Caminhadas e passeios pelo bairro do Benguí agora oferecem um novo atrativo aos moradores: um jardim está tomando conta de um dos locais que até meses atrás era considerado um dos 600 pontos críticos de despejo de lixo em Belém. A iniciativa é do Movimento de Emaús, em parceria com a Prefeitura Municipal de Belém, e contou com o apoio da sociedade.
O movimento denominado “Transformando o Lixão em Jardim” tem o apoio da Prefeitura, na retirada do lixo do local e na doação de mudas para serem plantadas. A ação conta, ainda, com o empenho de diversas pessoas ligadas ao Emaús, tanto na organização, quanto na convocação de moradores para auxiliar nos trabalhos de grafitagem e plantio das mudas.
Se passar pelo local um dia foi uma experiência desagradável, a moradora do bairro há 22 anos, Osete Pinheiro, conta que hoje a realidade é outra. “Agora temos espaço para passar, caminhar por aqui. Antigamente era só o lixo que ocupava a calçada. Além disso, o odor era muito forte, ficava incômodo andar por aqui”, afirmou. “Ficamos até mais despreocupadas com as crianças que brincam por aqui. Quando chovia, enchia tudo e era perigoso até que pegassem alguma doença. Todos os moradores ficaram muito felizes com essa mudança”, diz Osete.
Além de revitalizar um espaço para os moradores do bairro, o projeto ganhou um viés sustentável. Para fazer os jardins estão sendo utilizados objetos que antes eram despejados apenas como lixo. “Nós retiramos pneus que estavam jogados em algumas partes do Benguí, revitalizamos e estamos dispondo eles na calçada, transformando os pneus que eram lixo em canteiros de flores. Com isso, mostramos que os próprios vizinhos, como comunidade, podem procurar as secretarias e a Prefeitura para tomar suas próprias ações nesse sentido”, explica o coordenador de Sustentabilidade Financeira de Emaús, José Maria Dias.
Para os funcionários do Emaús, a principal virtude da iniciativa foi conseguir motivar a população para ajudar na transformação do lixão em um local agradável para todos. Um dos coordenadores da ação, Jomar Andrade, não esconde a satisfação com o movimento. “Nós contamos com todo apoio da sociedade, os moradores do entorno e realizamos um grande mutirão. Também tivemos a ajuda da Prefeitura na questão da limpeza do espaço físico, na ajuda do aterro e na doação de mudas para plantarmos. Convidamos também grupos de grafiteiros para colaborar na estética dos muros e esperamos terminar o trabalho o mais brevemente possível”, ressaltou.
Além do aspecto físico, da beleza e da limpeza no local, outro ponto importante que fica é o educacional. O Movimento de Emaús aproveitou a iniciativa para mostrar às crianças a importância de se manter o ambiente limpo e ensinar que elas podem fazer parte dessa mudança de pensamento. “O protagonismo juvenil tem esse caráter de participação da sociedade pelos seus direitos. Buscar conhecimento para reivindicar direitos. Nós trabalhamos mostrando que a sociedade e as crianças, mais especificamente, conheçam os seus direitos”, explicou a educadora de Emaús Lúcia Barreiro.
Praças passam por revitalização em Belém
A Prefeitura Municipal de Belém, por meio dos seus órgãos competentes, também segue realizando diversas vistorias nas praças da capital. Após a análise, inúmeros trabalhos de reconstrução, preservação e prevenção estão sendo realizados. Como local público, de lazer e convivência, a limpeza dessas áreas é essencial.
O chefe da Divisão do Departamento de Resíduos Sólidos da Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan), Orlando Gomes, é um dos responsáveis pela manutenção da limpeza das praças. “Esses serviços de limpeza, caiação, manutenção, raspagem, roçagem, varrição do espaço são feitos periodicamente pela Sesan. Mais especificamente, realizamos nos últimos dias todos esses serviços na praça Dalcídio Jurandir, inclusive com a lavagem do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e a lavagem de um espaço que abriga moradores de rua”, informa Orlando Gomes.
Além dos serviços de limpeza, a manutenção da beleza e da comodidade das praças também são preocupações constantes dos responsáveis pelo cuidado dos espaços. O coordenador da Divisão de Paisagismo de Logradouros Públicos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), João Batista, aponta que o trabalho realizado vem de muito tempo.
“Nós estamos com esse trabalho ininterrupto há mais de um ano. Já revitalizamos praças como a da Sereia, Felipe Patroni, praça Jaú, a do Operário, Lauro Sodré, São Sebastião, São Benedito, entre outras. É feito também serviços como a poda da árvores, o preparo no solo para que seja feito o plantio de plantas ornamentais ou até mesmo árvores de grande porte e arbustos, quando o solo permite”, afirma João Batista.
“Através dessas mudanças, os próprios moradores passaram a zelar mais pela praça do seu bairro, se comprometeram a não sujar e até mesmo fazer uma certa vigilância, pelo fato de alguns elementos estarem até roubando as mudas. Os moradores estão fazendo de tudo para que nada seja danificado”, completa João.