Funcionando desde o mês de abril como referência municipal no tratamento da Covid-19, o Hospital de retaguarda Dom Vicente Zico, soma três vezes mais altas de pacientes do que óbitos. Em três meses de funcionamento, 161 pacientes receberam alta e passaram a fazer parte dos mais de 16 mil recuperados da doença em Belém.
Até esta sexta-feira, 3, o hospital contabiliza cinco dias sem registro de óbitos pelo novo coronavírus, o último óbito foi dia 28 de junho. Dias estes, que se tornam motivo de felicidade para os cerca de 300 profissionais, entre médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, assistentes sociais e técnicos em enfermagem que trabalham no local. "É uma sensação muito boa vivenciar esse momento em que a gente percebe a incidência de óbitos, mas, claro, mantendo cuidado e ficando em alerta para a possibilidade de mudar esse cenário. Vamos mantendo a fé e a confiança para que ele continue", comentou a coordenadora do Psicossocial do Hospital, Adriely Raiol.
Na tarde desta sexta, foi a vez da paciente Milene Rodrigues receber a notícia de que está recuperada, ela estava internada desde o último dia 6 de junho. Milene tem 45 anos e sofre de esquizofrenia (distúrbio que afeta a capacidade da pessoa de pensar, sentir e se comportar com clareza) e bipolaridade (Distúrbio associado a alterações de humor que vão da depressão a episódios de obsessão), mora em uma casa de acolhimento e não tem contato com a família.
Na saída do hospital, Milene foi recebida por uma cuidadora do espaço onde vive, que agradeceu o tratamento. "Ela foi muito bem tratada e muito bem assistida por toda equipe. Tiveram muito cuidado com ela desde o início até o final desse processo que é bem complicado, mas ela está saindo vitoriosa. A sensação é de gratidão a Deus e a todos os funcionários do hospital que foram incansáveis", disse Andréa Carvalho.
O Dom Zico foi todo reestruturado para comportar os leitos, com uma nova Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e um bloco cirúrgico, além de consultórios, postos de enfermagem e enfermarias com os leitos de internação. A UTI fica no segundo andar, em uma área criada especificamente para comportar as demandas de uma unidade. O hospital conta ainda com área administrativa, recursos humanos, refeitório, vestiário, assim como toda a infraestrutura de segurança.
Quem trabalha na unidade fica renovado a cada alta, mas alerta sobre a importância da população continuar se prevenindo. "É uma satisfação enorme. É saber que o nosso trabalho não é em vão. Nós estamos aqui com a finalidade de ser útil e contribuir positivamente, dando assistência para essas pessoas. Ver tantos usuários recebendo alta é compensador. É importante que as pessoas continuem se prevenindo para que o serviço não fique novamente superlotado", completou Adriely Raiol.