Considerada espécie com risco de extinção devido à caça, ao comércio clandestino e à degradação de seu habitat natural, a única arara-azul que vive hoje no Bosque Rodrigues Alves Jardim Zoobotânico da Amazônia precisou receber os cuidados da equipe de fauna do espaço. Chamado carinhosamente de Duda, o animal foi encontrado na última terça-feira, 3, em estado de convulsão.
A veterinária Ellen Eguchi conta que o cuidado com a ave foi imediato. “Assim que o encontramos, debilitado, o levamos para tomar soro e os medicamentos necessários para a sua recuperação”. Segundo ela, a equipe de veterinários, biólogos e tratadores foi incansável até a observação da melhora do Duda, que hoje já pode ser visto cheio de saúde no Bosque.
A ave que chegou a Belém em 2010 tem maior afinidade com Otoniel Cardoso, tratador de animais. Responsável por alimentá-lo diariamente, ele teve medo de que a arara não sobrevivesse. “Naquele dia eu fui embora para casa preocupado. Fiquei ansioso para voltar no dia seguinte e vê-lo melhor, e graças a Deus ele reagiu bem ao medicamento”, disse Cardoso.
Depois do susto, agora é hora de garantir que Duda continue saudável. Ele passará por um check-up periódico e seguirá em observação. Os cuidados da equipe de profissionais do Bosque com os animais são diários, com a realização de rondas e exames periódicos feitos em parceria com hospitais veterinários e universidades que ajudam na prevenção e tratamento de doenças.
Duda está à procura de uma namorada
Lindomar Silva, diretora do Departamento de Gestão de Áreas Especiais (DGAE) da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), contou que Duda é de uma espécie em risco de extinção e, por isso, se busca há algum tempo promover o pareamento dele com um exemplar do sexo feminino.
“Às vezes a gente sente que o Duda está triste porque ele está só. Nós já o colocamos com outras aves, mas a situação não muda. Então, continuamos na torcida de chegar uma namorada pra ele”, contou a diretora. Na tentativa de encontrar a parceira ideal para a arara, o departamento está atuando em conjunto com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e com a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas). “Está todo mundo ciente de que quando aparecer uma fêmea, ela vem para o Bosque. Eu só espero que ele a aguarde”, disse Lindomar.
Quer conhecer o Duda?
O Bosque Rodrigues Alves Jardim Zoobotânico da Amazônia funciona de terça-feira a domingo, das 8h às 17h. A venda de ingressos termina sempre uma hora antes do fechamento do espaço. O ingresso custa R$ 2, com direito a meia-entrada para estudantes e crianças de 7 a 12 anos. Crianças menores de 7 anos e idosos não pagam.