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Círio gera mais de 40 toneladas de lixo e garante renda extra para catadores

Foto: Fernando Sette - Comus
Círio gera mais de 40 toneladas de lixo e garante renda extra para catadores
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Material recolhido após procissões lotou os galpões de triagem

Depois de cada uma das procissões do Círio de Nazaré realizadas até agora, o cenário encontrado foi bem parecido: montanhas de lixo abandonadas nas ruas percorridas. Como parte do material é composta de produtos que podem ser vendidos para empresas de reciclagem ou reaproveitamento de matéria prima, há quem agradeça e fique feliz com a lixarada. Este ano, o volume de material coletado ultrapassou 40 toneladas. São garrafas pets, latas de alumínio, plásticos e o mais comum: copos de água mineral.

Depois de separado, tudo é vendido e se transforma em renda para famílias de catadores, como as da Dona Socorro Ribeiro, de 45 anos. Ela trabalha há 16 anos com a coleta e venda de materiais recicláveis e chega a faturar semanalmente em torno de R$ 130 com a atividade.

“No Círio, o trabalho é sempre muito maior que nas outras épocas do ano por conta do volume de produtos que são descartados. Precisamos unir as forças para dar conta do trabalho. Nada pode ficar pra trás para garantir essa renda extra no final do mês”, conta.

A presidente da Associação de Recicladores das Águas Lindas (Arau), Sara Reis, diz que pouca coisa é de fato lixo, após as procissões. “Conseguimos aproveitar quase tudo que é recolhido durante a festa do Círio. Apenas os papéis picados utilizados nas homenagens é que viram “lama” e não servem para ser comercializados”, explica. Este ano, a Arau retirou das ruas em torno de 12 mil quilos de produtos nas procissões do sábado e domingo.

Nas procissões do sábado e domingo, mais de 280 catadores atuaram na coleta após a passagem dos romeiros. Esses trabalhadores fazem parte de cinco cooperativas ou associações que contam com suporte operacional da Prefeitura de Belém, que disponibiliza carros coletores e dois galpões de triagem localizados no Canal São Joaquim e travessa Padre Eutiquio.

“Este galpão que usamos para fazer a separação dos materiais coletados é da prefeitura. Contamos também com apoio dos caminhões para trazer esse material pra cá e para levar pra empresa que faz a compra. Sem esse suporte não teríamos como tirar uma renda dessa atividade, por conta dos custos que são muito grandes”, ressalta o catador Jorge Ribeiro, representante da Cooperativa Filhos do Sol, que utiliza o galpão da travessa Padre Eutiquio para fazer a triagem do material recolhido nas ruas.

“Os catadores fizeram um trabalho exemplar neste Círio. Um trabalho que começou no sábado às 16h e só terminou no domingo por volta das 13h. Quando a equipe da Sesan passou varrendo as ruas, tudo que tinha valor de venda já havia sido recolhido”, explicou Wladimir Varela, coordenador da coleta seletiva da Sesan, ressaltando que uma grande logística com caçambas e caminhões compactadores foi montada para agilizar a coleta. 

O catador Roselino Ribeiro, 68 anos, considera o Círio de Nazaré como o evento de maior retorno financeiro para os catadores. “O valor comercial para venda dos copinhos plásticos é muito baixo: fica em torno de noventa centavos por quilo. O que compensa é a quantidade que é bem grande para dois dias de trabalho. No carnaval, por exemplo, o material mais coletado é de latas de alumínio que tem um valor melhor para venda, mas a quantidade não chega a ser tão grande”, compara.

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