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Mais organizado e seguro, 225º Círio de Nazaré transbordou emoção

Foto: Tássia Barros - Comus
Mais organizado e seguro, 225º Círio de Nazaré transbordou emoção
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Um mar de gente, de cerca de dois milhões de pessoas, conduziu a imagem de Nossa Senhora de Nazaré pelas ruas de Belém neste domingo, 8.

Os fogos anunciaram, lá vinha Ela, vestida de rosa e coberta por rosas. Sua berlinda, como de costume, encanta, mas neste ano hipnotizou quem escolheu caminhar lado a lado, ou preferiu encontrar um local tranquilo para vê-la caminhar entre a multidão devota. Nossa Senhora de Nazaré pediu passagem e envolveu quase dois milhões de fiéis na procissão de seu 225º Círio, realizado neste domingo, 8.

A celebração teve início às 5h com a tradicional missa campal celebrada pelo arcebispo metropolitano de Belém, dom Alberto Taveira, em frente à Igreja da Sé, e logo depois seguiu o cortejo, passando pelas avenidas Portugal, Boulevard Castilhos França, Presidente Vargas e, por fim, Nazaré.

Crianças de colo, jovens, senhores de idade, todos se uniram e demonstraram, de alguma forma, o amor e a devoção à padroeira da Amazônia. A capital paraense ficou tomada de fiéis que tinham algo para agradecer. As promessas atendidas pela Santa incluíam desde a conquista de um imóvel, ao milagre da sobrevivência em um naufrágio.

Em meio aquele mar de gente, um senhor chamou atenção. Jorge Seabra, de 41 anos, trazia no corpo um colete salva-vidas e na cabeça um galão de gasolina. Impressionou, sobretudo, o motivo do agradecimento pela graça alcançada: “O barco que eu viajava afundou no ano passado próximo ao porto do Conde (município de Barcarena), fiquei doze horas boiando na baía aguardando socorro, mas com a bênção de Deus e Nossa Senhora hoje estou aqui agradecendo pelo milagre”.

O relato de Jorge foi apenas uma das muitas histórias que se misturaram ao longo dos 3,6 quilômetros da procissão. Nesse meio, além dos romeiros estavam também os devotos mais contidos, que algumas vezes passam até despercebidos no meio da multidão, mas entre uma varrida e outra fazem suas preces, de forma discreta, como se mais ninguém ao seu redor pudesse ouvir. “A gente agradece. Agradece pela saúde, pelo emprego e pela oportunidade de estar aqui, perto dela. De alguma forma preparar o caminho pelo qual a Santa vai passar é como se eu estivesse cumprindo uma promessa”, contou o gari Alcimar Nascimento, 38 anos.

O agente de limpeza urbana integra o time dos 720 agentes da Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan) envolvido na limpeza das vias nos dois dias de procissões do sábado, 7, e do domingo, 8.

Ao longo do trajeto também foi possível ver o trabalho e a dedicação de jovens como Lizandra Souto, 23 anos, que há sete se dedica ao trabalho voluntário na Defesa Civil Municipal. “A fé é o que me motiva a estar aqui todos os anos. A primeira vez foi por um pedido pela saúde da minha mãe, mas nos demais foi esse amor por Nossa Senhora e por estas pessoas. É quase impossível explicar o Círio, ver a ‘Nazinha’ me motiva e encoraja a fazer o bem ao próximo”, afirmou a universitária.

Após as quase cinco horas de procissão, dezenas de fiéis que concluíam seus trajetos de promessas e recebiam o auxílio dos voluntários, chegaram à Basílica de Nossa Senhora de Nazaré. Foi o caso de Janaina Pâmela Souza, 24 anos, que seguiu a procissão com o pai. Com quase a mesma idade de Lizandra, o que a mantinha de pé, mesmo debilitada, era a fé. Amparada, ela fez questão de se levantar da cadeira de rodas e seguir o final do trajeto até a igreja, acompanhando o pai, que chegou de joelhos. Ambos agradeciam pelo milagre da vida. “Só Deus nas nossas vidas e Nossa Senhora, que realmente salva e cura. Minha filha caçula está boa, ela venceu. Ela anda, ela enxerga, não perdeu a memória na cirurgia, minha filha é um milagre vivo”, contou aos prantos o vendedor João Miranda, 54 anos, referindo-se à Janaína, curada de um tumor cerebral que quase a matou.

Este foi o retrato de mais um Círio na capital paraense, que recebeu cerca de 80 mil turistas que vieram conhecer de perto a devoção desse povo que se une em torno de um amor superior. “Nossa cidade é hospitaleira, um povo que sabe dar e receber amor. Que une famílias e amigos no almoço de domingo e festeja Nossa Senhora. É bonito ver e sentir essa emoção do povo paraense”, afirmou o prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho.

Trasladação - Durante a procissão do Traslado, realizada no sábado, 7, mesmo debaixo de muita chuva, promesseiros seguiram a berlinda até a Igreja da Sé. Durante o trajeto, a cantora Fafá de Belém fez uma homenagem à Imagem Peregrina, na companhia de convidados como a cantora paraense Dona Onete e a escritora Glória Peres.

O prefeito Zenaldo Coutinho acompanhou a Trasladação na sede da Companhia de Desenvolvimento e Administração da Área Metropolitana de Belém (Codem).

Logística - Este ano, a Prefeitura Municipal de Belém (PMB), por meio dos órgãos municipais, atuou de forma preventiva em diferentes frentes de trabalho, garantindo organização e segurança. Além da Sesan, na limpeza das vidas e coleta seletiva ao final da procissão, disponibilizou 280 guardas municipais para atuar nos dois dias.

Os 225 agentes de trânsito da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) que atuaram no controle e na orientação do fluxo de veículos, bem como nas interdições de vias, auxiliaram na procissão do Círio, dando mais fluidez ao trajeto.

No controle de ambulantes, entraram em ação fiscais da Secretaria Municipal de Economia (Secon). E a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), em parceria com a Defesa Civil do Município, montou sete postos para o atendimento de urgência e emergência.

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