A programação da Semana do Folclore, promovida pela Fundação Cultural do Município (Fumbel), teve prosseguimento neste sábado, 26, na data em que se celebra o Dia Municipal do Carimbó, uma alusão ao aniversário de Mestre Verequete, que nasceu há 101 anos. No final da tarde, no Memorial dos Povos, foi realizado um seminário com a participação de integrantes de grupos folclóricos de pássaros juninos, quadrilhas, grupos de toadas e de bois bumbá da Região Metropolitana de Belém.
As discussões giraram em torno de assuntos sobre as políticas públicas de cultura popular e sobre o edital das programações culturais para 2018 e dos anos seguintes, em especial, a do arraial que é realizado no mês de junho, pela Fumbel.
O chefe de Divisão de Artes Cênicas da Fumbel (DAEC), Cleber Raiol, que também é coordenador do grupo parafolclórico Mistura Regional, falou sobre a necessidade dos grupos se organizarem e buscarem associações de classe para melhor desenvolver o trabalho deles. “Todo e qualquer patrocínio ou apoio financeiro precisa estar atrelado a projetos. Os grupos folclóricos devem estar ligados a associações ou federações de classe, e só assim terão acesso a verbas, sejam elas públicas ou privadas. O Ministério Público do Estado fiscaliza esses repasses de verba muito de perto e faz as cobranças quando necessárias. Então, o que aconselhamos é que todos busquem a regularização e que estejam com documentações em dia”, explicou o diretor.
“O precisamos é chegar bem perto de uma coisa mais profissional e com responsabilidade. Temos que fazer estar sempre com a pergunta sobre o que esperamos sobre políticas públicas de incentivo, em nosso pensamento. Essas políticas existem e devem ser buscadas”, completou.
Reuniões - Cleber informou que outras reuniões já estão sendo articuladas para que os grupos opinem sobre o formato do arraial junino do ano que vem, e assim seja fechada uma proposta consistente e de consenso que será levada à Fumbel.
Reuniões como a deste sábado são muito importantes na opinião de José de Jesus, o Careca, coordenador do grupo Tribo Awareté, que trabalha com o resgate de toadas de indígenas e tribais, no conjunto Paraíso dos Pássaros, no bairro de Val de Cães. “Encontros como este proporcionam saber o que os outros grupos estão fazendo, o que permite uma interação maior entre nós, até mesmo para conhecer o trabalho um do outro e discutir como melhorar o que fazemos. Acho que a saída é a parceria, tanto que nós e outros grupos estamos nos organizando em uma associação, o que acredito vai ser muito benéfico a todos”, aposta Careca.
A programação do dia foi encerrada com a exibição do documentário paraense de curta metragem “Chama Verequete”, que foi dirigido no ano de 2002 por Luiz Arnaldo Campos e Rogério Parreira. O curta é simbólico ao mostrar a resistência do carimbó, ritmo típico paraense, que chegou a ter sua veiculação proibida por dois decretos municipais - o último de 1916 -, até ganhar o merecido reconhecimento ao receber o título de Patrimônio Cultural Brasileiro, concedido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 2015.
Programação – Um cortejo, com o título de Levada Folclórica, encerra a programação da Semana do Folclore, neste domingo, 27. A partir das 16 horas, os grupos de carimbó e de toadas de boi se reúnem na Praça Brasil, no bairro do Umarizal. Desse local, eles saem em cortejo com destino ao Complexo Ver-o-Rio, onde haverá uma roda de carimbó e homenagens aos mestres da cultura popular, com início às 18h, se encerrando uma hora depois.
Os mestres que serão homenageados são João, do grupo Águia Negra; Mestre Venâncio, do grupo Os Baioaras; Etelvina, do grupo Asa Branca; Iracema Oliveira, do grupo Pássaro Tucano; e Zezinho, do grupo Encantos do Sol. A programação tem entrada gratuita.