Após 48 anos pilotando barcos em todos os rios do Pará e depois de criar nove filhos, Nailson Piteira, de 79 anos, disse ter encontrado uma nova família no Centro de Convivência Zoe Gueiros. “Aqui eu me sinto relaxado, é como se eu estivesse em casa. Posso fazer hidroginástica, aulas de alongamento, exercícios de memória e principalmente dança, que é o que eu mais gosto de fazer”, conta.
Há mais de um ano Nailson frequenta de segunda a quinta-feira o Zoé Gueiros, junto com a esposa, Conceição Cruz, de 62 anos. “Eu só venho se ele vier e ele só vem se eu vier. Desse jeito mudamos a nossa vida e diminuíram as dores que eu sofria. Sinto meu corpo leve, agora”, diz Conceição
O Centro de Convivência da Terceira Idade Zoé Gueiros, administrado pela Prefeitura de Belém, atende mais de 500 idosos e transforma a vida de muitas pessoas há mais de 20 anos, no bairro do Tapanã. “Muitos dos idosos que frequentam o centro sofrem com questões de isolamento dentro de casa. Às vezes até fazem parte de uma família numerosa, mas não conseguem interagir. Então, por meio de nossas atividades, focamos nesse fortalecimento de vínculos com a família, buscando uma convivência mais sadia”, afirma a coordenadora do espaço, Rosana Albuquerque.
As atividades executadas no centro possuem a perspectiva de contribuir para um envelhecimento ativo, saudável e autônomo, assegurando espaços de encontros para vivências que valorizem as experiências acumuladas ao longo da vida, bem como despertar o desejo de sonhar com novos projetos de vida.
De segunda a sexta, no horário das 8h às 17h, os usuários participam de atividades de convívio, entre as quais hidroginástica, alongamento, dança livre, dança rítmica, dança circular, exercícios de memória, recreação interna e externa e ainda integram grupos de coral e seresta.
Para participar, os idosos devem ser encaminhados dos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) localizados na área onde moram. Já para realizar atividades físicas, como hidroginástica e alongamento, os participantes também devem apresentar atestado médico.
Morador do bairro do Tenoné, Pedro Aleixo, de 88 anos, sai todos os dias de casa, há 14 anos, para ir ao Zoé. “Eu gosto muito de vir aqui. Faço varias atividades, mas a minha preferida é a dança, porque a gente se movimenta mais”, diz Pedro, cheio de energia.
A professora de hidroginástica Luciana Nogueira afirma que as atividades no centro diminuem o sentimento de solidão de alguns idosos. “Aqui no Zoé eles encontram a parceria e companheirismo que muitos já perderam dentro de casa”, afirma.
Melhorias - No ano de 2015, o prédio do centro recebeu obras de revitalização. Foi ampliado, recebeu pintura, reforma no teto, iluminação, climatização e jardinagem, além de uma academia ao ar livre e um projeto de acessibilidade.