“No início fui resistente. Era muito tímido pra dançar, mas graças a essa caboquinha aqui (companheira), entrei na dança e hoje faço parte de um grupo campeão”, comemorou o aposentado Paulo Leite, 66 anos, aluno do polo Centro Social Santo Agostinho, do Projeto Escola de Esporte da Secretaria Municipal de Esporte, Juventude e Lazer (Sejel), que conquistou o 1º lugar na categoria de grupos folclóricos da terceira idade, durante a 26ª edição do 'Dança Pará Festival', realizado no período de 02 a 08 de dezembro, no Teatro Maria Silvia Nunes (Estação das Docas).
O grupo se apresentou na quarta-feira, 06, dia em que recebeu a notícia da vitória. “Dançar é lindo e já faz parte da minha vida. Poder dançar ao lado do Paulo é ainda mais gostoso, porque a gente se incentiva”, contou a aposentada Nelma Nascimento, 65 anos, que há mais de cinco anos participa do grupo da Sejel.
O grupo faz parte do projeto ‘Despertar na 3ª idade’, e é composto por 40 pessoas com idades entre 60 e 85 anos. Durante a apresentação desta semana, o grupo campeão disputou com outros sete concorrentes. “Nós interpretamos todos os tipos de dança folclórica, passando pelo carimbó, siriá, ciranda e muitos outros. Mas, para a apresentação, trouxemos o ‘Mastro de São Benedito’, explicou o professor Reginaldo Santos, à frente da escola há doze anos.
Para o professor, a premiação foi um reconhecimento de todo o trabalho e dedicação dos envolvidos. “Há quatro anos ficávamos apenas com o segundo lugar, e com muito esforço e dedicação desse grupo, fomos agraciados com o primeiro lugar. Isso é o resultado de muita dedicação, empenho e, claro, o reconhecimento da sociedade em ver que o idoso é capaz de fazer tudo o que um jovem faz”.
O grupo Santo Agostinho, localizado no bairro de Canudos, participa de competições em festivais realizados no Estado e em outras capitais.
“Quando subimos ao palco eu sabia que aquele dia era nosso. Fizemos uma linda apresentação e eu sentia a presença do meu filho, que há exatamente sete anos nos deixou. Entrei nesse grupo para aprender a superar a perda do meu único filho, e isso tem feito a diferença na minha vida desde então. É maravilhoso saber que a Prefeitura de Belém se preocupa com os idosos e, por meio do esporte, nos insere novamente na sociedade. Me sinto outra, me sinto jovem de novo”, declarou Cleuza Costa, 65 anos.
Para Socorro Fernandes, da coordenação do Dança Pará Festival, ter a participação de um grupo da terceira idade da capital é muito importante para o evento. “Esse é o maior festival de dança competitiva do Norte e Nordeste, com 120 companhias inscritas. Ter um grupo coordenado pela Sejel, resgatando a dança no idoso, que gera vida e saúde, isso é maravilhoso. É gratificante para nós também, como organizadores”.
