Prefeitura capacita agentes para nova estratégia de combate à dengue

Município vai receber aproximadamente oito mil armadilhas para eliminação do mosquito transmissor. Os dispositivos serão instalados, inicialmente, em imóveis nos bairros com maior incidência de casos de dengue e 150 agentes de saúde passam por treinamento para realização do trabalho em Belém
Foto: Alexandre Cunha/ Ascom Sesma
Prefeitura capacita agentes para nova estratégia de combate à dengue
Prefeitura capacita agentes para nova estratégia de combate à dengue
Prefeitura capacita agentes para nova estratégia de combate à dengue
Prefeitura capacita agentes para nova estratégia de combate à dengue

Agentes aprenderam a como manusear as EDL's, armadilhas que ajudam a eliminar o mosquito transmissor das doenças

Como parte das estratégias permanentes de combate às endemias, a Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), vem intensificando ações voltadas à prevenção e controle de doenças como dengue, zika e chikungunya. Uma das mais recentes iniciativas é a adoção das Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDLs), tecnologia inovadora desenvolvida para reforçar o enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti.

Na manhã desta terça-feira (17), cerca de 150 Agentes de Combate às Endemias (ACEs) participaram de um treinamento para atuação com as EDLs. A capacitação foi realizada no Centro Integrado de Inclusão e Cidadania (CIIC) e contou com a presença de representantes da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Ministério da Saúde.

As EDLs, conhecidas como armadilhas para o mosquito, foram desenvolvidas pela Fiocruz em parceria com o Ministério da Saúde. A tecnologia tem como objetivo reduzir a população do vetor e, consequentemente, o número de casos das doenças associadas a ele. A apresentação das armadilhas ocorreu na segunda-feira (16), junto às autoridades de saúde, com explicações sobre seu funcionamento e o plano de aplicação nas residências.

A adesão da Prefeitura de Belém ao projeto nacional possibilitou o envio de aproximadamente oito mil armadilhas para a capital paraense. Os dispositivos serão instalados, inicialmente, em imóveis localizados nos bairros com maior incidência de casos de dengue, conforme apontam análises epidemiológicas e entomológicas realizadas pela Sesma.

Tecnologia de baixo custo e alta eficácia

Durante o treinamento, os agentes receberam orientações técnicas sobre o manuseio das EDLs, que representam uma solução de baixo custo, simples e com eficácia comprovada. “É uma tecnologia simples, de baixo custo e altamente eficaz, com impacto direto e comprovado na redução da população do vetor. Estamos fornecendo as Estações para todas as cidades, como Belém agora, onde será uma estratégia adicional para que a Secretaria de Saúde mantenha o controle das endemias oriundas do Aedes aegypti”, afirmou Sérgio Luz, pesquisador da Fiocruz.

As Estações Disseminadoras de Larvicidas consistem em baldes pretos com água limpa, envoltos por uma tela impregnada com larvicida. Essa estrutura atrai a fêmea do Aedes aegypti, que pousa para depositar seus ovos. No processo, ela entra em contato com o larvicida e o transporta para outros criadouros que visita, espalhando o produto de forma passiva. Isso permite atingir locais de difícil acesso para o controle tradicional, impedindo o desenvolvimento das larvas e interrompendo o ciclo de transmissão das arboviroses.

Capacitação e diálogo com a comunidade

A agente Sebastiana Elizete, com 10 anos de atuação no combate às endemias, destacou a importância da capacitação para garantir a eficácia do projeto. “A gente já viu muitos métodos testados, mas esse tem um diferencial: ele usa o próprio comportamento do mosquito contra ele. Com o treinamento, vamos estar mais preparados para orientar a população e garantir que o projeto funcione de verdade”, declarou.

A colega de Sebastiana, Débora Costa, reforçou o papel da mobilização social no sucesso da estratégia. “É fundamental que os moradores entendam como a EDL funciona e que ela precisa permanecer intacta dentro das casas. O diálogo com a comunidade será parte essencial do nosso trabalho”, pontuou.

Reforço para redução dos casos

De acordo com o secretário municipal de Saúde, Rômulo Nina, a chegada das EDLs reforça as ações da Sesma no enfrentamento às endemias, sobretudo a dengue. Ele destacou que, nos cinco primeiros meses deste ano, Belém registrou a expressiva redução de mais de 80% nos casos da doença.

“As armadilhas EDL são uma tecnologia importante para reforçar nossas ações de combate à dengue, especialmente em períodos chuvosos, quando os casos tendem a aumentar. Conseguimos reduzir o número de casos neste ano, mas sabemos que o controle precisa ser contínuo. Por isso, as EDLs vão fortalecer o que já fazemos e vão ajudar a manter os bons resultados,” destacou o secretário.

Próximas etapas

A próxima fase do projeto está prevista para ocorrer de 1º a 25 de julho, quando os agentes realizarão visitas domiciliares nos bairros selecionados, com o objetivo de orientar os moradores e obter autorização para a instalação das armadilhas.

A implantação das EDLs será realizada em duas etapas:

De 4 a 29 de agosto: instalação de 5.300 EDLs nos bairros Jurunas, Guamá, Condor, Canudos e Terra Firme;

De 1º a 27 de setembroinstalação de mais 3.650 EDLs nos bairros Marambaia, Sacramenta, Pedreira, Marco, Curió-Utinga e Souza.

Além dessas ações, outras 100 armadilhas serão instaladas no Parque da Cidade, como parte dos preparativos para a COP-30, reforçando o compromisso de Belém com a sustentabilidade ambiental e a promoção da saúde pública.

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