Ao todo 55 escolas da rede municipal e estadual receberam as ações de prevenção às violências, promovido pela Prefeitura de Belém, por meio do Gabinete de Gestão Integrada do Município (GGIM) em parceria com órgãos Estaduais. Nesta quinta-feira, 07, uma cerimônia no auditório do Centro Cultural Tancredo Neves (Centur), marcou o encerramento das atividades deste ano.
Alunos, professores e profissionais das mais diversas áreas se uniram em prol de um projeto que levou até as escolas, palestras, peças teatrais, rodas de conversas e oficinas, assuntos cuja temática era a violência, e a forma de preveni-la. Violência doméstica, bullying, drogas, poluição (lixo) foram alguns dos temas debatidos.
“Essa culminância serve de parâmetro para que a gente planeje ações para 2018. Este é o momento de fazer parâmetros com os depoimentos de alunos, professores e até mesmo de familiares para saber de que maneira as atividades auxiliaram na vida deles, e esta é a oportunidade de reunirmos eles em um único espaço para ouvi-los sobre esses benefícios”, afirmou a titular do GGIM, Martha Falcoski.
Escolas dos bairros como Tenoné, Tapanã, Distrito de Icoaraci, Outeiro e Mosqueiro fizeram parte deste primeiro ano do projeto, totalizando a participação direta de mais de 26 mil alunos.
Rayka Sodré, 11 anos, do 4º ano da Escola Municipal Ogilvanise, em Icoaraci, destacou um dos assuntos que mais lhe chamou atenção quando o projeto foi até sua escola, o descarte de lixo nas ruas. “Depois da palestra, até hoje eu faço o certo, não jogo lixo na rua, nem no chão da minha escola, procuro sempre uma lixeira. Falo até pra minha colega: joga o lixo, no lixo”.
Já a amiga, Jhennifer da Cunha, 10 anos, disse que dos assuntos o que mais lhe chamou a atenção foi o bullying. “Nunca tinha conversado com ninguém sobre isso. E eles (palestrantes) ensinaram sobre a forma de como a gente pode se defender, incentivou a gente buscar ser amigo, e que não devemos fazer o bullying com outras pessoas, porque a gente pode guardar mágoas. Sempre que vejo alguém fazendo isso, repreendo ou consolo o colega”, contou a aluna.
Em 2017 o planejamento feito entre a Secretaria Municipal de Educação (Semec) e a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) atuou em bairros identificados pela Secretaria de Segurança Pública como de grande vulnerabilidade. Com base nas ocorrências nas escolas, foram definidos temas a serem trabalhados na formação complementar dos alunos, de maneira adequada para a faixa etária de cada turma.
A ideia para o próximo ano, segundo explicou a especialista em educação da Seduc, Djane Corrêa, é fazer com que, os assuntos trabalhados por meio do projeto, tenham continuidade dentro das escolas, envolvendo com maior freqüência, os pais e alunos. “O diferencial dessa ação promovida pela Prefeitura de Belém foi a integração, porque todos nós que compomos o quadro de membros da rede de ensino já trabalhamos com essas temáticas em algum momento, mas de forma individualizada. O GGIM uniu todos os projetos, e é assim que acredito que vamos diminuir e minimizar as violências”, avaliou.
Secretarias Municipais de Saúde (Sesma), Meio Ambiente (Semma), Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) e Guarda Municipal de Belém (GMB), são alguns dos órgãos envolvidos nas ações.
O jovem Kallel Baltazar, 15 anos, mora no bairro do Tapanã, e há seis anos integra o grupo de jovens que participa do projeto “Anjos da Guarda”, realizado pela GMB. “Faço parte desse grupo há anos e sou prova do bem que eles fazem na vida das crianças e adolescentes. Lá eu tenho atividades esportivas, aulas de reforço que me ajudam com as atividades do colégio, e orientações. Tenho orgulho de fazer parte desse grupo, e é a mensagem que eu levo por onde eu for. Espero que esses alunos valorizem a importância dessas conversas nas escolas”.