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Prefeitura de Belém apresenta estudo de impacto em reunião de comissão intersetorial

Foto: Alessandra Serrão - NID/Comus
Prefeitura de Belém apresenta estudo de impacto em reunião de comissão intersetorial
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Prefeitura de Belém apresenta estudo de impacto em reunião de comissão intersetorial

“Hoje apresentamos para essa Comissão uma análise sobre os impactos desses aumentos no preço final, lá em Marituba. Uma análise que serve para termos o devido cuidado no momento de discutir com a empresa, pois no fim das contas quem paga essas tarifas é a população”, disse o prefeito Zenaldo Coutinho

Na tarde desta segunda-feira, 29, na Prefeitura Municipal de Belém, ocorreu a segunda reunião da comissão intersetorial para discutir as medidas de garantia da coleta, do transporte e sobretudo da destinação dos resíduos sólidos produzidos pela população da capital e das cidades de Ananindeua e de Marituba.

Presidida pelo prefeito Zenaldo Coutinho, a reunião discutiu os custos do serviço de limpeza pública. Para melhor esclarecer os impactos econômicos às prefeituras, as planilhas de gastos envolvidos na cobrança da taxa pelo serviço e demais aspectos técnicos, o engenheiro Mauro Gaia, da Secretaria Municipal de Coordenação Geral do Planejamento e Gestão (Segep), apresentou um estudo detalhado.

O técnico da Segep destacou que a Prefeitura tem evitado repassar aos contribuintes a elevação dos custos relacionados aos serviços de tratamento e de destinação final executados pela empresa responsável pelo aterro sanitário de Marituba. “Nos últimos anos a administração municipal tem feito aportes com recursos do tesouro, diminuindo até a capacidade de investimento em outras áreas, a fim de não repassar esse ônus aos contribuintes”, afirmou Mauro Gaia.

"Diante da necessidade do acordo judicial, impôs-se aos municípios envolvidos a obrigação de suportar a elevação do preço da tonelada no tratamento e na destinação final. Até como uma medida de responsabilidade fiscal, a PMB terá que fazer estudos para atualizar o valor da taxa de resíduos sólidos", frisou o técnico da Segep.

Legislação - No início da apresentação, uma linha do tempo foi apresentada pera demonstrar que no período compreendido entre os anos de 1981 e 2007, a legislação que instituiu a Taxa de Limpeza Pública (TLP) sofreu mudanças. Com a lei nº 7.561, de 30 de dezembro de 1991, ocorreram alterações nos coeficientes mensais da TLP. Já em janeiro de 2007, por meio da Lei nº 11.445, surge a Lei Nacional de Saneamento Básico, e em dezembro do mesmo ano, mas agora sob a Lei nº 8.623, altera-se a TLP para Taxa de Resíduos Sólidos (TRS).

Na prática e utilizando os quadros como recursos, a Prefeitura de Belém apontou: em 2015 as despesas com coleta, transporte, tratamento e destinação final atingiu a casa dos R$ 125, 6 milhões; já em 2018 esse custo evoluiu para a ordem de R$ 144,5 milhões. Em 2017, a diferença entre a receita de taxas de resíduos sólidos e a despesa foi de um déficit de R$ 94,7 milhões por parte da prefeitura da capital, ainda segundo o estudo apresentado pela Segep.

“Hoje apresentamos para essa Comissão uma análise sobre os impactos desses aumentos no preço final, lá em Marituba. Uma análise que serve para termos o devido cuidado no momento de discutir com a empresa, pois no fim das contas quem paga essas tarifas é a população”, explicou o prefeito Zenaldo Coutinho. A empresa em questão é a Guamá Tratamento de Resíduos Sólidos, do Grupo Solvi, que administra o lixão de Marituba.

O prefeito continuou: “Estamos desde o início defendendo muito fortemente o contribuinte, para evitar que a empresa consiga os valores acima da capacidade de pagamento das prefeituras da região metropolitana”.

Acordo judicial – Em maio de 2019, o Tribunal de Justiça do Estado (TJE) decidiu que a empresa Guamá Tratamento de Resíduos Sólidos deveria manter o alteamento do aterro sanitário de Marituba até o próximo mês de setembro. A manifestação foi do juiz Luiz Neto, que determinou também o retorno da operação do aterro do Aurá.

A empresa queria o aumento no valor pago, por tonelada, pelo lixo depositado em Marituba. A Guamá pediu mais de R$ 110,00 pela tonelada, enquanto que a Prefeitura de Belém mantinha o valor de R$ 75,00. Contudo, o juiz arbitrou o valor de R$ 85,00 a ser pago a partir de junho, com prazo final até setembro.

Ao final da reunião da Comissão Intersetorial, a promotora de Justiça do município de Marituba, Ana Maria Magalhães, destacou a necessidade de se debater os custos. “Essa apresentação é de extrema importância, pois é aí que você sabe, exatamente, o seu déficit, sabe a taxa necessária para cobrir as despesas envolvidas. Se o município não tem a previsão desses gastos, ele tem que tirar dos impostos”, disse a promotora.

Pauta - A próxima reunião da Comissão será no dia 12 de agosto de 2019. Além do estudo de impacto apresentado pela Segep, na reunião foi aprovada ainda a ata da reunião do dia 19 de julho, e também discutida a necessidade de um estudo geotécnico, para a criação de uma célula emergencial na região do Aurá, encomendado à Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM). O órgão ainda não deu resposta à Comissão. Além disso, os membros aprovaram o Regimento Interno da Comissão Intersetorial, avaliaram, ajustaram e aprovaram os nove artigos e definiram a realização de reuniões a cada 15 dias.

Além de representantes da PMB, estiveram presentes integrantes da Procuradoria Geral do Estado (PGE), do Ministério Público do Estado (MPE), dos poderes legislativo municipal de Belém, Ananindeua e Marituba e de órgãos ambientais.

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