Belém recebe o primeiro Centro de Integração de Coleta Seletiva

“Foi na reciclagem que eu encontrei a oportunidade de criar meu filho com dignidade. Eu engravidei muito cedo e precisava trabalhar para sustentar minha família. Hoje, eu consigo sustentar meus quatro filhos com o suor do meu trabalho e ainda contribuo para a preservação do meio ambiente’’, conta Nádia Luz, que trabalha como coletora de materiais recicláveis há 29 anos.

Com o objetivo de garantir uma melhoria significativa na renda de quem trabalha com coleta seletiva, a Prefeitura Municipal de Belém vem colocando em prática o decreto assinado em setembro deste ano. O documento garante a criação de um espaço adequado, para uma gestão compartilhada entre cooperativas e associações de catadores do município. O Centro de Integração da Coleta Seletiva – Aurá, será destinado aos serviços de processamento, beneficiamento e comercialização de materiais recicláveis e reutilizáveis. O espaço garantirá, ainda, a formação e capacitação dos catadores, tanto na parte administrativa do espaço como na produção da matéria prima.

A PMB já garantiu aos ex-catadores todo o maquinário que será utilizado pelas cooperativas. O espaço oferece condições dignas de trabalho, possibilitando um aumento significativo na renda dos mais de 300 coletores que tem como base do sustento a reutilização de  materiais recicláveis. O centro conta com uma esteira de 18 metros, uma prensa hidráulica, um triturador de papel, vidro e plástico, uma balança digital, além de uma empilhadeira.

“Esses equipamentos garantem uma melhora expressiva para os coletores. O triturador, por exemplo, agrega mais valor ao produto, duplicando ou até mesmo triplicando o valor da produção final. Esse foi só o primeiro passo, logo mais, vamos dar início ao treinamento e capacitação do pessoal”, explica Deryck Martins, titular da Secretaria de Meio Ambiente (Semma).

O projeto é uma ação conjunta da Semma, com a Secretaria de Saneamento (Sesan), Fundação Papa João XXIII (Funpapa), e, conta com o apoio da Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Estadual do Pará (Uepa), ONG No Olhar e cooperativas.

"Hoje, nós que trabalhamos com material reciclável, estamos vivendo um momento único. Depois que o lixão do Aurá fechou, tudo melhorou”, comenta Nádia. “Fazer parte dessa mudança está sendo muito gratificante pra mim. Já recebemos as máquinas, o espaço é adequado e logo vamos começar o treinamento. Daqui pra frente tudo será diferente e melhor'', finaliza.

De acordo com a diretora da geral da Semma, Soraia Narriba Kinez, o segundo passo do projeto será a capacitação dos trabalhadores. “O centro é algo inovador na capital. O espaço é bem diferente dos galpões em que eles trabalhavam antes, agora eles terão a oportunidade de aprimorar o serviço”, conclui.

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