Do início do ano até este mês de julho aproximadamente 2,5 quilômetros de estivas e pontes de madeira foram construídas ou recuperadas pela Prefeitura de Belém em diferentes bairros da cidade, beneficiando mais de cinco mil pessoas com melhores condições de acesso dentro de suas comunidades. As obras de revitalização estão concentradas, atualmente, em comunidades da Vila da Barca, no Telégrafo, e Guamá, como o canal Caraparu. As intervenções têm garantido mais digniade e segurança no ir vir das famílias que construíram casas em de áreas de palafitas, terrenos alagadiços ou que recebem influência da maré.
É na nova estrutura de pontes revitalizada pela prefeitura que caminha a aposentada Iraci Ribeiro, 65 anos, moradora da Vila da Barca há mais de 40 anos. Ela conta que quando mudou para a comunidade, ainda na década de 1970, as casas não eram tão próximas, e que a quantidade de moradias multiplicou nos últimos anos. “As estivas são nossas ruas e com mais gente usando ela desgasta mais rápido e precisa de conserto. Tinha vizinho aqui que eu nem visitava mais porque eu não tinha coragem de me arriscar em cima das madeiras podres e quebradas”, lembra a aposentada.
Na Vila da Barca, onde residem aproximadamente 12 mil pessoas, estão sendo recuperadas as estivas das passagens Cametá, Padre Julião e Praiana. Somadas, as extensões das vias ultrapassam 1400 metros. “Já estamos com 85% da obra executada e nossa previsão é de que os serviços prossigam até o final deste mês”, conta a diretora de obras da Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan), Nelma Siqueira. “Para durabilidade do serviço, o reforço da estrutura das estivas está sendo feito com esteios de angelim, que é uma madeira muito durável e resistente a ação da água e cupins”, detalha, acrescentando que grande parte da madeira usada veio de doação do Ibama.
Na Rua Caraparu, no Guamá, quem comemora as obras de recuperação é a aposentada Zuleide da Costa, 80 anos. Há alguns anos ela precisa de companhia para caminhar na rua e mesmo assim não sentia segurança ao transitar por cima de uma ponte que, segundo ela, “balançava muito e parecia que ia cair a qualquer momento”. As obras ao longo do canal Caraparu e também no Beco da Rosa contemplam 385 metros de estivas, beneficiando 700 moradores. No Guamá, a previsão da Sesan é concluir os reparos no mês de agosto.
Recentemente, a comunidade Bairro da Fé, no Tapanã, foi beneficiada com mais de 600 metros de estivas recuperadas, assegurando acesso de moradores que antes chegaram a viver praticamente isolados. Pontes de madeira também foram recuperadas na Passagem Cruzeiro, no Curió-Utinga; Rua Andorinhas, no Sideral; e Rua Padre Józimo, no Tapanã.
Nos próximos dias, a Prefeitura vai iniciar obras em pontes e palafitas das passagens Soledade e José Maria, na comunidade Buraco Fundo, em Icoaraci.