Muitas horas antes da bola rolar no gramado do Estádio Olímpico, um outro time se organiza para que os torcedores possam chegar ao Mangueirão sem atropelos nem congestionamentos. Para isso a Semob escalou agentes de trânsito e viaturas, distribuídas nas principais vias de acesso. “A gente faz sentido único na avenida Mangueirão. Na entrada do jogo, sentido Centenário para o Mangueirão. No final, faz o inverso. Nossas principais preocupações são a segurança do torcedor e a fluidez do trânsito”, explicou Joaquim Aflalo, supervisor de operações para o Trânsito da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob).
Neste domingo, 7, mais de 34 mil pessoas foram assistir ao maior clássico da região Norte, que definiu o campeão paraense de 2017. Enquanto uns se divertiam, outros aproveitavam a multidão para ganhar um dinheiro extra, como o vendedor de salgado e suco Edney Santos. “Eu trouxe quatro vezes mais que trago normalmente e mesmo assim, nem durou para o final do jogo. Poderia ter trazido mais”, contou.
A organização dos ambulantes, para que não que se instalem em locais irregulares, impedindo o fluxo, fica por conta da Secretaria Municipal de Economia (Secon), que reforça o efetivo em dia de grande público. “Colocamos um efetivo de 25 funcionários para fiscalizar os vendedores. Estamos fazendo o trabalho de retirada dos ambulantes aqui do anel do mangueirão, tirando da pista de rolamento, para garantir a fluidez de carros e público em geral”, explicou César Dias da Cunha, chefe de seção da Secon.
Se todo mundo chegou com tranquilidade e já garantiu aquele churrasquinho, é hora do espetáculo. Famílias inteiras se unem para torcer, ainda que de lados opostos. “A família vem toda junta, em paz. A maioria é remista, mas infelizmente duas filhas foram para o lado de lá. O que importa é que depois, não interessa o resultado, todos se encontrem e entendam que no esporte sempre alguém vai ter que perder”, frisou a torcedora do Clube do Remo Nazaré Lima. “E para todos que ainda duvidam, eu digo: lugar de mulher é no estádio”, completou ela.
Para a tristeza da Nazaré, quem ficou com o título, garantido no minuto final da partida, foi o Paysandu, bicampeão paraense. Conquista muito comemorada pelo torcedor Álvaro Motta. “A gente não precisa de motivo adicional nenhum para vir até aqui. O Paysandu já é o suficiente. Não tem preço viver tudo isso”, afirmou, sorridente, o bicolor.
Fim de jogo e enquanto apenas um lado da arquibancada comemora, os jogadores e comissão técnica recebem o troféu de campeão das mãos do secretario municipal de Esporte, Juventude e Lazer ( Sejel), Wilson Neto. “A Prefeitura tem uma satisfação enorme de participar do campeonato paraense por seus diversos órgãos, para que aconteça essa festa bonita, que reúne diversas famílias. Parabéns ao Paysandu e ao Clube do Remo pela trajetória do torneio”, afirmou o secretário.