Com quase 30 anos de experiência na área da fotografia em Belém, o jornalista Oswaldo Forte é um dos contemplados deste ano no projeto "Máquinas para Filosofar”, do Centro Cultural Sesc Boulevard.
Desde 2010, a coleção "Máquinas para Filosofar", formada por um curioso e inédito acervo de câmeras artesanais em exposição no Centro Cultural Sesc Boulevard, é a referência material para a realização de toda a programação educativa e cultural aplicada à fotografia pelo Centro. Neste ano, a novidade foi o lançamento da primeira versão do Prêmio de Incentivo Fotográfico Imagens Cotidianas, cujos vencedores foram anunciados na segunda-feira, 09.
O Imagens Cotidianas é uma ação de estímulo à produção fotográfica paraense que busca valorizar e divulgar, prioritariamente, ensaios fotojornalísticos e documentais. A ação é promovida pelo Sesc, por meio do Núcleo de Fotografia do Centro Cultural Sesc Boulevard. Os participantes tinham que ser residentes há pelo menos três anos no estado do Pará e cada um pôde inscrever somente um ensaio que nunca tivesse sido premiado.
Premiação - Os contemplados foram Oswaldo Forte, fotógrafo da Coordenadoria de Comunicação Social (Comus) da Prefeitura de Belém há oito anos, que recebeu menção honrosa com a série “Labuta”; Wagner Santana, com a série “Terra Prometida”; Paulo Ribeiro, com “Pira Água”; e Débora Flor, com “Fordlândia”.
Os contemplados participarão de uma exposição coletiva que será montada e aberta no mês de maio próximo, na galeria do Sesc Boulevard.
Mais sobre Oswaldo Forte
Oswaldo Forte fotografa desde os 7 anos, quando ganhou a primeira câmera. Com 27 anos de profissão e formado no curso de Jornalismo da Universidade Federal do Pará (UFPA), Forte começou pela redação do antigo jornal A Província do Pará, teve passagem pelo Diário do Pará e está desde 2000 nas Organizações Romulo Maiorana (ORM), onde começou como fotógrafo do jornal Amazônia. Desde 2007, Oswaldo passou à edição de fotografias dos jornais O Liberal e Amazônia, permanecendo até hoje. Há oito anos integra a equipe da Comus.
As fotos que compõem a série “Labuta” foram feitas durante as pautas que Oswaldo desenvolve no dia-a-dia. “O ponto a favor dessa série é que ela nunca foi exposta, a não ser no meu perfil no Flickr, mas nunca foram publicadas. Sempre que estou nas pautas, agora mais assiduamente nas demandas da Prefeitura de Belém, fico atento às cenas do cotidiano, que exemplificam cenas típicas de Belém, como as que se passam em feiras e outras com características da nossa região. São 15 fotos em preto & branco que foram sendo feitas ao longo de quase dez anos”, explicou Oswaldo.
Fotos raras - Além de ser um dos fotógrafos mais respeitados em Belém, Oswaldo ministra oficinas de fotografia a amadores e iniciantes. Estudioso da arte da fotografia, Oswaldo guarda um acervo histórico de todas as câmeras que usou, desde a primeira, que ganhou aos 7 anos.
Cuidadoso ao extremo, o fotógrafo guarda um acervo meticulosamente conservado e que mostra a história de Belém e do Pará nesses quase 30 anos de trabalho. São do acervo de Forte, por exemplo, as únicas fotos feitas durante a invasão da sede da Secretaria de Segurança do Pará (Segup) pelo Movimento dos Sem Terra (MST) no dia 17 de abril de 2000.
Oswaldo foi o único fotógrafo que conseguiu fazer toda a sequência da invasão, que teve também a agressão de um dos integrantes do MST ao repórter Jonas Campos, à época na TV Liberal. Oswaldo fez as fotos durante uma pauta do jornal Amazônia, durante a cobertura da manifestação.