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Dia de Resistência dos Povos Indígenas é celebrado com exposição em escola de educação infantil no Guamá

Foto: MÁCIO FERREIRA / AG BELÉM
Dia de Resistência dos Povos Indígenas é celebrado com exposição em escola de educação infantil no Guamá
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A UEI Santa Rosa tem sete crianças indígenas matriculadas, que fazem parte do universo de 200 que estão em toda a rede municipal de ensino.

Uma Mostra Cultural, com comidas, artefatos de caça e literatura infantil feita por indígenas, movimentou os pequenos alunos da Unidade de Educação Infantil (UEI) Santa Rosa, localizada no bairro do Guamá, nesta sexta-feira, 19, data em que o Brasil celebra o Dia Nacional dos Povos Indígenas.

A UEI tem sete crianças indígenas matriculadas, que fazem parte do universo de 200 que estão em toda a rede municipal de ensino. Além disso, a Prefeitura de Belém tem uma política específica de atendimento e valorização da cultura e tradições indígenas, por meio de capacitações, acolhimento e encaminhamento.  

A mudança no atendimento e acolhimento às pessoas pertencentes aos povos originários começou na criação da Coordenadoria Antirracista de Belém (Coant), que ampliou a atuação da gestão junto aos povos estruturalmente marginalizados, como foi por muito tempo o caso dos indígenas na cidade.  

Acesso

“Foi através da Coordenadoria Antirracista que a gente conseguiu o acesso à matrícula das crianças nas escolas próximas e também fomos cadastrados no Bora Belém. Dessa maneira temos uma segurança em conseguir terminar o nosso curso universitário”, conta o universitário Adonias Ohxo, pai de duas crianças indígenas matriculadas na UEI Santa Rosa. 

Ele é casado com Neia Nuhfe e ambos são estudantes da Universidade Federal do Pará. Ele cursa Engenharia Sanitária e Ambiental e ela, serviço social. "Para eles, a estrutura oferecida pela prefeitura ajuda a assegurar a permanência no curso, a vida na cidade e também o futuro das crianças, além de permitir uma convivência dos alunos da cidade com a diversidade dos povos originários", agradece a gestora da UEI Santa Rosa, Helen do Socorro Maia.

“A nossa escola recebe esses alunos respeitando a diversidade, fazendo a nossa atividade pedagógica conforme a proposta da secretaria, mas sem deixar de lado a cultura dos nossos povos indígenas e sem deixar de valorizá-los, e sempre fazendo o acolhimento, trazendo as famílias, como recebemos hoje aqui. Fazer a interação entre as famílias indígenas e a comunidade escolar é uma forma de respeito”, aponta a gestora. 

Representatividade no governo 

A coordenadora-adjunta Antirracista de Belém, Jomara Tembé, relata que a atual gestão promoveu uma grande diferença no tratamento e nas oportunidades dadas aos indígenas na cidade, desde o mapeamento das crianças com necessidades de vagas nas escolas municipais de ensino fundamental até a oferta de vagas em cursos de capacitação pelo Programa Donas de Si, inclusive com créditos no Banco do Povo de Belém. 

“A quantidade de indígenas nos quadros da gestão promoveu uma mudança no tratamento dado aos parentes em Belém. Essa diferença fez com que as as necessidades e as vozes dos indígenas na cidade pudessem ser ouvidas. O diálogo com a Secretaria Municipal de Educação permitiu até a existência de dias específicos para a matrícula dos indígenas, inclusive promovendo um dia de pré-matrícula. A gente sabe que é na educação que se começa a lidar com a diversidade. Então, é uma desconstrução do colonizador. Hoje, nós somos acadêmicos, somos médicos, somos professores, somos doutores, nós somos ministras e estamos em todos os espaços”, explica a coordenadora.

Renda

A diferença também é feita na oportunidade de renda para os indígenas. O Banco do Povo de Belém já concedeu crédito para refugiados do povo Warao, da Venezuela, além de direcionar turmas de capacitação para o atendimento das necessidades dos indígenas refugiados no Programa Donas de Si. 

O indígena Euclidez José Moralez, de 42 anos, chegou a Belém há dois anos, com a esposa e o filho pequeno. Hoje, o casal tem também uma filha brasileira, mas continua morando no abrigo da Prefeitura de Belém, no bairro do Tapanã.

"Graças ao curso, eu tenho agora o crédito que a Prefeitura está dando. Essa oportunidade que estão dando pra comprar máquina e as coisas que eu precisava pra recomeçar por minha conta. Graças a isso, eu vou ter uma renda para sustentar a minha família", comemorou Euclidez.

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