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"Inclusão Folia" reúne 200 brincantes em festa inédita

O primeiro grito de carnaval da inclusão é um movimento inédito, promovido pela atual administração municipal, garantindo aos brincantes uma programação com segurança, respeito e diversão para todos.
Foto: Jader Paes
"Inclusão Folia" reúne 200 brincantes em festa inédita
"Inclusão Folia" reúne 200 brincantes em festa inédita
"Inclusão Folia" reúne 200 brincantes em festa inédita
"Inclusão Folia" reúne 200 brincantes em festa inédita
"Inclusão Folia" reúne 200 brincantes em festa inédita
"Inclusão Folia" reúne 200 brincantes em festa inédita
"Inclusão Folia" reúne 200 brincantes em festa inédita

O "Inclusão Folia", promovido pela Prefeitura de Belém, foi realizado na manhã deste sábado, 22, no Palácio Antônio Lemos, em Belém (PA).

Caio Romano é uma criança autista de 11 anos que não costuma sair muito de casa com a sua família, mas uma programação divertida e recheada com atrações únicas, parquinhos e um espaço acolhedor o convenceu do contrário. Caio foi um dos 200 brincantes que participaram da 1ª edição do bloquinho "Inclusão Folia", promovido pela Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria de Inclusão e Acessibilidade (Semiac), na manhã deste sábado (22) no Palácio Antônio Lemos, bairro da Cidade Velha, em Belém (PA).

"Achei o evento maravilhoso quando cheguei aqui. Vim só com a minha mãe, mas já fiz várias amizades. Amei a festa, a música, a comida e, principalmente, os brinquedos", disse Caio, bastante entusiasmado. A felicidade estampada no rosto do pequeno estudante era notável e o motivo não poderia ser diferente. O primeiro grito de carnaval da inclusão é um movimento inédito, promovido pela atual administração municipal, garantindo aos brincantes uma programação com segurança, respeito e diversão para todos.

"Nós estamos trabalhando para ser a capital nacional da inclusão e da acessibilidade. Vamos realizar muito mais eventos no Palácio Antônio Lemos a exemplo da programação realizada na manhã de hoje. O palácio, essa casa, pertence à sociedade, que é a melhor e maior autoridade de Belém", disse o prefeito Igor Normando, enfatizando também a necessidade de serem criadas mais políticas públicas para pessoas com deficiências e pontuando a criação inédita da Secretaria de Inclusão e Acessibilidade de Belém, a primeira secretaria municipal de Belém.

Apresentações musicais durante o primeiro grito de carnaval no "Inclusão Folia". - Crédito: Jader Paes

Acolhimento

A folia desse sábado contou com shows, lojinhas de artesanato inclusiva, brinquedos para as crianças e adolescentes se divertirem, montagens de adereços de carnaval, confetes, balão, purpurina, e tudo que um carnaval tem direito. Além disso, uma sala muito importante foi montada: a Sala de Inclusão Sensorial.

O espaço é voltado para acolher pessoas que, eventualmente, possam ter ficado com a sensorialidade desregulada em virtude de estímulos visuais, táteis ou sonoros. Uma equipe de multiprofissionais da Coordenação Estadual de Políticas para o Autismo (CEPA) esteve à frente da organização e dos acolhimentos realizados no espaço.

As políticas públicas de inclusão são intersetoriais, envolvendo saúde, educação, cultura, esporte e o lazer, o que foi enfatizado pela secretária municipal de Inclusão e Acessibilidade, Nay Barbalho, chamando atenção para o resultado positivo do primeiro grito de carnaval inclusivo promovido pela prefeitura.

"Nós temos empreenderes inclusivos, temos as atrações musicais formadas por pessoas com deficiência e as famílias dessas pessoas. Tudo isso é sinônimo de participação social e garantia de direitos", explicou. Nay Barbalho falou sobre a realização de festas públicas que pouco são adaptadas para pessoas com deficiência e que o evento realizado no palácio torne-se referência. "Queremos que as pessoas se inspirem no que foi realizado aqui e compreendam que é possível promover uma festa legal, divertida e inclusiva para atender todos os públicos", frisou.

O primeiro grito de carnaval da inclusão e acessibilidade mobilizou todos os públicos. - Crédito: Jader Paes

Diversidade e respeito

Subiram ao palco do “Inclusão Folia” cinco bandas: "Banda Inclusiva", "Grupo Toca Down", "Banda Incluir com Alan Cauê", "@cia do seu jeito" e "Bateria da Escola de Samba Crias do Curro Velho”. Todas animaram o público com ritmos dançantes, entre as marchinhas de carnaval, o brega, o carimbó, entre outras músicas brasileiras.

Karlos Smith é backing vocal da banda "Incluir com Alan Cauê". A banda é composta por músicos, em sua maioria, deficientes visuais, incluindo o próprio vocalista. Smith elogiou a iniciativa da Prefeitura de Belém, revelando ter se divertido tanto nas apresentações musicais quanto nas brincadeiras organizadas nos intervalos.

"Eu achei essa iniciativa muito importante porque nem todo o carnaval é inclusivo. Existem espaços que não são acessíveis, lugares com muito barulho, que trazem problemas para pessoas com dificuldades sensoriais, mas essa festa aqui está mostrando que é possível fazer um carnaval com acessibilidade, diversidade e respeito", ressalta o músico.

Essa sensação de segurança que a festa trouxe também foi muito importante para que a assistente social, Jucilene Castro, de 56 anos, viesse curtir o carnaval, prática que há muito tempo não fazia. “Tenho deficiências múltiplas nos braços e nas pernas, e é a primeira vez que me sinto segura para curtir o carnaval. As outras festas não são acessíveis. Eu tenho medo de cair, das pessoas me empurrarem, mas aqui não. Aqui eu vim para me divertir com segurança e foi o que eu fiz. Me diverti muito, me sentindo segura e muito feliz", disse Jucielene.

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