Saltitante e com um sorriso largo no rosto, a pequena Dandara, 2 anos, não para um segundo. Interage com tudo e todos. “Ela é ligada no 220v”, diz a mãe, Ana Paula Neves, 37 anos. Mãe e filha estiveram presentes hoje na primeira palestra teórica e prática sobre primeiros socorros pediátricos realizada pela Unidade Municipal de Saúde do bairro de Fátima.
A iniciativa do evento partiu da equipe de estudantes de técnicos de enfermagem da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), supervisionados pela enfermeira da unidade Sandra Castro. “Estamos com várias palestras desde o início do mês de março e durante esses momentos percebemos que tem muita mãezinha que não sabe nem como fazer a ‘pega’ do bebê para dar mama e quando ela não faz essa boa ‘pega’, o bebê pode broncoaspirar o próprio leite e aí o que fazer?”, declara Sandra. “Com foco nessas dúvidas, montamos um projeto para dar orientação para essa mãe para que ela saiba o que fazer com seu bebê. Se ela conseguir amenizar esse dano até chegar ao pronto atendimento, o socorro é muito mais fácil. Isso contribui para diminuir o fluxo em um pronto socorro ou uma UPA com um procedimento que é ensinado na unidade básica”, garante a enfermeira.
Ana Paula nunca passou por uma emergência com Dandara, mas acha importante aprender sobre o tema. “Uma mãe nunca está preparada, por isso, ter o conhecimento sobre os procedimentos é bom pra poder agir, não só com os nossos filhos, mas com outras crianças da família”, afirma.
Mãe de dois filhos adultos, mas preocupada em poder ajudar numa emergência, a dona de casa Jucilenia Saraiva, 51 anos, estava atenta às orientações. “Isso é muito bom pra gente aprender, principalmente quando é mãe de primeira viagem. Criança é super rápida e imprevisível e isso serve pra diminuir o nervosismo num momento desses”, diz.
Durante a palestra, foram dadas orientações sobre o que fazer em casos de broncoaspiração durante a amamentação, quedas, feridas, intoxicação, convulsões e queimaduras. Temas que foram sugeridos pelas dúvidas das mães. “Por isso estamos abordando todos esses conhecimentos para a mãe fazer esse atendimento em casa. Lembrando que primeiro é bom manter a calma, usar o conhecimento que estamos passando aqui no posto e fazer o procedimento com segurança até levar para um pronto atendimento”, explica Rayane Barros, estudante do curso de técnico de enfermagem.
O ambiente domiciliar é o mais propício para acidentes com crianças. “É onde ela passa muito mais tempo. Objetos esquecidos em cima da cama, uma panela mal posicionada no fogão, algo no chão que possa levar à queda são situações que podem levar a algum risco. A faixa etária de 1 a 3 anos é a fase oral da criança. Tudo que ela pega, ela tem que reconhecer com a boca. Então é aí que ela se engasga ou pode fazer uma lesão mais grave”, orienta a enfermeira Sandra.
