Pais e alunos autistas se reúnem para celebrar o Dia Mundial da Conscientização do Autismo

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Pais e alunos autistas se reúnem para celebrar o Dia Mundial da Conscientização do Autismo
Pais e alunos autistas se reúnem para celebrar o Dia Mundial da Conscientização do Autismo
Pais e alunos autistas se reúnem para celebrar o Dia Mundial da Conscientização do Autismo

Para estimular as crianças autistas, uma manhã com muitas brincadeiras e contações de histórias foi oferecida nesta sexta-feira, 31. Cerca de 40 estudantes com TEA participaram ao lado de seus pais

Nesta sexta-feira, dia 31, o dia começou mais cedo que o comum para a Agente Comunitária de Saúde Lene Caldeira, 40, e seu filho autista Henrique Caldeira, de apenas 11 anos. Os dois despertaram ansiosos e motivados a realizar de ônibus um percurso de 86 quilômetros, que corresponde à distância da cidade de Mosqueiro à Belém. O motivo? Participar de uma manhã alegre que sensibilizou e conscientizou a sociedade em geral a respeito do Transtorno Espectro Autista (TEA). O evento promovido pela Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semec), aconteceu no Centro de Referência em Inclusão Educacional Gabriel Lima Mendes (Crie).

 “É importante que ações como essa sejam desenvolvidas para que seja despertado na comunidade o olhar solidário para a questão do autismo. Só assim será possível romper as barreiras do preconceito, ainda muito vivenciados por todos nós pais de crianças que apresentam algum tipo de deficiência”, destacou a Agente de Saúde e mãe, Caldeira. 

Faltando apenas um dia para o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, celebrado amanhã, 2 de abril, ela relembra as dificuldades enfrentadas desde o momento do nascimento de seu filho. “No início eu só consegui detectar que o Henrique chorava bem mais que qualquer outra criança, e conforme ele foi crescendo, apresentou outros sinais característicos da síndrome”, conta. “Foi muito difícil para mim, pois não sabia nada a respeito do transtorno e me senti perdida e desesperada por não saber como lidar com o meu próprio filho. Então decidi procurar amparo através da escola”.

O pequeno Henrique foi matriculado aos seis anos de idade na Escola Municipal Donatila Lopes, localizada no bairro Chapéu Virado, na Ilha de Mosqueiro. Desde então recebeu encaminhamento para o Crie, onde foi identificado o transtorno. “No Centro me senti mais tranquila e foi quando orientada procurei um médico que diagnosticou o meu filho com TEA”, aliviou-se a mãe.

Autismo – Por se tratar de um transtorno global do desenvolvimento marcado por pelo menos três características fundamentais (incapacidade para interagir socialmente, dificuldade no domínio da linguagem para comunicar-se e um padrão de comportamento restritivo e repetitivo), é necessário que as crianças diagnosticadas com TEA recebam apoio especializado.

Em Belém, este serviço é oferecido pelo Crie, que disponibiliza tem uma sede própria, onde são disponibilizados profissionais como psicólogos, fonoaudiólogos e psicopedagogos para atender os 365 alunos autistas matriculados regularmente na rede.

De acordo com o psicólogo Edmilson Lima, além dos atendimentos, projetos e programas que trabalhem o lado cognitivo, psicomotor e a socialização também costumam contribuir na evolução dos autistas . “Atividades lúdicas que envolvam o processo visual através de sinalização, imagens, cores, objetos dos mais variados tamanhos e até o tempo tendem a facilitar o processo de aprendizagem dessas crianças”, afirma.

Programação – Para estimular as crianças autistas, uma manhã com muitas brincadeiras e contações de histórias foi oferecida nesta manhã, 31. Cerca de 40 estudantes com TEA participaram ao lado de seus pais.

“As atividades que realizamos foram pensadas pelos Programas e Projetos já desenvolvidos na rede como o Ciranda da Família; Artes Cênicas, Expressão e Inclusão; Programa Bilíngue; e Programa de Atendimento às Necessidades Específicas do Transtorno do Espectro do Autismo (PROATEA)”, pontuou a Coordenadora do Crie, Denise Corrêa.

Animação foi o que não faltou no local, que contou com a presença dos palhaços surdos Cleber Couto e Tiago Costa, além da Cecília Barriga e Luiz Mussi. Encantado com a programação, o estudante autista da Escola Municipal Palmira Lins de Carvalho, Emerson Borges, 17, relatou nunca ter participado de algo tão divertido. “O que eu mais gosto é de ir para a minha escola e mexer no computador, mas aqui os palhaços brincaram muito comigo e também com a minha mãe”.

Todas as ações promovidas durante a Semana da Conscientização do Autismo serão culminadas na “Caminhada e Encontro das Instituições Pela Conscientização do Dia Mundial do Autismo”, promovida pela Ong Amora, em parceria com o Crie. O evento acontecerá amanhã, 2, a partir das 8h, na Praça Batista Campos.

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