Em alusão ao Dia Nacional do Escritor, celebrado neste sábado, 25, o Sistema Municipal de Bibliotecas Escolares (Sismube) recorda os diversos projetos promovidos ao longo da gestão e que revelaram inúmeros estudantes escritores que tiveram a produção registrada nas Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes.
Esta iniciativa procura democratizar o acesso aos livros e garantir um desenvolvimento educacional a partir do incentivo à leitura. Nas 203 escolas municipais de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos (EJA), 87 possuem bibliotecas escolares e 93 recebem o projeto itinerante Baú das Histórias, que dispõe de um acerco rico em obras de escritores paraenses e nacionais.
Durante o ano letivo o Sismube atua com diversos projetos como “Memórias da Literatura: ontem e hoje” que difunde a literatura local e faz uma homenagem póstuma aos autores paraenses, e também proporciona encontros literários por meio do “Bate-papo com autores paraenses”, em que o aluno tem a oportunidade de conhecer o escritor e seu processo criativo. Ainda há projetos como “Chá Literário”, “Lendo e Relendo”, que apresentam autores contemporâneos.
Escritores – A pequena Emanuelle Altamira Pantoja, de 6 anos, aluna da Escola Municipal de Educação Infantil Elvira Sacramento de Quadros, localizada no Tapanã, lançou o livreto “As primeiras criações de Emanuelle”, em 2019 na Feira Pan-Amazônica do Livro. A professora Jocélia Santos de Lima conta que descobriu o talento de Emanuelle durante as atividades do projeto Baú das Histórias onde ela contava os clássicos da literatura infantil enfatizando valores como respeito, responsabilidade, amizade e amor.
A professora percebeu que a estudante, na época com 4 anos, recontava as histórias a partir da ilustração dos livros. Então a professora resolveu registrar num livreto os desenhos feitos pela aluna e as histórias que ela criava para cada um. Com a parceria da família, a escola realizou uma manhã de autógrafo para a estudante.
“Fiquei feliz e orgulhosa quando a professora mostrou o livreto. A Manu sempre gostou muito de ouvir histórias, assim como de desenhar. Ela sempre foi esperta desde bebê. Incentivo bastante minha filha, porque sei que o futuro dela será brilhante. Também agradeço a escola que percebeu este talento e que ajudou muito no desenvolvimento dela”, relata a artesã Mariana Vieira Dantas Pantoja, de 27 anos, mãe da menina.
Outra revelação foi Daniele Nunes Gomes, de 13 anos, ex-estudante da Escola Municipal de Educação Infantil Nova Aliança, localizada na Pratinha, que foi descoberta em 2017 pelo, na época, professor Wilson Tadeu Amoras, num projeto de incentivo a leitura e escrita que resultou no livro “Poetas da Pratinha, a Poesia mora aqui” e que lhe rendeu o livro “Poemas ao vento”.
“Sempre gostei muito de ler e quando o professor Tadeu apresentou a poesia me interessei pela escrita. Não tinha muita experiência com poema e nem sabia que tinha esse dom. Mas comecei a escrever alguns poemas e mostrar para o professor. Gosto de escrever de tudo, um pouco do cotidiano, mas também dar asas a imaginação. Fiquei muito feliz de participar da Feira do Livro e minha mãe está muito orgulhosa”, disse Daniele, que já começou a escrever o segundo livro de poemas.
Na Escola Municipal de Ensino Fundamental Benvinda de França Messias, localizada em São Brás, a professora Yara Yonara Costa, realizou diversas vivências literárias com alunos de 15 a 80 anos, da Educação de Jovens e Adultos (EJA) que culminou no livro “Benvinda conta...” que reuniu minicontos, contos e narrativas. Entre os alunos está Hellen Mayara Brito Ferreira, de 34 anos, que despertou para a leitura quando a professora trabalhou o livro “Quarto de despejo”, de Carolina de Jesus.
“Minha experiência foi maravilhosa, porque pude colocar em prática a minha imaginação. Amei o incentivo a leitura que recebi da professora, porque antes desta vivência quase não tinha interesse por ela. No livro conto um pouco da minha história, do impacto, quando tive uma gravidez precoce aos 14 anos e tive que enfrentar alguns desafios”, relembra Hellen.
Livros – Em 2013, a EMEIF Avertano Rocha, em Icoaraci, lançou o livro “Pelos Caminhos da Poesia”, escrito pelos alunos do 1º e 2º ano. Em 2014, os estudantes da EJA, da EMEIF Helder Fialho, em Outeiro, produziram o livro “Sentimentos se transformam em palavras”. Em 2015, a EMEIF Anertano Rocha lançou o livro “Belém e Icoaraci: Em poema e verso”.
Em 2016, a EMEIF Cordolina Fontelles de Lima, na Pratinha, lançou “O grande rabanete e suas adaptações”. Em 2017, as escolas Nova Aliança, Helder Fialho Dias e Avertano Rocha lançaram respectivamente os livros “Poetas da Pratinha a Poesia mora aqui”, “Poemas ao vento”, “Sentimentos se transformam em palavras: memórias”, “Recontando lendas na escola”, “Brincando de ser poeta”.
Em 2018, as escolas Madelena Raad, Liceu Escola Mestre Raimundo Cardoso, Helder Fialho, Alfredo Chaves e Avertano Rocha produziram os livros respectivamente “Morrendo de medo em Icoaraci”, “A boca mágica”, “Poemas”, “Visionaria menina Kikuiu”, “Belém em contos Pai D’éguas III: Icoarci faz parte dessa história”, “Paulina e a biblioteca no quarto” e “Um poema puxa outros”. Em 2019, as escolas Benvinda de França Messias, Madalena Raad e Elvira Sacramento de Quadros, lançaram os respectivos livros “Benvida conta...”, Morrendo de medo em Icoaraci 2”, e “As primeiras criações de Emanuelle”.