A partir de segunda-feira, 11, as vidas de mais de 100 crianças e seus familiares, moradores do bairro do Bengui, terão uma mudança significativa. Nesse dia, começa o ano letivo na Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Gilvânia Márcia Barros da Silva, que foi inaugurada na manhã desta quarta-feira, 6, pelo prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho.
A escola vai funcionar em regime de tempo integral, no horário das 7h30 às 17h30, com 112 vagas para educação infantil, na faixa etária de 2 a 5 anos. O espaço foi construído no terreno da antiga escola São Clemente, que funcionava nesse local, mas que foi fechada. A escola foi planejada em um novo padrão, com amplo espaço para aprendizagem e lazer, e conta quatro salas de aula climatizadas, jardim com playground, depósitos de alimentos e materiais, cozinha, refeitório, banheiros, sala de leitura, tudo dentro dos padrões de acessibilidade para portadores de necessidades especiais.
Na inauguração, a comunidade estava presente, assim como líderes comunitários, as crianças e seus pais. Ieda Bruna Vieira, de 22 anos, levou os três filhos para o evento, sendo que Yuri, de dois anos, e Luiz Carlos, de três, estão matriculados na escola, e a pequena Nicole virá no ano que vem. “Eu nem sei o que dizer o que esta escola significa pra mim. Luto como muita dificuldade para dar o melhor aos meus filhos, mas fiquei desempregada e não conseguia trabalho porque não tinha com quem deixar as crianças. Quando eu soube que iria abrir essa escola, vim logo procurar, e fui bem atendida em tudo. Agora, eu vou poder voltar a trabalhar como cobradora e as coisas vão começar a se arrumar”, acredita Ieda Bruna, muito emocionada.
Para o prefeito Zenaldo Coutinho, as escolas são e devem ser a extensão do lar de cada criança. “Estamos aqui festejando a educação. E isso é o que mais nos faz feliz. Sabemos da grande importância que uma escola deste porte impacta em cada família, porque sabemos que as mães, em especial, deixam de trabalhar porque não têm com quem deixar suas crianças, e é por isso que a escola é um espaço de integração e também de apoio, que parte das pessoas que aqui trabalham, cuidando com carinho dos alunos”, ressaltou o prefeito.
“Vamos proporcionar nesta escola um ensino de qualidade, em um espaço pensado para o bem estar das crianças. Por isso, é importante a manutenção deste local, que é de todos da comunidade, e também uma forma de pertencimento com o bairro do Bengui e seus moradores”, concluiu Zenaldo Coutinho.
Espaço - As quatro salas da escola vão receber turmas do Maternal I e II e do Jardim. As crianças entram às 7h30, e recebem quatro refeições - lanche da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar - que são feitas, dentro dos padrões nutricionais infantis, pelas merendeiras da escola. “Nossas crianças serão cuidadas por uma equipe de 20 pessoas, que são professoras, recreadoras, merendeiras, serviços gerais e da administração. Os alunos trabalham com conceitos de música, dança e artes em geral. Elas descansam, brincam no parquinho e saem daqui já de banho tomado, no final da tarde”, explicou a diretora da escola Viviane Almeida.
A diretora Viviane adianta que a primeira semana é de adaptação das crianças, quando elas ficam na escola só pela manhã, até se acostumarem à nova rotina. Após esse período de ajustamento se inicia o tempo integral. Ela conta também que o cadastro dos alunos foi feito em junho e julho passados, e as matrículas começaram no início de agosto. “Já começamos as matrículas para 2018, e estamos com duas turmas da faixa de dois anos de idade, do maternal, fechadas. A procura tem sido muito grande”, informou Viviane.
Bruna de Lima, de 23 anos, mãe de Viviane, de três anos, e Maria de Nazaré Cecim, de 30 anos, mãe de Pablo Henrique, também de três, conferiram cada espaço da escola onde as crianças começarão a estudar. “É muito complicado procurar emprego, e não ter ninguém para olhar por nossos filhos. Essa escola surgiu em boa hora e vai me ajudar a retomar o meu trabalho”, disse Bruna.
Já Maria de Nazaré elogiou a forma como foi tratada, desde que procurou a escola pra matricular o filho. “Eu soube que a escola iria abrir e vim me cadastrar. Desde então, todos aqui foram muito atenciosos, me ligavam informando as datas de matrícula e início das aulas, e sempre me sinto muito bem quando venho aqui”, elogiou.
Parceria - Muitos órgãos da Prefeitura de Belém trabalharam em parceira com a Secretaria de Educação (Semec) na construção da escola, e essa ajuda foi muito importante, disse o titular da Semec, Marcelo Mazzoli. “Não podemos deixar de pensar que ao inaugurarmos uma nova escola, estamos ajudando a realizar sonhos, mas essa ação é mais efetiva com a ajuda de parceiros. Quero ressaltar a parceria primordial da Secretaria de Saneamento, que não mediu esforços para termos esta escola dentro de uma alta qualidade. Muitas escolas particulares não têm o padrão desta que é uma escola infantil pública e gratuita. E o que mais importa é que estamos começando aqui, por meio da educação, a formar mais de 100 pequenos cidadãos, e não estamos apenas plantando o futuro, estamos realizando o presente”, enfatizou o secretário.
À Secretaria de Saneamento (Sesan) coube a construção da drenagem superficial, terraplanagem do terreno da escola, limpeza total da área e a construção das rampas de acessibilidades. A rua de acesso à escola - Passagem Pratinha - recebeu novas calçadas para pedestres, com drenagem, e a via recebeu nova pavimentação.
O vereador Rildo Pessoa contou como a ideia da escola tomou corpo. “Nas nossas conversas com a comunidade, uma das maiores reivindicações era a da construção de uma escola para as crianças menores. Levamos essa proposta ao prefeito Zenaldo Coutinho e ele disse que precisávamos de um terreno, e encontramos este aqui, mas isso tudo foi com a ajuda das pessoas aqui no bairro do Bengui. Acredito que esta escola vai se tornar uma referência também para o bairro, e vamos procurar multiplicar essa ideia”, afirmou o vereador.
Homenagem - O nome da escola é uma homenagem à professora Gilvânia Márcia Barros da Silva, que sempre trabalhou com educação de crianças na Fundação Papa João XXIII (Funpapa). Gilvânia faleceu precocemente aos 38 anos de idade, e pelo relevante trabalho feito pela educação infantil no município, foi escolhida para ser o nome da escola. O irmão dela, Marcileno Barros da Silva, participou da cerimônia de inauguração e agradeceu a homenagem, sensibilizado.