O boxe chamou atenção de John Carlos Souza ainda aos seus seis anos quando acompanhava o pai, o boxeador John Anderson, nos treinos. E logo, o menino desenvolveu respeito e se encantou com o exemplo paterno. “Eu via que, enquanto muitos optavam por vícios na vida noturna, meu pai ao dedicar-se ao esporte, ganhava qualidade de vida e reconhecimento”, relembra orgulhoso, hoje aos 15 anos.
Entusiasmado com a rotina vivida pelo pai, o jovem John Souza decidiu também dedicar-se ao boxe, conciliando a prática esportiva aos estudos. “Apesar de treinar bastante, eu acreditava ser impossível me tornar um grande boxeador renomado como meu pai”, declarou durante a 4ª edição do Projeto Nocaute na Violência na noite desta terça-feira, 13, na Casa de Shows Mormaço, no bairro Cidade Velha.
No total, vinte lutas nas categorias infantil (7 a 14 anos), cadete (15 a 16 anos) e juvenil (17 anos) movimentaram o ringue montado na casa de show. De acordo com Zezé do Boxe, a iniciativa cada vez mais, vem consolidando o objetivo do projeto. “Quando pensei em por em prática o projeto, idealizei principalmente afastar, por meio do boxe, crianças e adolescentes de situações de risco, como às drogas e a violência”, destacou Zezé, que enfatizou a importância, do "apoio recebido da Prefeitura de Belém. Tem sido primordial para o engrandecimento do Nocaute na Violência que hoje recebe jovens de vários municípios e até estados”.
O projeto é realizado pela Associação Zezé do Boxe, com o apoio da Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Esporte, Juventude e Lazer (Sejel) e, em apenas três anos de existência já beneficiou mais de três mil crianças e adolescentes, dentre eles o John, que hoje compartilha com os colegas a conquista de ter se tornado Campeão Brasileiro de Boxe. O título veio em julho deste ano, na cidade de Campo Grande em Mato Grosso do Sul.
“Foi através do projeto que acreditei na minha capacidade em ser como meu pai, um grande vencedor”, afirma emocionado ao lado do colega Cleyson Oliveira, também Campeão Brasileiro, na categoria Cadete.
Outra campeã da noite desta terça-feira foi a adolescente de 14 anos Kethelem Pinheiro, vinda do município de Muaná, na Ilha do Marajó. “Este é um exemplo a ser seguido por outras regiões do Brasil”, disse. “Contar com o apoio municipal é essencial para continuar a busca de nossos ideais, e este é somente o início da minha grande trajetória no boxe. Só posso agradecer à Belém pela oportunidade oferecida”, disse após a vitória no ringue.
