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Há quatro anos não há casos de transmissão de malária em Belém

Foto: Fernando Sette - Comus
Há quatro anos não há casos de transmissão de malária em Belém
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Há quatro anos não há casos de transmissão de malária em Belém

Atualmente, o tempo entre o diagnóstico na rede municipal de saúde e o início do tratamento é menor que 24 horas.

No Dia Mundial de Luta contra a Malária, marcada nesta quarta-feira, 25, Belém tem motivos para festejar: há quatro anos não se registra ocorrência de casos de malária originados no município. Segundo o parâmetro epidemiológico Incidência Parasitária Anual (IPA), adotado pelo Ministério da Saúde para medir o risco de transmissão de malária, Belém está classificada como área de baixo risco para transmissão local de malária, com 0,01 casos a cada 1.000 habitantes/ano.

A data que celebra a luta contra a malária, criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para reconhecer o empenho, o controle mais eficaz da doença, o aproveitamento e o apoio às experiências bem-sucedidas, tem um significado especial para os profissionais da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), que investe em medidas para identificação de doentes o mais precocemente possível e no combate ao mosquito Anopheles, transmissor do vírus, que pode ser encontrado em alguns bairros e ilhas da capital.

De acordo com Leila Flores, diretora do Departamento de Vigilância em Saúde (Devs) da Sesma, embora seja considerada área de baixo risco, o trabalho em Belém é constante, visto que, explica ela, “a cidade tem alto potencial malarígeno”, estando vulnerável à ocorrência de surtos locais, pela presença do mosquito vetor em alguns bairros, pelas condições ecológicas favoráveis (cercada de floresta, com temperatura e umidade elevadas e chuvas frequentes) e pela intensa migração de pessoas de áreas endêmicas para a capital, principal cidade polo da região, com maior poder de resolutividade na assistência médica.

O Programa Municipal de Controle da Malária de Belém segue todas as diretrizes da OMS, definidas em 1992 na Conferência de Amsterdã, que mudou a estratégia de erradicação para o controle da malária. “O foco principal deixou de ser o combate ao vetor com inseticidas e passou a ser o doente. Hoje dispomos de 18 pontos de diagnóstico e tratamentos instalados em unidades de saúde distribuídos estrategicamente em todos os distritos do município para os exames parasitoscópicos”, destaca Leila.

Há ainda o laboratório da Unidade Municipal de Saúde da Marambaia, que funciona ininterruptamente, inclusive aos sábados, domingos e feriados, para agilizar o diagnóstico. Atualmente, o tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento é menor que 24 horas. “A nossa principal estratégia é focar no paciente. A Vigilância Epidemiológica faz a busca domiciliar de febris nas áreas de maior risco de transmissão (presença do vetor), busca de febris nas unidades de saúde, além do diagnóstico precoce e tratamento imediato e assistido dos casos, com acompanhamento da verificação de cura”, afirma a diretora.

Belém recebe casos de malária de vários municípios, de outros estados, como Amapá, Amazonas, Rondônia e Roraima, e de outros países, como Guiana Francesa, Suriname, República da Guiana, Colômbia, Venezuela, Moçambique e Congo. Historicamente, as localidades onde há registros de casos autóctones de malária em Belém são aquelas onde há a presença do mosquito anofelino, vetor da doença, como as ilhas de Cotijuba, Mosqueiro, Outeiro e Combu, e alguns bairros periféricos, como Barreiro, Sacramenta, Val-de-Cans, Pratinha, Tapanã, Icoaraci, Águas Negras, Parque Verde, Satélite, Cabanagem, Coqueiro, Curió-Utinga e Universitário.

Os principais sintomas da malária são dor de cabeça e no corpo, calafrios, tremores intensos, febre alta, náusea e vômitos. A prevenção inclui uso de repelentes e mosquiteiros. “Em casos registrados em Belém, 93% foram causados pelo Plasmodium vivax, de baixa gravidade, 6% pelo Plasmodium falciparum, com patogenia grave, evoluindo a óbito se não for tratado precocemente, e 1% foram casos de malária mista (dois plasmódios no mesmo paciente), igualmente grave. Não há óbitos por malária autóctone em pessoas residentes em Belém há várias décadas. Na manifestação dos sintomas, principalmente após viajar para uma área em que a malária é comum, é importante procurar os serviços de saúde e relatar ao médico a viagem. Quanto antes o diagnóstico, mais rápido inicia-se o tratamento e ampliam-se as chances de cura”, ressalta Leila Flores.

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