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Capacitação e valorização de profissionais geram inovação na gastronomia escolar

Foto: Fernando Sette - Comus
Capacitação e valorização de profissionais geram inovação na gastronomia escolar
Capacitação e valorização de profissionais geram inovação na gastronomia escolar
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Capacitação e valorização de profissionais geram inovação na gastronomia escolar

Depois das orientações teóricas, os alunos mostram na prática o que aprenderam.

Para a Prefeitura de Belém, sala de aula não é lugar somente dos estudantes da rede municipal de ensino. É lugar também dos 600 merendeiros e merendeiras responsáveis pela preparação dos alimentos que compõem a merenda escolar. É nas capacitações contínuas, oferecidas através da Fundação Municipal de Assistência ao Estudante (Fmae), que eles aprendem como inovar no trabalho, manter as boas práticas de higiene de alimentos, e a encontrar motivação para ir além dos muros da escola.

Incentivada pelos cursos de capacitação da Fmae a merendeira Carmen Lúcia Lima, de 48 anos, decidiu até voltar para a faculdade. Antes de integrar o time de merendeiras da Escola Municipal de Educação Infantil de Cotijuba, Carmen trabalhava como cozinheira de eventos. Mas foi só a partir do trabalho com as crianças da rede municipal, onde trabalha há um ano, e com as capacitações teóricas e práticas ofertadas, que ela recebeu o incentivo que faltava para voltar a estudar. Carmen cursa hoje o 2º semestre do curso de Gastronomia da Faculdade Estácio.

“Me sinto valorizada dentro da escola que eu trabalho, desde o diretor até os alunos, o acompanhamento das nutricionistas com a gente, tudo isso é importante. E tenho fé que quando concluir minha faculdade vou crescer dentro da minha profissão”, afirma Carmen Lúcia.

A merendeira Julieta Conceição Fonseca, 49 anos, faz questão de participar de todos os cursos ofertados pela Fmae. Mesmo morando em Mosqueiro, onde trabalha na Unidade Pedagógica Bacabeira há 15 anos, ela vem até Belém para participar dos cursos práticos que são realizados nas salas do Curso de Nutrição do Centro Universitário do Pará (Cesupa). “É muito bom, a gente leva muita coisa para a escola e para casa também. É gratificante quando a gente chega na escola depois e eles gostam da comida, dizem que tá uma delícia”, declara Julieta.

De acordo com a equipe de nutrição da Fmae, ao longo do ano são repassados aos merendeiros noções teóricas e práticas sobre boas práticas na cozinha, higiene, conservação, manipulação de alimentos, fracionamento de porções por faixa etária, além de avaliações quanto a apresentação e o sabor dos alimentos. Através de uma parceria com o Sesi, também é realizado o curso Cozinha Brasil quatro vezes ao ano, que ensina não só aos manipuladores de alimentos, mas também a todo o entorno da comunidade escolar, noções de reaproveitamento integral de alimentos.

A nutricionista Denise Cruz de Oliveira já trabalha há quatro anos dentro da Fundação Municipal de Assistência ao Estudante e tem verificado a evolução dos profissionais da gastronomia escolar neste período. “Eles se apropriaram bem mais dentro do seu ofício, cada vez mais eles demonstram interesse em participar das capacitações, tirar as dúvidas. Então, a evolução desse conhecimento deles é notória. A gente percebe também que os alunos vêm aceitando cada vez mais a merenda escolar e deixando de trazer aquele alimento industrializado”, conclui.

Conhecimento que gera inovação - Como forma de valorizar e incentivar a inovação dos profissionais da gastronomia das escolas municipais, a Prefeitura de Belém deu início ano passado à Mostra Gastronômica Municipal, nos moldes da que é realizada nacionalmente pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento Escolar (FNDE). Para 2017, a Prefeitura promete repetir a iniciativa que premia as melhores receitas preparadas com os gêneros alimentícios que integram o cardápio fornecido pela Fmae.

“Buscamos incentivá-los a inovar com receitas cada vez mais saudáveis, atrativas aos alunos, utilizando gêneros fornecidos a eles dentro da alimentação escolar mesmo. E como resultado da Mostra do ano passado, sintetizamos todas as receitas realizadas por eles num livro que foi distribuído para todos os participantes do concurso, para todos os órgãos e entidades da rede municipal e para outras prefeituras, para que sirva como exemplo e para que possam multiplicar essa ideia”, explica Denise Cruz.

Elisangela Macedo, 38 anos, foi a merendeira premiada em 2016. Com o prato "Peixe à moda de Belém", a base de peixe grelhado com legumes, acompanhado de purê de batata doce, macaxeira e arroz branco, ela alcançou o primeiro lugar da Mostra Gastronômica. “Eu amo o que faço e pretendo continuar trabalhando com isso por muitos anos, se Deus quiser”, afirmou Elisangela. Ela sonha em ser premiada pela Mostra mais vezes e, para isso, não perde o foco e continua participando das capacitações ofertadas pela Fmae.

“Não adianta termos um bom cardápio, bons produtos, se os nossos manipuladores de alimentos não tiverem consciência da responsabilidade do papel que eles exercem no processo. Se eles não fizerem um serviço bem feito, não vai chegar um bom produto final para os nossos alunos”, reforça o presidente da Fmae, Walmir Moraes, que pretende levar capacitação a todos os merendeiros da rede municipal até o final do ano.
 

Texto: Kennya Correa

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