Nos últimos seis anos, mais de 300 vias receberam melhorias de drenagem e asfalto em Belém e nos distritos. As obras de saneamento realizadas pela Prefeitura de Belém beneficiaram mais de 200 quilômetros de vias em diversos bairros. A recuperação do pavimento, com a implantação de uma nova capa asfáltica, atendeu 50 quilômetros de ruas e avenidas, garantindo mais segurança para pedestres, ciclistas e motoristas.
No bairro do Guamá, a obra de pavimentação mudou a vida de mais de 10 mil moradores, beneficiados com o saneamento da rua 20 de Fevereiro, concluída no segundo semestre de 2018. Considerando as comunidades do entorno, segundo o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 350 mil pessoas foram favorecidas com a execução do projeto de recapeamento asfáltico, sinalização, construção de lombadas, além de melhoria da iluminação pública da área. Em torno de 200 crianças matriculadas em duas escolas estaduais que atendem alunos do 1° ao 5º ano do ensino fundamental também foram beneficiadas com a obra.
A aposentada Elivalda Gomes, 74 anos, reconhece as diversas transformações realizadas no bairro do Guamá nos últimos anos. “Recebemos uma parte da avenida Bernardo Sayão toda reformada e que não alaga mais. Agora, com asfalto novo na porta de casa tudo fica melhor ainda”, comema a aposentada, destacando que este tipo de serviço facilita o acesso do carro do lixo e da segurança pública.
O saneamento da cidade vem sendo tratado como prioridade pela gestão municipal. Os investimentos mensais com limpeza, transporte e tratamento de resíduos chegam a R$ 15 milhões.
Resíduos - A destinação adequada dos resíduos urbanos, alcançada com o encerramento das atividades do lixão do Aurá, e o tratamento do lixo em um aterro sanitário, resultou em uma política de adequação do manejo de tudo que é coletado em Belém e nos distritos de Icoaraci, Outeiro e Mosqueiro. Nesse processo, os catadores de recicláveis que no início da atual gestão retiravam seu sustento de cima do lixão, passaram a atuar de forma digna com o processo de coleta seletiva, em roteiros predefinidos. Atualmente, uma centena de catadores percorrem roteiros em diversos bairros, recolhendo na porta do morador os materiais que são fonte de renda. A Prefeitura dispõe de dois galpões para triagem desses materiais e dá suporte logístico e administrativo para o desenvolvimento da atividade da coleta seletiva.
Com a venda de materiais retirados do lixo, o catador Roselino Ribeiro, 71 anos, garantiu a reforma da casa. Ele comprou areia, seixo e cimento para arrumar o forro e reformar o banheiro. “O apoio que recebemos da Prefeitura é importante para que a gente possa fazer nosso trabalho, retirando do lixo o que pode ser reaproveitado. Isso também reduz o que é descartado no aterro sanitário”, afirma.
Nos últimos seis anos, aproximadamente 100 locais de descarte criminoso de lixo foram eliminados em 15 bairros de Belém, com apoio determinante dos moradores. Levantamento feito pela Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan) aponta que em 2013 eram quase 600 pontos de descarte de resíduos em vias e canais.
Como parte do esforço para acabar com o descarte criminoso de lixo, equipes da Prefeitura promovem rondas de fiscalização e ações de educação ambiental para orientar moradores sobre os procedimentos corretos na hora de descartar o lixo. Com apoio da Guarda Municipal de Belém (GMB) e do Batalhão de Polícia Ambiental, cerca de 800 carroças utilizadas para despejar lixo em locais inadequados da cidade foram apreendidas desde 2013.
Combate a alagamentos - O controle das águas também merece destaque. Belém é a capital brasileira com o maior índice pluviométrico, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Com território formado por 39 ilhas e com 40% da superfície territorial abaixo do nível do mar, a capital paraense enfrenta grandes desafios no combate a alagamentos, em decorrência das marés e de chuvas intensas, que atingem áreas baixas da cidade.
O trabalho de limpeza dos mais de 200 quilômetros de canais é dificultado, já que durante décadas parte da população passou a ocupar as margens dos canais, construindo residências dentro dos cursos de água, que ficaram impossibilitados de receber limpeza e garantir o escoamento. Considerando a recorrência de limpeza realizada pelas equipes da Sesan, a extensão de canais que receberam limpeza e dragagem nos últimos seis anos ultrapassa 3.000 quilômetros, a distância entre Belém e Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul.
O titular da Sesan, Cláudio Mercês, explica que a limpeza e a dragagem dos canais têm por objetivo favorecer o escoamento das águas. “Em casos específicos, como na bacia do Murutucum, balsas de dragagem e até mergulhadores foram utilizados para abrir caminho para as águas”, explica o gestor.
O secretário explica que a cada ano os volumes de chuvas ultrapassam as médias históricas de registros meteorológicos. Para agir de forma preventiva, a Prefeitura de Belém, em parceria com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), passou a usar pluviômetros automáticos em áreas com riscos de alagamento. São aparelhos meteorológicos que medem a quantidade de água nos canais e o volume de chuva e enviam um alerta em caso de risco. “O monitoramento é feito com os horários de maré alta, para que, caso coincidam com fortes chuvas e riscos de alagamentos, a população possa ser alertada com antecedência”, detalha.
Também para o controle das águas, a manutenção e limpeza das comportas têm sido fundamental para evitar transbordamento dos canais da avenida Doca de Souza Franco, do bairro Reduto, da avenida Tamandaré, do Una e do Jacaré. Limpeza de barreiras de proteção são importantes nos canais das travessas Quintino Bocaiúva e da 3 de Maio e as ruas dos Timbiras e dos Caripunas. Todas essas áreas sofrem influência de canais e são mais atingidas em casos de chuvas e maré alta.
Na limpeza do sistema de drenagem, os serviços de manutenção foram feitos em mais de 245 mil bueiros, que foram limpos e recuperados. Esse serviço favorece que a água da chuva chegue mais rápido até os canais, reduzindo pontos de alagamentos.