Quando Luciane Pureza procurou uma escola pública para o filho fez por necessidade,admite a vendedora,para em seguida garantir que essa foi a melhor escolha na vida de seu pequeno Cassius.“Em menos de um ano estudando aqui na Rotary, meu filho teve benefícios que nem sonhava encontrar na escola, como por exemplo, os atendimentos especializados que tem auxiliado muito no seu avanço e o fez chegar até aqui”, acrescenta Pureza.
Cassius Fernando Veloso,13 anos de idade,é deficiente visual e medalhista de ouro e prata nas Paralimpíadas Escolares do Brasil,competição realizada em São Paulo, no último final de semana,que reuniu mais de 900 atletas de todo o país. Cassius estava lá representando a Escola Municipal Rotary, localizada no bairro Jurunas,onde foi recebido com uma recepção digna dos grandes vencedores.
As duas medalhas de ouro e uma de prata, o adolescente conquistou nas modalidades arremesso de peso, arremesso de pelota e corrida de 100 metros rasos.“Eu não esperava ser recebido assim, e é bom saber que sou querido no colégio”, diz o garoto. Para ele, que nunca pensou em desistir do atletismo, a grande recepção também é um estímulo para dar prosseguimento na carreira.
“Todas essas vitórias foi uma grande surpresa já que eu não imaginava um dia competir as Paralimpíadas e ainda ganhar tantas medalhas, portanto esse reconhecimento é muito importante para que eu continue conquistando excelentes colocações em campeonatos”, garante.
Crie - A Escola Rotary é uma das unidades municipais de educação onde o atendimento especializado é realizado duas vezes por semana nas salas de recursos multifuncionais,para estimular o desenvolvimento psicológico, pedagógico, intelectual, social e físico dos estudantes.
Para o diretor da escola, Fabrício Araújo, o serviço disponibilizado pelo Centro de Referência em Inclusão Educacional Gabriel Lima Mendes (Crie), interligado ao trabalho interdisciplinar e parcerias é o que contribui para este resultado. “Na rede nós contamos com o Projeto Talentos Paralímpicos que já deu destaque a muitos estudantes atletas, mas além dele, temos parcerias com o Governo do Estado, por meio do Instituto Álvares de Azevedo, que despertou no nosso Cassius o amor pelo atletismo”, ressalta.
Uma das alunas medalhistas do projeto que vem obtendo destaque em competições é Adriana dos Santos Almeida, de 14 anos, que tem paralisia cerebral. Em 2015, ela conquistou ouro na prova dos 100 metros rasos, no salto em distância e com uma diferença de apenas dois centímetros, ficou com a prata na prova do arremesso de peso, nas Paralimpíadas Escolares do Pará. Os alunos com deficiência intelectual Aline Batista e Elias Nascimento também obtiveram boas colocações na competição. Aline ficou com o quarto lugar no arremesso de peso e Elias se destacou nas provas de 100 metros e salto em distância.
Todos os atletas que, assim como Cassius, obtiveram uma das três primeiras colocações em cada modalidade, receberam, além das medalhas, uma Bolsa Atleta nível escolar, do Ministério do Esporte. As Paralimpíadas Escolares, considerada a maior competição escolar do mundo, reuniu este ano 944 atletas de todo o Brasil, com idades entre 12 a 17 anos e algum tipo de deficiência, seja visual, intelectual ou física, disputando
dez modalidades como o futebol de 5 (para cegos), basquete em cadeira de rodas no formato 3x3, bocha, futebol de 7 para crianças com paralisia cerebral, judô, natação, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas, além do atletismo e outros.