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Estudo da Prefeitura de Belém apresenta perfil de mulheres atendidas por abrigo municipal

Foto: João Gomes / COMUS
Estudo da Prefeitura de Belém apresenta perfil de mulheres atendidas por abrigo municipal
Estudo da Prefeitura de Belém apresenta perfil de mulheres atendidas por abrigo municipal
Estudo da Prefeitura de Belém apresenta perfil de mulheres atendidas por abrigo municipal
Estudo da Prefeitura de Belém apresenta perfil de mulheres atendidas por abrigo municipal

No Dia Internacional da Mulher, a Prefeitura de Belém divulgou estudo com o perfil das mulheres acolhidas pela Casa Abrigo Emanuelle Rendeiro Diniz (Caerd)

“As pessoas não denunciam por medo e vergonha. A mulher tem que abrir a boca, porque tem um ditado que diz que quem cala consente. Não podemos nos calar, temos que falar e fazer com que o agressor venha a ser punido”. O relato é da doméstica D.C.P., de 45 anos, que prefere manter nome e imagem em sigilo.

Depois de meses sofrendo agressão dentro da própria casa pelo ex-marido, a doméstica resolveu denunciar e logo foi acolhida no Abrigo Municipal Emanuelle Rendeiro Diniz, da Prefeitura de Belém. A vítima se lembra dos momentos de sofrimento. “Eu sofri ameaça. Ele falou que ia tirar a minha vida, porque eu não queria mais viver com ele”, contou. Ela foi atendida pela rede de assistência do município, que acolhe mulheres vítimas de violência, com o objetivo de contribuir para um melhor atendimento na rede.

Pesquisa - Nesta sexta-feira, 8, Dia Internacional da Mulher, a Prefeitura de Belém divulgou estudo com o perfil das mulheres acolhidas pela Casa Abrigo Emanuelle Rendeiro Diniz (Caerd). A pesquisa foi realizada pelo Setor de Vigilância Socioassistencial (Sevisa), núcleo da Fundação Papa João XXIII (Funpapa) e abrangeu os anos de 2008 a 2017.

Nesse período de 11 anos, 490 mulheres foram atendidas no local. A pesquisa mostrou que o maior quantitativo de acolhidas apresenta faixa etária entre 18 e 30 anos de idade.  

O estudo identificou vários perfis e dados, como o tipo de violência sofrida, local onde ocorreu, o motivo, tempo médio que a acolhida permaneceu no abrigo e o destino pós-acolhimento. Também foram apresentados os perfis dos acompanhantes das vítimas, no caso filhos, e o perfil dos agressores.

Entre os dados analisados está a tipologia da violência, que no período analisado, atestou que os casos de violência psicológica são o de maiores incidências. O estudo mostrou também que em 56% dos casos, a violência sofrida pelas mulheres acolhidas costuma ocorrer nas residências das vítimas. A pesquisa apresentou as motivações que levam as praticas de violência contra as mulheres acolhidas pelo abrigo, o ciúme é o maior motivador das agressões.  

Realidade - Segundo a coordenadora do Sevisa, Célia Borges, o estudo mostra a realidade das mulheres atendidas. “Essa pesquisa foi diferente, porque foi feita em cima do próprio atendimento, do perfil e realidade de todas as mulheres que passaram pelo abrigo, nesses nove anos. A questão da violência doméstica perpassa por todas as classes sociais, níveis de instrução e por todos os níveis de renda”, detalhou.

A presidente da Funpapa, Adriana Azevedo, destacou o trabalho do município no atendimento as mulheres vítimas de violência. “A Prefeitura, por meio, da Funpapa faz o levantamento dos relatórios, as tabelas e os dados. Tudo isso feito pela equipe do Sevisa, traçando ao longo desses anos esse perfil, a idade dessas mulheres, a cor, dados que vão desenhando para nós quais políticas públicas são necessárias”, explicou a presidente.

“A Caerd é um lugar de amor, acolhimento, renovação, de trazer para essas mulheres a possibilidade de se olharem e se amarem. Nós fazemos um trabalho muito especial, com psicólogos, pedagogos, assistentes sociais, educadoras, que acolhem a história de cada mulher”, destacou Adriana.

O espaço Emanuelle Diniz é um local de acolhimento e proteção, gerido pela Prefeitura de Belém, que atende a mulheres em situação de violência doméstica e ameaçadas de morte. Elas são encaminhadas pela Divisão Especializada no Atendimento à Mulher (Deam). O local existe desde 1997 e funciona em caráter sigiloso, visando contribuir para o atendimento integral das atendidas, seus filhos e familiares.

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