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Vendas de ingredientes do almoço do Círio movimentam o Ver-o-Peso

Foto: Oswaldo Forte
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Setores de ingredientes tradicionais funcionam praticamente 24 horas para atender a demanda

Na semana que antecede a maior festa religiosa do povo paraense, o Círio de Nossa Senhora de Nazaré, a movimentação no Complexo do Ver-o-Peso está em ritmo crescente, para as compras e vendas dos ingredientes do tradicional almoço desse dia festivo, no segundo domingo de outubro. Nesta quarta-feira, 4, a agitação já se fazia notar em meio às barracas da grande feira. 

Nessa época de grande movimento, o setor de venda de maniva, principal ingrediente da maniçoba, é um dos mais procurados. O senhor José Almir trabalha há mais de 30 anos no Ver-o-Peso, e tem a função de moer as folhas do produto. “Essa maniva veio da região do Moju. Eu trabalho, quase sem parar, das 6 da manhã até 6 da tarde, em época do Círio, e tem muita saída o nosso produto”, explicou. Na barraca onde ‘seu’ Almir trabalha, o quilo da maniva crua custa R$4,00 e a cozida está por R$5,00.

A maniva chamada pré-cozida fica cozinhando por cinco dias, e a considerada como cozida ficou sete dias fervendo. Esse trabalho todo é feito em meio às barracas do Ver-o-Peso, e os feirantes fazem questão de mostrar a diferença entre as duas opções aos consumidores.    

A dona de casa Marilene Diniz, de 55 anos, garantiu a compra da maniva para almoço do Círio, quando ela vai receber cerca de 20 amigos e vizinhos. “Moro no bairro do Souza e cheguei bem cedo para comprar a maniva pré-cozida. Acho que no Ver-o-Peso é bem mais em conta, e vale a pena vir aqui”, avaliou.

Segundo uma pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), junto aos vendedores de maniva espalhados por cerca de dez pontos de venda na Grande Belém, nesta época do ano serão colocados nas feiras livres mais de 15 mil maços do produto por dia. Cada maço de maniva pesa entre 1,3 kg a 1,5 kg e pode ter valores acima de R$ 1 por maço.

Shimaé Costa, dona de casa de 64 anos, é descendente de japoneses, mas não abre mão das comidas típicas paraenses, em especial, da maniçoba. “Desde que comi pela primeira vez, gostei muito de maniçoba, tanto que aprendi a fazer, e não cozinho esse prato apenas no Círio, mas em outras datas também. Faço questão de comprar a maniva sempre na mesma barraca, porque já conheço as vendedoras e tenho certeza de que o produto é bom”, contou a dona de casa.

Patos - Outro tradicional prato na mesa do almoço do Círio é o pato no tucupi. Na barraca do feirante Edivaldo Moreira, de 50 anos, e que começou na atividade de vender patos aos dez, ao lado do pai, a movimentação era intensa. Nesta época, ele contrata mais duas pessoas para dar conta da demanda.

Na barraca de Edivaldo é possível comprar o pato vivo, cuja unidade custa entre R$ 70 e R$ 80,00, mas por um acréscimo de R$5,00, o animal é entregue abatido e limpo ao cliente. “Compro patos de vários lugares, como do Marajó, Abaetetuba, Soure e até das ilhas aqui por perto. Esses são os melhores patos que existem, porque são criados diretamente na natureza, e nem comem ração. Não tenho uma estatística, assim de cabeça, mas acredito que vamos vender cerca de uns 200 patos, neste Círio”, estimou o feirante.

Em outro setor da feira, o de venda de tucupi, o ritmo era frenético na barraca do feirante Gesiel de Souza Filho, onde cerca de cinco pessoas trabalham descascando mandioca para a produção final do tucupi. “Desde a semana passada, aumentamos a produção por aqui. Todo dia, descascamos quase 100 sacas de mandioca para produzir o tucupi. Fazemos aqui mesmo na feira, amassamos, passamos nas peneiras e fervemos o líquido por mais de duas horas. Por dia, são muitos litros que fazemos”, relatou.

Tucupi - Para o preparo do pato no tucupi, um estudo realizado pela Secretaria Municipal de Economia (Secon), no mês de setembro, nas feiras municipais de Belém, identificou os seguintes preços médios: o pato vivo foi vendido a R$ 32,33 o quilo, o tucupi a R$ 6,02 o litro, o jambu a R$ 1,92 o maço, a chicória a R$ 1,72 o maço e a alfavaca R$ 2,02 o maço. Mas no Ver-o-Peso, os maços da chicória e da alfavaca custam R$2,00, cada um.

Na banca de venda de jambu do senhor Manuel dos Santos, de 79 anos, e trinta trabalhando no Ver-o-Peso, o produto está sendo vendido a R$2,00, o maço com folhas graúdas. “Esse jambu vem do Curuçambá e de Santa Isabel. Todo dia recebo de 200 a 300 maços e vendo tudo. Espero que tenhamos vendas ainda melhores neste Círio”, disse o feirante.

A função de Kleber dos Santos, de 38 anos, há dois trabalhando no Ver-o-Peso, é juntar e limpar garrafas do tipo PET para que o tucupi seja envasado. “Há cerca de três meses comecei a juntar as garrafas. Peço às pessoas, vou a restaurantes, lojas, e cada uma sai por R$0,20. Minha função é tirar os rótulos e limpar cada uma para que o tucupi seja colocado nelas”, explicou Kleber.

A feirante Conce Silva, de 65 anos, moradora do bairro do Jurunas, passou a tomar conta da barraca de venda de molhos de pimenta ao tucupi da família, depois da morte do marido. “As vendas ainda estão um pouco devagar, mas sempre melhoram, e quando elas aumentam, eu não tenho hora pra sair daqui”, contou. Na barraca de dona Conce, uma garrafa de molho de pimenta, com 300 ml, custa R$ 5,00.

Já de saída e com muitas sacolas nas mãos, a dona de casa Edinéia Melo, de 53 anos, moradora do bairro do Umarizal, disse ser uma cliente fiel do Complexo do Ver-o-Peso. “Vir a esta feira é meio sagrado pra mim. Vim comprar algumas coisas que estavam faltando para o almoço do Círio, mas venho aqui com muita frequência, porque os preços aqui compensam”, elogiou.

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