O embaixador da Suíça no Brasil, Hanspeter Mock, a secretária de Cultura do Pará, Ursula Vidal, e o diretor do Museu Paraense Emílio Goeldi, Nilson Gabas Júnior, assinaram nesta segunda-feira (10), em Belém, um Memorando de Entendimento e Acordo de Cooperação Técnica que garante recursos do Governo do Estado para a reforma e restauração da Casa Goeldi, imóvel que foi residência do naturalista suíço Emílio Goeldi, localizada no parque zoobotânico do Museu. Patrimônio histórico e cultural da Amazônia, a Casa Goeldi será restaurada e transformada em um centro de inovação em tecnologias sociais, científicas e educacionais.
O projeto de restauração do prédio é uma iniciativa conjunta da Embaixada da Suíça no Brasil, do Museu Paraense Emílio Goeldi, a mais antiga instituição de pesquisa da Amazônia, do Governo do Estado do Pará, do Instituto Peabiru e de parceiros do setor privado. A reforma integra a agenda Road to Belem, lançada pela Embaixada da Suíça no Brasil, que reafirma o compromisso suíço com a sustentabilidade na Amazônia antes, durante e depois da COP30, a conferência global sobre mudanças climáticas que ocorre na capital paraense.
Um evento de mobilização para a arrecadação de fundos reuniu no Museu Goeldi, no Planetary Embassy, espaço para as atividades da Suíça na COP30, doadores já confirmados e potenciais apoiadores interessados em contribuir para a restauração da Casa Goeldi. Mais do que uma reforma arquitetônica, observou o diretor Nilson Gabas Júnior, o projeto representa um investimento nas futuras gerações de pesquisadores e na valorização do conhecimento amazônico.
A secretária Ursula Vidal afirmou que a requalificação da Casa Goeldi mostra ao mundo a força e o conhecimento dos povos tradicionais. “O Museu Goeldi é reconhecido internacionalmente como instituição de pesquisa. A revitalização da Casa Goeldi devolve um centro para a compreensão da riqueza da Amazônia”, assinalou Ursula. “A Amazônia, tão diversa, nos ensina a viver na diversidade. É essa diferença que constrói o futuro. A biodiversidade deve ser um ativo de identidade amazônica”, destacou.
O embaixador da Suíça no Brasil, Hanspeter Mock, disse que a iniciativa reflete os valores da cooperação suíço-brasileira. “Ao revitalizar esse espaço histórico e transformá-lo em um centro de ciência e conexão entre comunidades tradicionais e pesquisadores, reafirmamos que o futuro do planeta depende de abordagens inovadoras, sustentáveis e colaborativas”, afirmou.
João Meirelles, do Instituto Peabiru, informou que o projeto já conseguiu 50% dos recursos necessários para a obra de requalificação do imóvel. O projeto é desenvolvido pelo escritório suíço Herzog & de Meuron, com colaboração do Instituto Pedra, e conta já com o apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e das entidades suíças EBP, Fundação Ameropa, MSC Foundation e Banco UBS.
A iniciativa também marca a reativação do legado suíço-brasileiro na Amazônia, fortalecendo uma história de cooperação científica e ambiental que remonta às origens do Museu Goeldi. Depois da COP30, a Casa Goeldi restaurada se tornará um espaço suíço-brasileiro de referência na Amazônia, dedicado à ciência, inovação e valorização dos saberes tradicionais, com atividades de pesquisa, educação e cultura abertas ao público.
Sobre o Road to Belem
O programa Road to Belem reúne diversas atividades da rede suíça no Brasil com o objetivo de promover o desenvolvimento econômico e a prosperidade por meio da identificação de soluções sustentáveis, compartilhadas e inovadoras. Suíça e Brasil são parceiros históricos e estratégicos, com intensas relações bilaterais nos âmbitos político, econômico, científico e da sustentabilidade.