Funpapa garante serviço especializado para pessoas em situação de rua

Foto: Camila Diger
Funpapa garante serviço especializado para pessoas em situação de rua
Funpapa garante serviço especializado para pessoas em situação de rua

Funpapa garante serviço especializado para pessoas em situação de rua

Há mais de vinte anos, Luiz Queiroz, 46, usa a rua como seu espaço de moradia. Vivendo debaixo de um barraco improvisado, feito de papelão e lona, na travessa Doutor Moraes, bairro de Batista Campos, Luiz está entre as seis mil pessoas em situação de rua que receberam algum serviço de garantia de direitos, por meio do trabalho da Fundação Papa João XXIII (Funpapa), nesses oito anos de serviços voltado à população de rua.

Em 2016, a equipe de abordagem social do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) Ilka Brandão, fez o primeiro contato com Luiz, que na época, vivia na companhia da esposa, Maria José, que faleceu em junho deste ano por complicações de saúde. Foi por meio do Creas que o casal conseguiu retirar a segunda via de todos os documentos como a Certidão de nascimento, Título, Rg, regularização do CPF, Carteira de Trabalho, entre outros. Além disso, eles deram início ao tratamento de Tuberculose e HIV, e foram inscritos nos programas sociais do Governo Federal Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida.  

Mesmo com resistência para serem acolhidos em uma das casas abrigo da Funpapa, a equipe continuou acompanhando o casal em todos os encaminhamentos necessários. Em 2019, a equipe social do Centro de Referência Especializado para Pessoas em Situação de Rua (Centro Pop), também passou a monitorar o casal. 

“O trabalho cotidiano realizado pelo Centro Pop faz com que a pessoa consiga dar um passo de cada vez para sua ressocialização. Seu Luiz e sua esposa, que infelizmente veio a óbito, conseguiram recuperar seus documentos e, ele segue recebendo os benefícios disponibilizados pelos programas sociais. Eles ficaram acolhidos na Casa Abrigo para Moradores Adulto de Rua (Camar) durante três dias, mas, infelizmente, não quiseram se adaptar às regras do abrigo e preferiram retornar para as ruas. Conseguimos tratamento de saúde na Casa Dia e inscrevê-los no programa habitacional na Sehab”, destacou a coordenadora do Centro Pop, Caroline Ribeiro.

Luiz quer ter uma casa própria, mas enquanto o sonho não se realiza, ele opta em viver no local onde quem impõe as regras é ele. “Fui no abrigo, mas não quis ficar, tem hora para entrar e sair, e eu preciso resolver as minhas coisas. Trabalho durante a madrugada ajudando montar as barracas da feira. É de lá que eu ganho uma ponta, e tiro o meu sustento. A equipe do Creas me ajudou a tirar todos os documentos. Sempre estão aqui conversando comigo. Me ofereceram o abrigo, mas tem meus cachorros e minhas coisas, por enquanto, vou ficar por aqui mesmo”, afirmou.    

Procedimento - A abordagem social de rua é feita de acordo com o cronograma e denúncias. Ela tem o objetivo de convencer as pessoas a saírem das ruas, e aceitarem a ajuda e acolhimento oferecidos pela rede de serviços assistenciais da Funpapa. Aqueles que aceitam, são encaminhados às casas de acolhimento. Além de moradia, alimentação e cuidados de higiene pessoal, as unidades oferecem atendimento psicossocial e fazem encaminhamento conforme a necessidade de cada pessoa ou família.

Assim como o Luiz, existem outras pessoas em situação de rua que são acompanhadas pela equipe do centro pop. “Nosso trabalho é de conquista. Quando nos aproximamos deles, conhecemos a sua história e criamos vínculos para ganhar a confiança, então, oferecermos as assistências. No caso de Luiz, são mais de três anos de vínculo. Conseguimos avançar em diversos aspectos, só ainda não conseguimos retirá-lo da rua, infelizmente”, pontuou Caroline.

Serviço - Belém disponibiliza de dois Centros Pops (Belém e Icoaraci) e duas Casas Abrigo para Pessoas em Situação de Rua (Camar I e II). O Centro-Pop pode ser acessado de forma espontânea pela pessoa em situação de rua, a qualquer momento. Quem for encaminhado pelo Serviço Especializado em Abordagem Social, ou por outros serviços da assistência social, política pública e de órgãos judiciários, também têm direito aos serviços oferecidos pela assistência. São contemplados jovens, adultos, idosos e famílias que utilizam as ruas como espaço de moradia e sobrevivência. Contudo, crianças e adolescentes podem ser atendidos somente quando estiverem acompanhados de familiar ou pessoa responsável.

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