Prefeitura e Emater capacitam mais 750 agricultores familiares em Mosqueiro

Em parceria com a Emater, a Prefeitura de Belém desenvolve um trabalho de produção orgânica na ilha.
Foto: Tássia Barros - Comus
Prefeitura e Emater capacitam mais 750 agricultores familiares em Mosqueiro
Prefeitura e Emater capacitam mais 750 agricultores familiares em Mosqueiro
Prefeitura e Emater capacitam mais 750 agricultores familiares em Mosqueiro
Prefeitura e Emater capacitam mais 750 agricultores familiares em Mosqueiro
Prefeitura e Emater capacitam mais 750 agricultores familiares em Mosqueiro

A parceria entre a Prefeitura de Belém e a Emater beneficia os pequenos produtores da agricultura familiar.

“A gente já sofreu muito com a falta de assistência. Precisávamos de uma orientação pra trabalhar com uma produção maior”. A afirmação é do agricultor familiar, Antônio Monteiro Silva, de 51 anos, que mora no Assentamento Elizabeth Teixeira, em Mosqueiro. Até ano passado, ele vivia da criação de galinhas e patos, e da plantação de açaí e cupuaçu. Porém, a pequena produção não ia para frente e Antônio via as dívidas começaram a se acumular. “Não adianta você produzir se não tem pra quem vender”, destacou o agricultor, que nasceu no Tocantins e veio para o Pará em busca de uma vida melhor.

Ele viu uma nova oportunidade de crescer bater à porta ano passado, quando a Prefeitura de Belém, através do Fundo Municipal de Assistência ao Estudante (Fmae) em parceria com a Emater-Pará, procurou os assentados com a proposta de capacitá-los para produzir gêneros alimentícios orgânicos. A proposta ia além, e também dava a garantia de que os produtos seriam adquiridos pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do governo federal, e pela merenda escolar municipal, através do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). 

De lá para cá, os 150 assentados do Elizabeth Teixeira, entre eles Seu Antônio, têm recebido capacitação teórica e prática no próprio assentamento sobre como tratar a terra, plantar, colher e combater possíveis pragas. Uma pequena horta experimental já começa a dar seus primeiros frutos. A horta produz pimentão, pepino, cariru, coentro, feijão de metro e abóbora, porém ainda em pequena escala.

“Pra gente plantar só a vontade não basta. Então, eles nos deram toda a técnica que a gente precisava pra fazer dar certo. E juntando teoria e prática, agora, tem tudo pra dar certo. Estamos muito otimistas”, disse o agricultor Antônio. A vizinha dele, Maria Goretti Nascimento, de 49 anos, também tem grandes expectativas para o futuro da horta familiar no local. “Adquirir uma terra e viver através dela é difícil, mas estamos com muita esperança. Porque antes, a gente não tinha um mercado pra adquirir os nossos produtos, a gente praticamente dava o produto. Agora sabemos que vai ser diferente”, ressaltou.

O objetivo da Prefeitura de Belém é alcançar em Mosqueiro resultados semelhantes aos que vêm sendo obtidos na ilha de Cotijuba, onde já existe até uma cooperativa organizada, a Copabel - Cooperativa Agropecuária de Produtores de Belém do Pará. Essa pequena cooperativa que começou vendendo R$ 60 mil em produtos por ano para a Prefeitura de Belém, hoje chega a vender até R$ 2 milhões ao ano.

“Belém tinha uma carência muito grande, e ainda tem, de produção de agricultura familiar dentro do município. A gente já conseguiu fomentar essa produção em Cotijuba, que hoje é uma das maiores fornecedoras de hortifrutis para merenda escolar. E estamos expandindo para os assentamentos que estão na região de Mosqueiro”, explicou o diretor geral da Fmae, João Augusto Moraes.

Atualmente, a Copabel é responsável por 36% dos produtos utilizados na merenda escolar. Por lei, os municípios têm a obrigação de utilizar 30% dos recursos repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) com agricultura familiar. “A gente incentiva a produção familiar em Belém, porque é uma política pública que vai proporcionar qualidade de vida para essas pessoas, é a certeza de que o que eles produzem será vendido, trará retorno”, ressaltou o diretor geral da Fmae.

O agrônomo Francisco Edowardo Shimpo, da Emater, completa: “O que buscamos é orientar o produtor para ter uma produção satisfatória, e dessa forma também diminuir a importação de produtos de outros estados”. Shimpo confirma que o foco é a produção de alimentos orgânicos. “É necessário que se faça um trabalho para a produção de produtos orgânicos, um alimento mais sadio, sem agrotóxicos e com mais vitaminas. Isso é algo que já foi comprovado pela medicina”, disse.

A Prefeitura de Belém e a Emater também estão desenvolvendo um trabalho de incentivo à produção orgânica no Assentamento Mártires de Abril, ainda em Mosqueiro. Mais de 600 agricultores já receberam todo o treinamento teórico e em breve devem começar a parte prática, com a preparação da terra e das hortas.

TAGS:

Relacionadas: