Jhony Nasimento, 15 anos, diagnosticado com paralisia cerebral, é um dos 2.260 alunos matriculados na rede municipal de ensino. A mãe do estudante, Lílian Nascimento é doméstica e afirma que a evolução do filho na Escola Municipal Terezinha Sousa tem sido surpreendente. “Resolvi matricular o Jhony na escola mais próxima de minha casa. Quando o matriculei não tinha esperanças de que um dia eu iria ver meu filho escrevendo, conversando e participando de atividades de atletismo. Estou muito satisfeita e até lagrimo quando falo da evolução que meu filho apresenta dia após dia”, conta emocionada.
O atendimento a alunos com deficiência tem sido uma das prioridades da Prefeitura de Belém para garantir a inclusão e o pleno desenvolvimento desse público. Um dos projetos que ganhou destaque nacional pelos resultados com os alunos com deficiência é o Circuito Mini Atletismo Inclusivo, desenvolvido na Escola Municipal Terezinha Sousa dentro do projeto Portas Abertas, realizado em parceria coom o Instituto Rodrigo Mendes, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e Fundação Barcelona.
“A parceria do Portas Abertas nos trouxe uma visão de flexibilização e hoje, todos os nossos 518 alunos da unidade educacional, inclusive os 17 alunos com diagnósticos de deficiências intelectual e auditiva, paralisia cerebral, distúrbio de comportamento, hiperatividade, Transtorno do Espectro Autista (TEA) e síndromes de Turner e de Down, participam juntos das atividades elaboradas nos momentos de formação”, explica o professor de educação física Itair Medeiros.
Para garantir o aprimoramento das atividades oferecidas aos estudantes, a prefeitura oferece formação continuada para todos os educadores. Nos cursos, eles recebem orientações sobre como melhor atender alunos com deficiência e garantir o aprendizado.
Paralelamente, os alunos com deficiência matriculados a rede, recebem acompanhamento educacional especializado no Centro de Referência em Inclusão Educacional Gabriel Lima Mendes (Crie), onde uma equipe multidisciplinar apoia os estudantes e famílias com fisioterapia e atendimento psicossocial. O centro, criado em dezembro de 2015, se tornou grande parceiro das escolas municipais para o desenvolvimento dos estudantes.
Para o pai do aluno José Ribeiro, 11 anos, diagnosticado com síndrome de Down, os atendimentos no Crie tem sido fundamentais para o bom desenvolvimento de seu filho. “Tem surtido muito efeito e as atividades de arte-educação tem agradado muito o José, tanto que ele pede para ir todos os dias para lá. O meu filho só está apresentando um bom desenvolvimento por causa de todos os investimentos realizados na educação especializada”, comemora José Moacir Ribeiro.
Das 73 escolas de ensino infantil e fundamental de Belém, 50 possuem as salas de recursos multifuncionais onde, duas vezes por semana, equipes formadas por psicólogos, fisioterapeutas, pedagogos, entre outros profissionais, exploram as potencialidades dos alunos, de acordo com cada limitação. Nas salas há mobílias, recursos de tecnologia assistida, como máquina braile, teclado adaptado, jogos e softwares, além de outros instrumentos que auxiliam no desenvolvimento escolar dos atendidos.
Os investimentos realizados na Educação Inclusiva resultaram no aumento significativo do número de alunos com algum tipo de deficiência matriculados na rede. Em 2013 o total de alunos com deficiência era de 483. Em 2015, chegou a 1.382. Já em 2016 este número já chega a 2.260.
Para receber melhor os alunos, as escolas municipais também passaram por adaptações na estrutura com a construção de rampas de acesso, banheiros adaptados e placas sinalizadoras, além de transporte com ônibus escolares completamente refrigerados e adaptados com rampas elevatórias.