Há 30 anos, o comerciante Francisco Duarte da Silva vende flores em frente ao Cemitério São Jorge, no bairro da Marambaia, em Belém (PA). O espaço passa atualmente por uma intensa ação de limpeza realizada pela Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria de Zeladoria e Conservação Urbana (Sezel), dentro do programa Belém Limpa.
"Inicialmente, pensávamos que o trabalho não levaria tanto tempo, mas devido às condições encontradas, com árvores caídas e uma grande quantidade de entulho e lixo doméstico, foi necessário estender o prazo previsto de limpeza", explica o diretor-geral da Sezel, Fernando Camarinha, que agradeceu o apoio do Governo do Estado, dos servidores da Seap e dos internos, destacando a importância da atividade para a reeducação dos custodiados. Na ocasião, o diretor ouviu demandas estruturais repassadas pelos funcionários do cemitério São Jorge, assegurando que a nova administração municipal fará o possível para atendê-las.
A programação de limpeza nos cemitérios de Belém conta com o apoio do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), que oferece suporte logístico e de segurança para que 100 custodiados do sistema prisional atuem nos serviços.
Cemitérios abandonados
A meta inicial da Secretaria era concluir o serviço de limpeza ainda em janeiro. No entanto, o estado crítico de conservação dos cemitérios São Jorge e do Santa Izabel obrigou a extensão da operação. Atualmente, a Sezel é responsável pela administração de nove cemitérios da capital e dos distritos, assumindo a gestão dos espaços que antes estavam sob a responsabilidade da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras (Seinfra) e das subprefeituras.
"São 22 mil sepulturas neste cemitério. Isso significa que 22 mil famílias buscam este espaço, seja para sepultamentos ou prestar homenagens aos que já partiram. Por isso, é preciso ter esse cuidado especial, um zelo a mais para garantir conforto às famílias e aos trabalhadores que frequentam o local", ressalta Camarinha.
Limpeza aprovada
A ação da Sezel não passou despercebida pelos olhos do vendedor de flores Francisco Duarte, citado inicialmente. Duarte revelou que já sente as mudanças positivas da ação da Prefeitura de Belém, o que desperta esperança em dias melhores. "Essa ação melhora pra gente porque as pessoas vão ver que o lugar tá limpo e começam a vir ao cemitério. Quando tá sujo, com o mato muito alto lá para trás, o pessoal não vem, até porque não tem como passar. Isso afasta os parentes também que querem visitar um familiar", desabafa.
A vendedora Maria Felicidade Araújo, que trabalha em frente ao cemitério há 35 anos, também aprovou a ação e elogiou o trabalho dos internos. "Estão limpando bem, tudo na enxada. Era disso que a gente precisava porque só roçar estraga rápido. As outras empresas limpam só com roçadeira, tiram o mato por cima. Depois de três chuvas, o mato já cresce de novo e nunca fica limpo. Com a enxada, o serviço dura mais tempo. Melhorou muito", elogia.
