“Não pode jogar lixo na rua e tem que jogar o que já usamos na cor certa da lixeira”, orientou a estudante Tayná Gomes, de cinco anos, após participar das atividades de educação ambiental desenvolvidas nas salas de aula da Escola Municipal Padre Leandro Pinheiro, localizada no bairro do Guamá. As ações ensinam e estimulam a coleta seletiva, preservação ambiental e cuidados dentro de casa e na comunidade. Também fazem parte dos preparativos para a Semana do Meio Ambiente, que inicia no dia 2 de junho.
O projeto é uma iniciativa da Secretaria Municipal de Meio Ambienta (Semma), Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan) e alunos da Universidade Federal do Pará (UFPA), que integram a organização sem fins lucrativos Enactus, que busca inspirar estudantes a melhorar o mundo por meio da chamada Ação Empreendedora. Luana Coelho da Silva, estudante de Biotecnologia, destacou que nunca é cedo para aprender a cuidar do meio ambiente. “Temos que já ensinar a coleta seletiva, pra que os alunos desde pequenos já tenham a consciência”, defendeu.
Pelo projeto, são realizadas palestras e dinâmicas que têm conquistado cada vez mais o interesse dos alunos. “A gente trabalha de forma bem lúdica, com oficinas de materiais recicláveis, sempre falando da reutilização e reciclagem”, detalhou a pedagoga da Semma, Ingrid Dias.
Belém tem mais de 600 pontos de despejo irregular de lixo e um deles fica justamente ao lado da Escola Padre Leandro Pinheiro. A partir do projeto, os estudantes e professores já têm planos para acabar com a lixarada no local. “Vamos transformar o lixão que existe na lateral em um canteiro de flores. Vamos pintar pneus e fazer plantios de mudas durante a semana. Vai ficar muito agradável”, planeja a coordenadora de Educação Ambiental e Desenvolvimento Comunitário da Semma, Jurema Guerreiro.
“Após as palestras, cada um deles levou uma plantinha pra casa pra cuidar delas. Nós queremos observar o comportamento deles durante o intervalo, por exemplo, pra notar se eles vão cuidar mais da própria escola”, disse Ivanilda Santos, administradora da escola.
Com o projeto, o cuidado com a natureza vem ganhando espaço na educação regular como matemática, português e as matérias tradicionalmente curriculares, explica a professora Karla Souza. “Esses ensinamentos são essenciais para a formação dessas crianças como cidadãos”, defendeu. Segundo ela, o principal objetivo é alcançado, quando as crianças chegam no dia seguinte e dizem ter ensinado os pais.
E no que depender do aluno da 4° série Cauê Chagas, de 11 anos, tanto o bairro, como a escola ficarão cada vez mais limpos. “Eu aprendi a preservar, pois nem tudo que se joga no lixo é lixo. Muita coisa pode ser reaproveitada”, esclareceu. “Levei minha plantinha pra cuidar em casa, assim como vamos cuidar da escola", prometeu.