O projeto Educando com a Horta Escolar e a Gastronomia foi relançado na manhã desta terça-feira, 25, durante encontro formativo da rede municipal de ensino de Belém. O evento é uma realização da Secretaria Municipal de Educação (Semec), através da Fundação Municipal de Assistência ao Estudante (FMAE), e reuniu cerca de 50 diretores de unidades de educação no Núcleo de Informática Educativa (Nied). Este ano, mais 13 escolas receberão o projeto.
O relançamento cumpre uma das metas estabelecidas para o ano de 2017, que prevê a ampliação das hortas escolares. “Nós decidimos ampliar o número de hortas a cada ano, pois percebemos que o projeto tem favorecido as crianças com relação à qualidade de vida e consequentemente vem a influenciar no bom rendimento escolar”, disse o presidente da FMAE, Walmir Moraes.
Desde que foi lançado, em 2013, o projeto proporciona às escolas participantes bons resultados nas áreas ambiental, já que garante a reutilização de materiais que iriam para o lixo na implantação da horta; pedagógica, pois inclui a temática no currículo educacional através de métodos teóricos e práticos; e nutricional, com a reeducação alimentar. “Nosso objetivo maior é este: tornar a horta, além de espaço de cultivo, um laboratório vivo onde se é possível que a criança participe de todo o processo de aprendizagem sobre as hortaliças, desde a construção até a colheita”, destacou Moraes.
Neste primeiro semestre, mais 13 unidades de educação receberão o Educando com a Horta Escolar e a Gastronomia. São elas: Amância Pantoja, Alfredo Chaves, Canto do Uirapuru, Casa da Amizade, Elvira Quadros, Maria Heloisa de Castro, Jesus Maria José, Josino Viana, Rotary, Silvio Nascimento, Walter Leite, Santana do Aurá e Antonio Carvalho Brasil. Com a entrada destes novos espaços no projeto, o número de hortas escolares no município chega a 53.
“É importante que todos os gestores saibam dos benefícios que a horta escolar apresenta para que daqui a um tempo todos possam ter a sua própria horta”, explica a nutricionista Juliane Leite. “Geralmente, antes de conhecer o projeto, os estudantes têm maus costumes alimentares, como a preferência por alimentos doces e com bastante conservantes”, completa.
Dados apresentados pela equipe nutricional da FMAE mostram que com a horta, 80% das crianças da rede municipal de ensino já se encontram no estado de eutrofia, que é o estado nutricional adequado. A avaliação, realizada através da aferição das medidas corpóreas de peso e estatura e considerando a idade, envolveu no ano de 2016 cerca de 3.500 alunos da educação infantil e fundamental e atendeu a resolução de número 26 do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), que dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar aos alunos da educação básica no âmbito do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
A diretora da Escola Elvira Quadros, no bairro Tapanã, Letícia França, está ansiosa pela implantação da horta e disse que já planeja atividades para agregar ao projeto. “Queremos envolver todos os funcionários, alunos e pais neste projeto revolucionário. Assim que for implantada no mês de maio, pretendemos criar o teatro de fantoches e outras atividades que venham a estimular mais ainda os bons hábitos alimentícios da comunidade como um todo”, disse Letícia.
As unidades Elvira Quadros e Santana do Aurá deverão ser as primeiras unidades a receber o projeto, no próximo mês. Ainda em maio, haverá o início da revitalização das 40 hortas já implantadas. “Estaremos revigorando no dia 9 a hora escolar do Pedro Demo, e também iremos aproveitar a oportunidade para oferecer palestras e oficinas para a comunidade sobre como criar sua própria horta”, adiantou o presidente da Fmae.
Durante o encontro desta terça, ilustrações mostraram aos participantes o momento da implantação da horta e explicaram como se dá o acompanhamento técnico e as visitas às hortas. Também foram exemplificados os tipos de atividades a serem desenvolvidas a partir do projeto, além da formação dos manipuladores de alimentos e as formas de estímulo para a criação de hortas domiciliares.
“Já atendemos na fundação cerca de 300 famílias interessadas em construir suas hortas e muitas dessas famílias já vêm colocando o projeto em prática na sua própria casa”, diz a nutricionista Carmem Brandão. “Este número nos prova que o projeto vem ultrapassando os muros da escola, e isso nos deixa muito gratificados”, completou ela.