A Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Cidadania e Direitos Humanos (SECDH), promoveu na noite desta terça-feira, 9, o debate "60 anos do golpe: memória e justiça para que se fortaleçam os Direitos Humanos”. O evento foi realizado no auditório do Palácio Antônio Lemos e teve o objetivo de fortalecer a democracia e os direitos humanos no presente e no futuro. O debate foi mediado pela professora Lúcia Isabel, atual presidenta do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos Humanos (CMDDH). O prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, participou do evento e destacou a importância de falar sobre o golpe.
“Temos que relembrar, pois o golpe trouxe e traz até hoje mazelas para o nosso país. A intelectualidade brasileira foi perseguida, muitos foram mortos”, comentou Edmilson Rodrigues.
O golpe civil-militar no Brasil, em março de 1964, cassou direitos individuais, coletivos e políticos, além de perseguir, prender, torturar, exilar e matar cidadãos e cidadãs, cujos nomes (muitos deles) ainda carecem de reconhecimento por parte do Estado.
Cladestinidade
A mestra em ciência sociais Eneida Canêdo, uma das debatedoras, viveu na pele a violência do golpe. Eneida foi anistiada e viveu na clandestinidade durante o regime. “Essa questão de lembrar é necessária. Estamos lembrando uma parte da trajetória do nosso país”.
Para o titular da SECDH, Adriano Mendes, o discurso que alguns usam fortalecendo a época da ditadura precisa ser derrotado. “Precisamos relembrar o passado e derrotar esse discurso de que a ditadura foi boa e saudável. Além do mais, precisamos ter organização, coletividade e discutir o tempo que queremos lá na frente”, destacou Adriano.
Participaram também do debate Edilza Fontes, secretária-adjunta da Secretaria de Igualdade Racial e Direitos Humanos do Pará e presidenta da "Comissão César Leite de Memória e Verdade" da UFPA; e Marco Apolo Santana Leão, advogado da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH), que integrou a Comissão Estadual de Verdade e Memória do Pará.