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Programação valoriza inclusão de pessoas com transtornos mentais

Foto: Alessandra Serrão - NID/Comus
Programação valoriza inclusão de pessoas com transtornos mentais
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Raimundo Audifran avança no tratamento de recuperação e retoma atividades artísticas

Usuários do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras drogas (CAPS AD) ganharam programação especial nesta quinta-feira, 11, alusiva ao Dia Nacional de Luta Antimanicomial, celebrado no próximo dia 18 de maio. Rodas de conversa, ioga, atividades artísticas, música, teatro e dança foram os instrumentos utilizados para promover a ressocialização e a inclusão de pessoas com transtornos mentais.

Um dos muros do CAPS AD foi escolhido para receber pinturas coloridas e desenhos feitos pelos próprios usuários. O momento foi muito significativo para Raimundo Audifran, usuário há seis meses do CAPS, que aproveitou para retomar um antigo hobby: a pintura, atividade que ele abandonou por causa do uso de drogas e uma vida, segundo ele, repleta de “farras”. “As drogas me afastaram do meu hábito de desenhar. Hoje é muito bom poder colocar em prática. Tinha uma vida sem sentido, viajava muito para os interiores como pedreiro. Vivia muito em 'farras' e foi quando me envolvi com as drogas. Mas, no dia de natal do ano passado, resolvi fazer umas contas e percebi que o que eu gastava com drogas poderia fazer muitas coisas boas para minha família”, recorda.

Audifran decidiu mudar de vida e contou com a ajuda do irmão para chegar ao CAPS. Atualmente, ele está no acolhimento intensivo. “Estou passando por um tratamento intensivo, com uma equipe muito boa, que me mostra o quanto sou capaz”, conta. Ele está quase de alta. Conseguiu um emprego e já tem vários planos, sendo o principal resgatar sua família.

Para a gerente do CAPS AD, Angélica Elmescany, a programação foi montada uma semana antes da data oficial para que os usuários do CAPS pudessem comemorar a data com uma programação só para eles e por eles. “Precisamos sempre comemorar esse momento histórico para a saúde mental do Brasil, que marca o fim dos manicômios e o início de um tratamento inclusivo e humanizado. Hoje, o CAPS busca a inclusão por meio de parcerias para dar alternativas para que a pessoa com transtorno mental possa ter oportunidades ao sair daqui.  Nosso usuário é atendido de acordo com o seu histórico e não só pelo transtorno em si, levamos em conta a parte social", afirma.

Atento às falas da equipe do CAPS e com lágrimas nos olhos, Gilson Colins, 44 anos, recordou, durante a montagem do “Varal de Luta”, toda a sua trajetória como usuário de drogas e a decisão de buscar tratamento. “Eu achava que estava tudo bem, mas não enxergava a escuridão que a minha vida estava até que encontrei voluntários que faziam atendimento de rua, que me levaram ao CAPS. Aqui fui acolhido e sou incentivado todos os dias a buscar uma vida livre das drogas. Eu me achava um gatinho, mas descobri um leão dentro de mim e é com ele que luto. Aqui tenho uma família e amigos que me mostram que eu sou importante. Hoje sou muito feliz e pretendo sair de cabeça erguida e retomar minha vida”, relatou. Seu Gilson fez questão de ressaltar que a programação de hoje tirou todos da rotina e a participação também é uma forma de reação.

O CAPS AD integra a Rede de Atenção Psicossocial do município e, atualmente, possui mais de 500 usuários matriculados. Realiza atendimento das demandas relacionadas à saúde mental de adultos e adolescentes a partir de 12 anos, com transtorno ou sofrimento mental, especificamente os relacionados ao uso problemático de álcool e outras drogas. Funciona na Av. Governador José Malcher nº 1457 entre 14 de Março e Generalíssimo Deodoro, das 8  às 17h, de segunda à sexta-feira.

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