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Sessão de cinema reúne estudantes para refletir sobre a violência e discriminação

Foto: Tássia Barros - Comus
Sessão de cinema reúne estudantes para refletir sobre a violência e discriminação
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Sessão de cinema reúne estudantes para refletir sobre a violência e discriminação
Sessão de cinema reúne estudantes para refletir sobre a violência e discriminação

As exibições chamaram atenção para fatos do dia a dia que podem passar despercebidos, mas que são violação de direitos

Promover conhecimento, sensibilizar os alunos e estimular o combate à violência, principalmente contra mulheres. Com este objetivo alunos de diversas escolas de Belém foram levados ao Cine Olympia, na última sexta-feira, 24, para assistirem a documentários que abordam as diferenças raciais e sociais presentes em nosso cotidiano, inclusive dentro dos ambientes escolar e familiar.

A sessão especial faz parte da programação “16 Dias de Ativismo pelo fim da Violência Contra as Mulheres”, promovida pela Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (SEJUDH), em parceria com a Prefeitura de Belém; que este ano trouxe o tema “Empodera Mulher Negra. Empodera!”.

A coordenadora de Integração de Políticas para as Mulheres, do Governo do Estado, Trindade Tavares, explicou que esta é uma campanha educativa e preventiva sobre todos os crimes cometidos contra as mulheres e que precisam ser combatidos.

“É extremamente importante reunir os estudantes, reunir o futuro, em ações desse tipo para que eles possam refletir sobre a necessidade de enfrentar as discriminações de gênero e de raça, que é uma combinação perversa que vitimiza em grande parte as mulheres e que são preconceitos que estão enraizados na formação do povo brasileiro”, destacou Trindade.

Um dos documentários exibidos foi “Xadrez das Cores”, que conta a história de Cida, uma mulher negra de quarenta anos, que vai trabalhar para Maria, uma senhora de oitenta anos, viúva e sem filhos, que é extremamente racista. A relação entre as duas mulheres começa tumultuada, com Maria tripudiando de Cida por ela ser negra. Cida atura tudo em silêncio, por precisar do dinheiro, até que decide reverter a situação com um jogo de xadrez, usando o simbolismo das peças pretas e brancas, e por fim conquistando o respeito e a admiração da patroa.

Em seguida, foi exibido o documentário “Ilha das Flores”. O título é contraditório ao local mostrado no filme, onde habitam junto aos resíduos de lixo porcos, mulheres e crianças. O curta retrata um sistema capitalista, com grande desigualdade social, onde algumas pessoas detêm boas condições financeiras e outras sofrem com a falta de recursos e alimentam-se com os restos de comida dos porcos.

Nas poltronas do cinema mais antigo em funcionamento no Brasil, os estudantes assistiam atentos as mensagens repassadas pelos documentários, entre eles cerca de 80 alunos das Escolas Municipais Manuela Freitas e Francisco Nunes.

Para a aluna Victória Souza, de 15 anos, estudante do 9º ano na Escola Francisco Nunes, a atividade foi muito válida. “Nunca tinha assistido esses filmes e gostei muito, acredito expandiu meus conhecimentos e foi uma oportunidade de pensar sobre os problemas da nossa sociedade, principalmente sobre a violência contra a mulher, que deve ser combatida e denunciada”, observou a aluna.

A jovem de 13 anos, Rita de Cássia Miranda, que faz o 6º ano na Escola Manuela Freitas, contou que se identificou com o filme “Xadrez de Cores”, pois conhece o preconceito de perto. “Meu irmão é negro e muitas vezes ele sofre discriminação, inclusive de pessoas próximas. Isso me deixa muito triste e saio em defesa dele, pois eu o amo como ele é. Não deveria existir preconceito, precisamos ter respeito e consciência de que todas as pessoas são iguais, não importa a cor”, ressaltou a estudante.

A educadora Gisele Pinheiro, professora de leitura na Escola Francisco da Silva Nunes, destacou que a escola tem trabalhado no seu planejamento a formação da cidadania consciente da diversidade na sociedade.  

“Buscamos formar pessoas capazes de ter atitudes que possam contribuir para a construção de um país mais humano, solidário e justo, onde o respeito e o amor sejam a base. Essa atividade no Cinema Olympia foi muito significativa e possibilitou aos alunos acrescentar mais informações acerca dos assuntos que são discutidos em nossas aulas, como violência contra a mulher, discriminação e os direitos fundamentais das pessoas com deficiência”, concluiu Gisele.

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