A educação municipal de Belém é reconhecida mais uma vez na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP). Neste ano, cinco alunos foram premiados, sendo uma medalha de bronze e quatro menções honrosas. Leonardo Leão, da Escola República de Portugal e Keyla dos Santos, da Escola Nestor Nonato de Lima, estão entre os premiados.
A conquista de Leonardo Leão, do 9º ano, veio quase de surpresa. O garoto não esperava conquistar a medalha de bronze na OBMEP. “Eu estava caminhando pela escola quando o professor de matemática, o Álvaro, veio me parabenizando. De início eu não acreditei, mas depois que caiu a ficha, achei muito legal”, ele conta. Para comemorar o feito, Leonardo recebeu homenagens da direção e dos professores da escola junto a seus colegas no auditório da unidade.
Aos 15 anos, Leonardo ainda não decidiu sua profissão futura, mas revela que a matemática não é seu objeto de estudo preferido. Sobre as avaliações da OBMEP, ele fala confiante. “Eu fiz o que eu sei. Algumas foram mais difíceis do que outras, algumas eu não entendi, mas mesmo assim eu fiz”, disse com firmeza. Os alunos da Escola República de Portugal realizam as provas das Olimpíadas desde a primeira edição, há 14 anos.
Um dos responsáveis pelo bom desempenho dos alunos nas provas é o professor de matemática Álvaro Aires Junior. “É a nossa quarta medalha aqui na escola. Isso é o resultado do nosso trabalho. Aqui nós trabalhamos juntos”, conta o professor. O incentivo ao estudo da matemática é presente no cotidiano dentro da sala de aula. “Gravei vários vídeos de apoio, trabalhamos dentro do nosso laboratório. Sempre falo para eles que a matemática não é tão difícil, ela é simples e tem muito a ver com o nosso dia-a-dia”, revela o professor.
Na escola Nestor Nonato de Lima, Keyla dos Santos recebeu menção honrosa na Olimpíada e confidencia que matemática não é sua disciplina favorita. “Na escola eu gosto mais de português, história, inglês. Matemática gosto mais ou menos. Eu sou uma boa aluna, mas às vezes eu tiro nota baixa”, revela a aluna do 7º ano . A garota, estreante na prova da OBMEP, foi surpreendida com o reconhecimento. “Nunca pensei que eu pudesse passar para a 3º fase. Eu estudo só na escola, porque em casa eu quase não tenho tempo, mas na sala eu presto bem atenção”, conta a garota de 13 anos.
O sonho de Keyla não é relacionado à matemática. A garota quer ser médica pediatra quando crescer. A família a apoia e comemora suas conquistas e desejos. O apoio também é encontrado nos professores e colegas da escola. “O professor Mário, que é diretor da escola, me deu o recado que eu tinha tirado uma boa nota na prova e eu fiquei muito feliz. Quando cheguei em casa contei logo para os meus pais, que ficaram muito orgulhosos”, lembra.
A professora Herlane Coutinho participou da construção da nota de Keyla e estimula os alunos da escola a estudarem sempre. “Eu acho importante porque eles estudam. Aqui, em uma escola que fica na periferia, a atuação da coordenação é muito boa”, disse. Herlane, professora da escola há 21 anos, incentiva os alunos a participarem da OBMEP todos os anos.
Também receberam menção honrosa as escolas Ruy da Silveira Brito, Liceu de Artes e Ofícios Mestre Raimundo Cardoso, e Manuela Freitas.
Concorrência - Na OBMEP, em todo o país, na primeira fase, foram inscritas 54 mil escolas. Dessas, cerca de 30 fazem parte da rede municipal de Belém.
“A Semec incentiva e divulga, por meio dos encontros formativos com os professores de matemática e coordenadores pedagógicos, a participação das escolas do ensino fundamental, anos finais”, destaca a professora Wilza Moraes, da equipe técnica do ensino fundamental. A formação dos professores é contínua, sendo realizada dentro da sala de aula e nos centros de formação.
Wilza explica que o objetivo da secretaria é “que os alunos da rede municipal de ensino possam ter outras oportunidades de educação no ensino público e assim buscar o desenvolvimento da aplicação do raciocínio lógico e da criatividade em conjunto com as demais habilidades no currículo escolar”.
