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Estudantes produzem raquetes feitas de miriti para aulas de tênis de projeto de inclusão

Foto: João Gomes / COMUS
Estudantes produzem raquetes feitas de miriti para aulas de tênis de projeto de inclusão
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Estudantes produzem raquetes feitas de miriti para aulas de tênis de projeto de inclusão
Estudantes produzem raquetes feitas de miriti para aulas de tênis de projeto de inclusão

Oficina ensinou estudantes a produzirem a própria raquete

 

Preocupados com a produção e despejo inadequado de lixo na comunidade, educadores da Escola Municipal Teresinha Souza, localizada no bairro do Castanheira, promoveram uma ação diferente na manhã desta sexta-feira, 18, uma oficina de confecção de raquetes feitas de miriti. A iniciativa teve apoio da Associação de Brinquedos de Miriti de Abaetetuba (Asamab), e os objetos produzidos serão os novos instrumentos dos estudantes nas aulas do projeto Mini Tênis Inclusivo, que já usa equipamentos produzidos com materiais recicláveis e que ganhou reconhecimento nacional após ser premiado entre as melhores práticas educacionais de inclusão no país.

“É importante que, desde a fase infantil, as crianças tenham comprometimento não só com o seu próximo, mas com a natureza”, defendeu o professor responsável pelo projeto, Itair Medeiros, para quem a inclusão e a sustentabilidade não podem ser desvinculadas no processo educacional. “Nós começamos o projeto inclusivo através da reutilização de materiais que poderiam ser descartados”, explicou. Segundo ele, atualmente, o número crescente de produção de lixo é preocupante na capital, onde a prefeitura recolhe cerca de 1500 toneladas de lixo e entulho diariamente.

Aluna do projeto, Letícia Neves, de nove anos, compreende que pode contribuir com a redução do lixo, junto com a família. “Se eu tomo um refrigerante não preciso jogar a garrafa fora, mas separar, guardar e usar para algo necessário”, ensinou a menina, que lembra que o projeto usa as garrafas para aparar bolas.

Além de garrafas pets, são utilizados pneus de carro, papelão, cabos de vassoura, e outros materiais retirados do lixo que viram instrumentos de apoio nas práticas esportivas do projeto Mini Tênis Inclusivo. “Agora, com as raquetes de miriti produzidas pelos próprios estudantes, a conscientização é maior” avaliou Itair.

“Não tem como não esconder a felicidade e a pressa em poder estrear algo sustentável produzido por mim”, entusiasmou-se o estudante Deyvid Rayol, 11 anos, ao exibir a raquete que ele produziu na oficina desta sexta-feira. “As raquetes de miriti que produzimos são feitas somente da tala da palmeira, que já vai cair, mas as raquetes tradicionais, que compramos por aí, são produzidas com madeiras retiradas de árvores que não são replantadas”, alertou o menino que também aprendeu sobre o desmatamento ilegal na Amazônia, durante a atividade.

A oficina também contou com a exibição de vídeos sobre preservação da natureza, cultura do miriti e os processos de confecção da raquete. Os estudantes preparam-se agora, para a próxima etapa da oficina, quando as raquetes receberão pinturas em graffite, na próxima semana, com ajuda dos professores de educação artística da escola.  

Manoel Miranda, artesão da Asamab, considerou um sucesso a programação da oficina de raquetes de miriti, tanto no aspecto técnico da produção do equipamento, como na formação cidadã de alunos conscientes da importância de preservar a natureza.

Sobre o projeto – Mini Tênis Inclusivo é um projeto de inclusão educacional premiado e reconhecido nacionalmente, desenvolvido desde 2015, em uma parceria da Prefeitura de Belém, com o Instituto Rodrigo Mendes, Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e Fundação Barcelona, instituição vinculada ao time espanhol de mesmo nome.

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