Alegria, dança, música e arte marcaram a cerimônia de abertura da Semana Municipal do Idoso 2017, promovida pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) na tarde desta segunda-feira, 25, no Teatro Margarida Schivasappa. A programação artística e cultural foi protagonizada pelos próprios idosos, participantes dos grupos das Unidades Municipais de Saúde, celebrando os Dias Municipal e Internacional do Idoso, comemorados em 27 de setembro e 1º de outubro, respectivamente.
Durante o evento, Otília Santos, 90 anos, participante há oito anos do grupo Envelheçarte, da Unidade de Saúde da Marambaia, foi homenageada, representando todos os idosos participantes do Programa Saúde do Idoso da rede municipal. Em agradecimento, Otília escreveu uma poesia sobre o envelhecimento, dizendo que idade não é limite. “Ser idoso é privilegio para poucos. É a voz da vivência e da experiência”, disse Otília, em um trecho de sua poesia.
A programação da Semana do Idoso segue até sexta-feira, 29, com programações nas unidades de saúde, incluindo a Casa do Idoso. Estão programadas atividades de dança, teatro, caminhadas, palestras, oficinas, ensaio fotográfico, lançamento de livro, passeios, ações de cuidados com a saúde e fisio taichi (arte marcial chinesa voltada para fins fisioterapêuticos).
“Toda a programação foi pensada com objetivo de contribuir no desenvolvimento e na promoção do envelhecimento ativo e saudável, visando à integralidade da atenção e ao fortalecimento da participação social, intelectual dos idosos. Queremos que os idosos de Belém saiam de casa, sintam-se vivos e protagonistas de suas histórias”, ressaltou o coordenador da Referência Técnica da Saúde da Pessoa Idosa, Darley Quintas.
O evento também promoverá atividades voltadas para os servidores da secretaria, como a Oficina de Capacitação com o tema “Humanização para Servidores da Sesma no Atendimento à Pessoa Idosa”. Já o encerramento da Semana Municipal do Idoso será marcado por uma caminhada no Bosque Rodrigues Alves, na sexta-feira, 29, a partir das 8h.
População Idosa em Belém é mais de 10% dos habitantes
De acordo com a estimativa populacional divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2016, o município de Belém possui 1.446.042 habitantes, sendo 149.990 o número de pessoas idosas, que equivale a 10,3% da população. “Belém já é considerado um município envelhecido, pois, segundo os padrões estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a partir de 7% a população é considerada envelhecida”, explicou Darley Quintas.
Em atenção a este público crescente na capital paraense, a Sesma oferece em suas 29 Unidades Municipais de Saúde o Programa Saúde do Idoso. A iniciativa busca garantir a promoção da saúde deste grupo populacional, com consultas individuais ou em ações coletivas para que os idosos sejam avaliados de forma global, visando identificar comprometimentos na saúde mental e cognitiva, na postura, no equilíbrio, na saúde auditiva e ocular, na autonomia em resolver suas atividades da vida diária, como ir à padaria, frequentar igrejas, participar de passeios e ações culturais, administrar a própria renda, entre outras atividades de sua rotina, assim como em seus relacionamentos familiares e rede de apoio.
A equipe do programa é composta por diversos profissionais, como médico clínico geral, serviço social, terapeuta ocupacional, técnicos de enfermagem, nutricionista e psicólogo. Dentre algumas atividades realizadas, destacam-se: atividades físicas e educativas, oficinas de memorização, dança, teatro, coral, prática de thichi, serviço de estética, oficina de reciclagem, passeio turístico entre outras.
Em atenção às pessoas que já passaram dos 60 anos, a rede municipal de saúde também conta com a Casa do Idoso, que diariamente oferece serviços de atendimentos referenciados em clínica médica, geriatria, dermatologia, cardiologia, fisioterapia, terapia ocupacional, odontologia, prótese dentária, fonoaudiologia, psicologia, reumatologia e enfermagem. Além do suporte clínico, no espaço os idosos participam de atividades em grupo e de oficinas de memória, artesanato e dança, entre outros.
Participante há 10 anos da Casa do Idoso, Guiselda da Luz contou como as atividades grupais a ajudou a enfrentar o luto após a morte do esposo. “Assim que meu marido faleceu eu comecei a participar da Casa do Idoso. Isso me fez sentir como uma recém-nascida, cheia de vida. Já se passaram dez anos, e eu não meço esforços para sair da minha casa, em Outeiro, para encontrar os meus amigos na Casa do Idoso e fazer atividades ao ar livre no Bosque, toda semana”, contou.
