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Encontro amplia debate sobre crianças e adolescentes vítimas de violência

Foto: Uchôa Silva-Agência Belém
Encontro amplia debate sobre crianças e adolescentes vítimas de violência
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Encontro amplia debate sobre crianças e adolescentes vítimas de violência

Integrantes e representantes da rede de proteção participaram das discussões sobre o atendimento a crianças e adolescentes em situação de risco

Em alusão ao dia 18 de maio, quando são lembradas a luta pela saúde mental e o combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, entidades públicas e privadas iniciaram, nesta terça-feira, 30, uma série de encontros para discutir as inúmeras situações de violência a que crianças e adolescentes estão expostos e também o funcionamento da rede de assistência, saúde, proteção e garantia de direitos para esse público no município de Belém. Cerca de 50 pessoas estiveram presentes no encontro realizado na sede do Ministério Público de Icoaraci. 

De acordo com Maisa Gomes, coordenadora da Referência Técnica de Prevenção de Acidentes e Violência da Secretaria Municipal de Saúde, a violência é um problema de múltiplas causas e não pode ser trabalhada individualmente. A vítima deve ser tratada de forma respeitosa e com encaminhamentos assertivos e funcionais. “Quando uma pessoa que sofreu a violência chega no serviço de saúde, nós encaminhamos para a rede de atendimento e, muitas vezes, ela retorna sem o devido atendimento. Por isso, a proposta deste encontro é fortalecer o fluxo, para que o encaminhamento da pessoa em situação de violência seja correto. Para isso, nós precisamos conhecer o que há disponível em cada distrito e dar visibilidade a esses serviços para a comunidade. A partir do momento que a gente fortalece a rede, os usuários são bem atendidos, bem acolhidos”, explicou Maisa.

Porta de entrada para inúmeras denúncias, o Conselho Tutelar é responsável por grande parte dos encaminhamentos de crianças e adolescentes em situação de risco para os serviços de saúde e assistência. “O Disque 100 hoje é responsável pelo maior número de denúncias e uma prioridade no nosso trabalho, pois precisamos ir até o local para constatar se é uma denúncia verdadeira ou não”, ressaltou o conselheiro tutelar, Sérgio Cruz, que teve a fala completada pela representante do Ministério Público, Suely Lobo. “As situações chegam de forma gigante para nós. Nas ilhas, temos casos de abusos que são perpetrados por gerações e a gente precisa desarticular, dar um encaminhamento para as famílias. Em geral, as vítimas não se vêem enquanto pessoas constituídas de direito e isso precisa ser mudado. Esse encontro já é um passo”, garantiu.

O cuidado com crianças e adolescentes para a prevenção de violência precisa passar pela quebra de tabus e ampliar o diálogo sobre temas como drogas e sexualidade, afirma a afirma a psicóloga e coordenadora da Referência Técnica de Saúde Mental da Sesma, Vera Fonseca. Segundo ela, a abertura para o debate de temas vistos como polêmicos ajuda a combater diversas questões culturais e sócio-econômicas que podem resultar em casos de abuso e violência infantojuvenil. “Sem orientação, as crianças ficam muito vulneráveis e mais fáceis de serem aliciadas. Por isso, é fundamental o diálogo dentro de casa, nas escolas e junto aos profissionais”, destacou.

Outros encontros acontecerão até o final do ano e devem contemplar todos os distritos de Belém.

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