliminação do foco e orientações para a população”, destacou Eliomar Souza, médico veterinário do CCZ.

Além destes serviços, equipes do Centro de Zoonoses desratizam feiras e esgotos semanalmente. Dentre os atendimentos na unidade do CCZ, são realizados ainda exames para identificar doenças como dengue, malária e chagas.

“É preciso desmistificar que o Zoonoses é um local com finalidade de clínica veterinária. Nós somos um centro de controle de doenças vinculados à Vigilância Epidemiológica do município. Quando as pessoas estiverem desconfiando que seu animal de estimação adquiriu alguma doença que pode ser transmitida para o ser humano, elas devem nos procurar para fazer os exames, e nós indicaremos quais são as próximas medidas”, ressaltou o gerente do CCZ, Altevir Lopes.

Diariamente são disponibilizadas doses gratuitas de vacina antirrábica, agendamentos para castração, e controle de espécies peçonhentas. Neste último caso, a população pode acionar equipes do centro que irão até o local para averiguação e devidas providências.

Castração - Em 2016 a Prefeitura de Belém reformou, ampliou e equipou o prédio do Zoonoses que passou a contar com laboratórios, sala de cirurgia, aparelhos de monitoramento cardíaco, sala de banho, gatil e canil com salas de até oito metros de comprimento para abrigar cães de grande porte.

Com esta reforma a PMB disponibilizou ainda um Castramóvel Animal, equipamento adquirido para o serviço de castração gratuita de cães e gatos do município, com o objetivo de garantir que o serviço chegue aos bairros de periferia da capital, levando mais saúde pública para a população.

O casal Bruna Carla Souza, 19, e Joeberth Oliveira, 22, é apaixonado por gatos. Na casa deles, mais de 10 recebem carinho e cuidados. A “Úrsula” e a “Nicole” retornaram ao Zoonoses para retirada dos pontos, após a cirurgia  a que foram submetidas. “Acho muito importante que as pessoas se conscientizem que a cirurgia é simples e beneficia a todos. Quando a gente opta pela cirurgia, evitamos que a cidade tenha mais bichos abandonados”, disse Bruna. “O atendimento que nossos gatos recebem aqui no Zoonoses é muito bom, e o tempo de recuperação é muito rápido. É uma alternativa para famílias que não têm condições de arcar com estas despesas”, complementou Joeberth.

A cirurgia de castração pode ser agendada diariamente no Centro de Controle de Zoonoses, com a apresentação de documento de identificação e comprovantes de renda e residência do proprietário. O serviço é gratuito e oferecido para pessoas com renda abaixo de dois salários mínimos.

Feira de adoção –  Realizada pela Prefeitura de Belém  uma vez por mês, a feira busca diminuir o grande número de cães e gatos abandonados na capital. Depois de castrados, vacinados, vermífugados, banhados e tratados de doenças, os bichos, entre filhotes e adultos, são colocados para a adoção.

No Centro de Zoonoses constam em média 250 animais, entre cães e gatos retirados das ruas, ou abandonados na porta da unidade. “Infelizmente as pessoas comentem esse tipo de crime – o abandono -, mas nós procuramos as medidas legais para punir quem faz isso, e depois disponibilizamos o animal para adoção. A maior demanda de retirada de animais das ruas é no período de férias, época em que as pessoas abandonam eles para irem aos balneários. Em média são acolhidos no centro cerca de dez animais por semana”, relatou Altevir Lopes.

Raiara Santos, 20, adotou uma cadela em uma das feiras realizadas pelo CCZ. “A decisão de ficar com a Bentinha foi uma das melhores escolhas. Certamente esse cuidado que eles têm na hora da entrevista, é reflexo do abandono de animais que só cresce na cidade. Quem leva um animal para casa tem o dever de cuidar”, declara Raiara.

Serviço:

O CCZ funciona de segunda a sexta, das 8h às 12h, e das 14h às 17h, na Avenida Augusto Montenegro, km 11 (ao lado da UPA de Icoaraci). Os telefones para contato são (91) 3227 2088, (91) 3247 3001, (91) 3344 2350 e (91) 3227 0355.

 

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