Sesma orienta população sobre onde procurar serviços de urgência e emergência

Foto: João Gomes / COMUS
Sesma orienta população sobre onde procurar serviços de urgência e emergência
Sesma orienta população sobre onde procurar serviços de urgência e emergência
Sesma orienta população sobre onde procurar serviços de urgência e emergência

Nazaré Mesquita, diretora clínica do Mário Pinotti, fala do perfil dos pacientes que procuram as unidades de saúde do município.

A dona de casa Marlene Pinheiro, 63, realizou uma cirurgia há 6 anos, e há alguns meses passou a sentir um incomodo na região abdominal, onde realizou o corte cirúrgico. Na manhã de ontem, 16, procurou a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Sacramenta, “mas como ela não é uma paciente de perfil de urgência, nós encaminhamos ela para a unidade de saúde mais próxima, no caso a UMS Sacramenta, para ela fazer um acompanhamento com um médico clínico que vai solicitar todos os exames para um diagnóstico mais profundo”, explicou a assistente social da UPA, Luana Cabral.

Marlene não tinha febre ou qualquer dor forte que caracterizasse atendimento imediato, e foi avaliada como uma paciente de perfil azul dentro do sistema de classificação de risco do Protocolo de Manchester, no qual os usuários são atendidos e direcionados dentro do hospital conforme o grau de gravidade. No caso do azul, é de paciente que têm queixas crônicas, dor de garganta sem febre, resfriados, entre outros que podem realizar tranquilamente o atendimento dentro de uma UMS. “Vim aqui na UPA para ao menos tomar um coquetel, mas aqui a assistente me explicou que eu não sou perfil, e agora vou com encaminhamento para a unidade de saúde realizar todos os procedimentos corretamente”, pontuou a paciente.

O caso de Marlene se assemelha a de centenas de pacientes que ainda procuram os serviços de urgência e emergência mesmo sem ser o perfil. Dos 10 mil atendimentos realizados no HPSM Mário Pinotti por mês, por exemplo, 63% são de pacientes com causas evitáveis de internação, segundo levantamento feito pelo hospital, com base nos sistemas de entrada de pacientes. O perfil desses pacientes são de baixa complexidade, como viroses, gastroenterites que podem ter atendimento eficaz  tanto nas Unidades de Saúde, quanto nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA), segundo a diretora clínica do Mário Pinotti, Nazaré Mesquita.

“Por um pensamento de possível acessibilidade, muitos usuários buscam os prontos socorros para atendimento de urgência, com queixas mais simples, como dor de cabeça, vômitos e pico de pressão alta, que poderiam ser resolvidos nessas unidades. Essa ida aos PSM’s contribui para o aumento de atendimentos e prolongamento do tempo de espera”, explica Nazaré.  

De alta complexidade, o Mário Pinotti deveria receber apenas pacientes graves, que dentro da classificação de risco são os vermelhos, laranjas e amarelos que apresentam asma grave, perda da consciência, facadas, baleamentos entre outras patologias. “Esses pacientes podem vir direto que terão atendimento com porta aberta, já que esse é o perfil do nosso hospital. O Hospital está em fase de implantação do NIR (Núcleo Interno de Regulação de Regulação), que consiste na regulação, via telefone, para transferência de pacientes provenientes de outros hospitais e dos interiores, o que otimiza o atendimento e direciona o paciente para o especialista e para o leito de enfermaria ou CTI, dessa forma, erradicando que esses pacientes fiquem nos corredores do hospital”, explica o diretor do PSM, Samuel Aflalo.

Esse é o caso do pequeno João Guilherme, de apenas nove meses, que há alguns dias precisou de um atendimento de urgência especializado no qual o município onde mora, São João de Pirabas, nordeste paraense, não oferecia, e como é perfil de atendimento do Mário Pinotti, o paciente foi encaminhado para o espaço para iniciar o tratamento da bronquiolite (inflamação dos brônquios). “Levamos ele no hospital de Salinas, que fica lá próximo, mas nem lá eles poderiam oferecer um tratamento para meu filho, e fomos encaminhados para Belém através da regulação. Aqui ele deu início ao tratamento e já está bem melhor”, contou a mãe de João, Gabriela Monteiro Souza, 21.

Já as situações de baixa complexidade de saúde, como corizas, congestão nasal, cefaléia, prurido corporal (coceira), lesões inflamatórias, curativos de qualquer espécie e pequenas lesões de pele são alguns dos casos que podem ser atendidos nas nove Unidades Municipais de Saúde que atendem urgência e emergência básica (Outeiro, Benguí I, Icoaraci, Carananduba, Baía do Sol, Marambaia, Jurunas, Tapanã e Cotijuba). Além dessas situações, casos de alteração de pressão arterial, febre alta e fraturas fechadas podem ser atendidos nas UPAs de Icoaraci e da Sacramenta. A Unidade da Sacramenta, por exemplo, atende cerca de 13 mil pacientes por mês, onde mais de 60% é de atendimento de pacientes não graves, os verdes ou azuis, que podem ser atendidos nas unidades básicas de saúde e unidades de urgências básicas.

De acordo com a diretora do Departamento de Urgência e Emergência (Deue), Vanessa Oliveira, a procura do estabelecimento de saúde adequado para a necessidade do paciente ajuda a evitar o excesso de demanda. “A procura pelas unidades que atendem o perfil que o usuário necessita evita, muitas vezes, que ele chegue em um serviço e demore um pouco mais a ser atendido, por não ser um paciente grave, já que as nossas unidades de urgência e emergência obedecem a classificação de risco, que é um protocolo internacional que determina a ordem de atendimento conforme a gravidade do caso após acolhimento na unidade”, esclarece a diretora.

Outras situações que não se encaixem no perfil de urgência e emergência podem ser atendidas diariamente dentro das Unidades Municipais de Saúde ou Unidades Saúde da Família, como atualização do calendário de vacinas, controle da pressão arterial e do diabetes, exames de rotina e consultas médicas.

 

- BAIXA COMPLEXIDADE:

9 Unidades Municipais de Saúde com Urgência e Emergência Básica - Outeiro, Benguí I, Icoaraci, Carananduba, Baía do Sol, Marambaia, Jurunas, Tapanã e Cotijuba.

Em que casos procurar?

Crises respiratórias leves como congestão nasal, coriza, rinite, sinusite e asma, reação alérgica crônica, prurido corporal (coceira), processos inflamatórios, ferimentos leves, quadros e sintomas gripais (febre, tosse, coriza, mal estar, dores no corpo), náuseas, vômitos, dores em geral, pico hipertensivo e glicemia, procedimentos ambulatoriais (troca de sondas, retirada de pontos, suturas), drenagem de abscesso em geral entre outros. Para curativos de qualquer espécie além dos dias da semana que contemplam todas as UMS de urgência, a UMS’Benguí, Tapanã e Carananduba – realizam curativos também aos sábados e domingos pela manhã.

- MÉDIA COMPLEXIDADE:

Unidade de Pronto Atendimento – UPA de Icoaraci, UPA da Sacramenta  e Hospital Geral de Mosqueiro.

Em que casos procurar?

Alteração de pressão arterial, febre alta (igual ou maior que 39°), processos traumáticos (quedas, entorses, torções e fraturas fechadas), dores intensas, hiperglicemia, falta de ar intensa, alterações do nível de consciência, dores no peito, sangramentos,  cortes, mordedura de animais.

-  ALTA COMPLEXIDADE:

HPSM’s do Guamá e Mário Pinotti.

Asma grave, perda da consciência, facadas, baleamentos, politraumas, suspeita de infarto e AVC, crises hipertensivas de difícil controle e intoxicação exógena (veneno).

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