Mesmo com um problema de audição há quase dois anos, a idosa Maria Lúcia Neves, de 74 anos, faz questão de participar do Coral da Melhor Idade da Unidade Municipal de Saúde (UMS) do conjunto Providência, que fica no bairro de Val-de-Cans. Ela é uma das cerca de 40 idosas que fazem parte do projeto, criado pela UMS para atrair e levar mais qualidade de vida à melhor idade. Com o Natal chegando, os ensaios do coral se intensificaram para uma apresentação que será realizada por elas na próxima semana, em uma confraternização.
Mesmo sem ouvir direito, Maria Lúcia se esforça para decifrar a canção pela leitura labial e entrar no ritmo das demais companheiras de coral. A idosa explica de que forma o coral mudou a vida dela. “Sou viúva e vivo sozinha, e, fazer parte desses momentos de ensaio fazem eu me sentir mais viva. Vou pelo ritmo e quando vejo já estou cantando junto com elas”, conta, reforçando que o que mais gosta é das atividades realizadas pelo grupo dentro da UMS. “Quando venho para a unidade me alegro muito, porque gosto de estar junto das minhas colegas e da professora”, relata.
A professora a que Maria se refere é a psicóloga da Unidade, Renata Lobato, que explica que o coral foi formado há dois anos tanto para acrescentar mais uma atividade aos idosos, como para melhorar a qualidade de vida dos mesmos. “Surgiu essa necessidade durante o Círio, mas elas fazem questão de se apresentar sempre que são convidadas. Uma integrante que já cantava em outros corais virou a regente delas e ensaia como se fosse um coral ecumênico, que dá oportunidade para todas, já que os benefícios resultantes da mistura de inserção social e música são muito comuns de serem encontrados em um coral”, observa Renata.
A regente, Ilma Bacelar, faz parte de todas as atividades do grupo e ainda toma conta das vozes da turma da melhor idade da UMS. Ela também atua ainda em outro coral, o do Centro de Convivência Zoé Gueiros, no bairro do Tapanã, e leva a responsabilidade de juntar as vozes para as apresentações como a realização de um sonho. “Para mim, é muito prazeroso porque me sinto realizada cantando. É uma das coisas que mais gosto de fazer, e estar com elas é muito significativo para mim, além de me realizar como ser humano”, pontua.