Bares, restaurantes e casas de shows da capital paraense foram alvos, na noite desta sexta-feira, 30, de uma operação desenvolvida pelo Comitê de Segurança Municipal, em parceria com órgãos de segurança e fiscalização do município. Denominada de “Cavalo de Tróia III”, a ação tem o objetivo de fazer cumprir as novas restrições determinadas pelo Decreto Municipal nº 97.653/2020 de enfrentamento à Covid-19. A ação segue até domingo, 1.
Agentes da Ordem Pública, Guarda Municipal de Belém (GMB), Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (SeMOB) e Vigilância Sanitária (Devisa/Sesma) percorreram os estabelecimentos dos bairros da Pedreira, Umarizal e Batista Campos.
Conforme o decreto, os estabelecimentos devem manter o distanciamento entre as mesas, disponibilizar álcool em gel, atender somente 50% da sua capacidade com limite de 300 pessoas e funcionar até às 24h. Empresários que descumprirem as medidas sanitárias podem ser advertidos ou receber multa de até R$50 mil, além de ter o estabelecimento interditado até se regularizar ao protocolo sanitário específico.
Desde o início da reabertura das atividades econômicas ficou determinado um protocolo sanitário específico para cada setor. Com o tempo, empreendimentos e a população deixaram de seguir as recomendações de prevenção à Covid-19. “A Vigilância Sanitária está desde o início monitorando a pandemia. Com a flexibilização econômica, percebemos que as pessoas acharam que o contágio da Covid-19 estava controlado e relaxaram nos cuidados”, explicou Elizete Cardoso, coordenadora da Ordem Pública. “Com um toque de ordem estamos mostrando para as pessoas que a pandemia ainda não acabou e que precisamos ser parceiros”, completou a coordenadora.
Os principais alvos da ação foram os estabelecimentos denunciados por aglomeração e que já haviam sido multados e que mesmo assim voltaram a rescindir. De acordo com o Comitê, tanto bairros periféricos quanto centrais estavam desrespeitando o decreto. “Desta vez, numa avaliação preliminar, percebi que os estabelecimentos estão mais atentos às medidas, mas vamos continuar a operações nos próximos dias, pois ainda encontramos locais com aglomeração”, disse Elizete.
Dono de um bar localizado no bairro da Pedreira, o comerciante Antônio Julião Ferreira, de 70 anos, disse que entende a fiscalização. “Acho que está certo. A gente conversa com o público e eles compreendem. Dou graças a Deus em poder trabalhar, pois fiquei quatro meses parado. Temos que colaborar, pois também somos responsáveis pelo avanço ou não da pandemia”.
O empresário Gustavo Rocha, dono de bar no bairro da Batista Campos, conta que procura se adequar ao novo normal. “É uma questão de prevenção. Existem algumas situações que acabam financeiramente prejudicando os empresários. Mas se todos respeitarem e se adequarem acredito sim que todos vão poder trabalhar e se divertir. Reforçamos nas redes sociais para que as pessoas saiam mais cedo e possam se divertir dentro do horário permitido”, disse o empresário.
O aposentado Gilberto Cunha Nobre, de 68 anos, relata que se sente seguro no bar que frequenta. “Aqui consegui ter um distanciamento entre as mesas e as pessoas tomam os cuidados necessários de usar a máscara quando não estão bebendo ou comendo. Acho importante essa fiscalização, pois sei que nem todos os lugares respeitam as normas”, comentou.
O decreto traz novas restrições a eventos sociais, artísticos, coorporativos e religiosos com limite de 200 pessoas ou 50% da capacidade do local. Campanhas eleitoras e dia de votação devem seguir as recomendações básicas de distanciamento social, uso de máscara e 50% da capacidade do local.
Balanço – Durante a ação, uma casa de shows foi advertida e notificada por exceder o limite de lotação e por falta de regularização da cozinha. Três restaurantes foram notificados pela Vigilância Sanitária, sendo um fechado pela Devisa. Um bar/restaurante foi notificado por aglomeração. Os demais estabelecimentos visitados estavam cumprindo as medidas sanitárias. A SeMOB autuou três veículos por estacionar em passeio público e um motociclista por dirigir sem o capacete.
