A manhã desta sexta-feira, 21, na Arena Guilherme Paraense (Manguerinho) foi marcada pelo encontro de cerca de 3 mil crianças das escolas municipais, estaduais e comunidades, no 5° Congresso Mairí das Crianças, carinhosamente chamado Tá Seladinho. O encontro, com espaços para atividades lúdicas, afirmou o compromisso da Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semec), no protagonismo das crianças na construção da política pública da cidade.
As crianças aproveitaram a oportunidade para dizer à gestão municipal quais propostas elas querem para a cidade por meio da exposição de cartas, frases, desenhos e maquetes.
Mais parques - "Eu tô gostando. Gostei daqui e das crianças", contou o estudante da Jardim I, Apolo Dantas, 04, da Escola Municipal do Ensino Infantil e Fundamental (Emeif) João Nelson Ribeiro, bairro do Telégrafo. Apolo fez questão de dizer, ainda, "quero uma cidade segura e com mais parques".
Muitos pedidos em forma de arte demonstraram os desejos dos estudantes. Um grande círculo de tecido detalhava alguns desses pedidos com dizeres; "vários parques", "muitas árvores", "Belém que eu quero...Muitas escolas", "moradia para todos".
O painel montado pelas crianças da EMEIF Duas Irmãs Bianca e Adriely, bairro da Pratinha, contavam, por meio de desenhos, o que elas esperavam da Belém do futuro, como por exemplo, a melhoria no transporte, moradia e o cuidado com o meio ambiente.
Segurança - A estudante Yasmin dos Santos Costa, 13 anos, do assentamento Mártires de Abril, na Ilha de Mosqueiro, não escondeu a satisfação em participar do Congresso. "As crianças, representando a sua escola e a comunidade, tá sendo maravilhoso. E o que eu quero pra minha comunidade é segurança. Porque lá onde eu moro tá ficando perigoso. Eu quero que seja seguro e as crianças possam brincar na rua", disse Yasmin.
As estudantes do Jardim II da Emeif Floestan Fernandes, no bairro do Bengui, Maria Sophia, 6, e Eloá Grabriely da Silva Marinho, 05, estavam acompanhando a fala das crianças no palco e contaram os sonhos que elas têm para a Belém. "Que tenha mais mais vacinas", revelou Maria. Enquanto Eloá revelou: "não quero que ninguém machuque os animais".
Semente plantada - Em 2004, Marx Ferreira, tinha apenas 10 anos, quando participou do 4° Congresso das Crianças, idealizado pelo prefeito Edmilson Rodrigues. Nesta sexta-feira, 21, Marx voltou a participar do evento. Agora estudante de Geografia da Universidade Federal do Pará (UFPA), ele estava emocionado ao ver a volta da participação das crianças na construção de políticas públicas de Belém.
"É muito gratificante fazer parte do 5° Congresso Mairí das Crianças, tendo em vista que participei há 18 anos como conselheiro. E ver as crianças, hoje, aqui, me fez lembrar desse momento que foi muito especial, no qual o prefeito nos escutava, fazíamos vários desenhos e brincamos, mostrando o que a gente queria pra Belém. Tudo aquilo, na medida do possivel, foi colocado em prática, como mais áreas de lazer. Tudo isso é o reflexo do dia, quando fui conselheiro. A gente acaba trazendo o espírito de cidadão e dever cumprido", ressaltou Marx.
Participação cidadã - A diretora da educação infantil da Unidade Pedagógica da Emeif João Nelson Ribeiro, Mariana Viera, afirma que acompanhar o processo de participação cidadã dos estudante é muito significativo, pois, reafirma o compromisso do governo municipal com as crianças.
"A gente acompanhou, nesse processo, o pedido deles, que querem praça, ver brinquedos e segurança para família. Pra gente é uma satisfação ver que é um estímulo pra eles e que conseguem se reconhecer como crianças com direitos", destacou a diretora.
De acordo com a Secretaria Municipal de Educação (Semec), o que as crianças disserem vai ser levado em consideração para que se possa trabalhar o orçamento do próximo ano.
Mobilização - Desde o dia 24 de agosto deste ano, a Semec e a plataforma digital de participação popular Tá Selado, organizadoras do evento, mobilizaram crianças de 3 a 12 anos de idade de todos os distritos administrativos de Belém para o Congresso.
Foram realizadas plenárias locais nas 201 escolas municipais, com a participação, também, de meninos e meninas de instituições de ensino particulares e movimentos sociais.
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