A 2ª edição do projeto Oficina do Futuro: Educação em Tecnologia para Jovens Programadores iniciou suas atividades na manhã desta sexta-feira, 19, no auditório do Instituto de Ciências Exatas e Naturais (ICEN) da UFPa.
O projeto, destinado a adolescentes e jovens, de 14 a 19 anos, que estudam em escolas públicas ou que já concluíram o ensino médio nessa faixa etária, é uma iniciativa da Prefeitura de Belém, por meio da Coordenação Municipal COP-30 e Secretaria de Planejamento em Gestão (Segep), em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPa), representada pela Faculdade de Computação (Fecomp) e Fundação de Amparo ao Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp).
A Oficina tem como objetivo a capacitação em Python, uma linguagem de programação que serve para diversas tarefas, entre elas, como construir aplicativos, criar sites e jogos, desenvolver programas, fazer análise de dados e inteligência artificial, entre outras atividades.
O curso oferta 180 vagas, divididas em seis turmas de 30 alunos cada, sendo três no turno da manhã e três à tarde, nas sextas e sábados, totalizando 110 horas /aula, no período de abril a julho.
Aula inaugural
O professor Victor Hugo Santiago, da coordenação da Oficina do Futuro 2024 e diretor da Faculdade de Computação da UFPa, fez a abertura da primeira aula explicando como será ministrada a oficina, objetivos e a transformação do futuro a partir da educação.
“O curso tem a obrigação de formar criadores e criadoras de soluções inovadoras, mas também preparar os jovens para a vida, para a realização de suas conquistas no futuro, com conhecimento e respeito à diversidade”, pontuou Victor Hugo Santiago.
A arquiteta Thaisa Scerne, da Coordenação Municipal da COP-30, reforçou que “a Oficina pretende oportunizar, além do conhecimento técnico em programação, a construção de metodologias para apoiar os anseios e desejos de futuro da juventude e projetos de vida”.
Ela também relacionou a Oficina com a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-30), que ocorrerá em novembro de 2025 na cidade de Belém.
Habilidades e competências
“A Oficina do Futuro visa ainda desenvolver habilidades e competências para a vida de jovens. É uma das ações da PMB voltada para os jovens dentro do legado da COP-30”, destacou Thaissa Scerne.
O coordenador municipal das obras da COP-30 em Belém, Claudio Puty, informou que esta é a segunda edição da Oficina do Futuro. A primeira foi em parceria também com a UFPA e com o Instituto Federal do Pará (IFPA) e certificou 80 jovens em 2023.
“A Oficina do Futuro é parte do Programa Belém Inteligente, na capacitação de jovens associado à COP30, mas também associado a um conjunto de iniciativas que envolvem o Distrito de Inovação para a formação de jovens em educação tecnológica para que possamos nos antenar com o mercado de trabalho, que está muito aquecido na área de tecnologia da informação”, destacou Puty.
Segundo dados da Brasscom, Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de Tecnologias Digitais, em 2025, considerando os últimos cinco anos, o setor de tecnologia vai gerar uma demanda de 797 mil empregos no Brasil e a média salarial do profissional de tecnologia da informação é três vezes maior que a média nacional geral.
Plano de Vida
A primeira atividade da aula foi de planejamento em que os alunos preencheram um formulário relatando seus projetos de vida e a relação deles com a comunidade onde vivem. Entre as questões, perguntas como “Quem eu sou”, “Como me sinto”, “Minha visão de futuro” e o “Plano de ação” sobre o que pretendem fazer, conquistas pretendidas, apoios para alcançar objetivos e quando começam a realizar seus projetos.
“Quero, futuramente, me tornar um programador em tecnologia, mas voltada para o cuidado das pessoas”. Assim definiu seu projeto de vida o estudante Danilo Gomes, 18 anos, morador do bairro Águas Brancas, em Ananindeua, onde cursa o primeiro ano do ensino médio na Escola Técnica Estadual Tancredo Neves.
Já Arthur Barbosa Sampaio, 17 anos, residente no bairro Boa Vista, em Marituba, e estudante do terceiro ano do ensino médio no Centro Educacional Profissionalizante Dom Aristides Pirovano (CEPDAP), já definiu sua carreira no futuro. “Minha área profissional é cursar faculdade e ser um criador de inovações e minhas conquistas são terminar a faculdade e ter meu próprio negócio”, relatou Arthur.
Para Ana Clara, 17 anos, estudante da Escola Técnica Estadual Magalhães Barata, em Belém, a oficina lhe dará uma base para quando entrar na universidade. “Já faço curso de informática, mas essa Oficina do Futuro vai me preparar para o ensino superior, pois pretendo ser programadora de computadores”, disse a jovem.
Mães de aluno também acompanharam a primeira aula. Kelly Sueli Maciel Serrão, moradora do bairro da Condor e mãe do Bruno Vinicius, 16, que cursa o primeiro ano do ensino médio no Instituto de Educação do Pará (IEP), aprovou a iniciativa da Prefeitura de Belém.
“É um incentivo para que meu filho tenha um futuro promissor e que ele possa também incentivar, através do aprendizado dele, outros jovens. A oficina é muito importante, já relacionando com a COP-30, para o meio ambiente e para o futuro dele”, disse Kelly.
A Oficina tem prosseguimento neste sábado, 20, nos laboratórios do Instituto de Ciências Exatas e Naturais (ICEN), da UFPa.